"CARMINA BURANA " NO TMRJ - BELEZA E POPULARIDADE. CRÍTICA DE MARCUS GÓES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Quem desejar saber mais sobre a obra, consulte a Internet.
Sendo “CARMINA BURANA” de Carl Orff uma das obras mais executadas e copiadas desde sua estreia em 1937, ali na internet você encontrará tudo sobre essa “cantata profana” , e não vamos portanto perder tempo copiando os que outros escreveram. Não vamos escrever dez laudas para explicar que Rodolfo deixou Mimi. Ali na Internet você ficará sabendo que “CARMINA BURANA” não é originariamente um “ballet”, mas há versões com dança, ballet e bailarinos, e a cantata muita vez vira um ballet. Há versões com ou sem mímicos, há versões com coro, coro de vozes brancas e orquestra reduzidos, há versões simplificadas para o cinema, e por aí . O espetáculo agora apresentado, além dos “Carmina” em uma versão com orquestra e coro do TMRJ e coro de vozes brancas da UFRJ e solistas cantores, foi mais um espetáculo de ballet, e antes trouxe ao público dois números extra.
Antes dos “Carmina” propriamente ditos, foi apresentado o segundo movimento do Concerto n. 1 para piano e orquestra, de Chopin, com a referida orquestra e a pianista PRISCILA BOMFIM, ao qual o coreógrafo MAURICIO WAINROT acoplou uma coreografia dançada pelos bailarinos MÁRCIA JAQUELINE e MOACIR EMANOEL.
A pianista PRISCILA BOMFIM, uma das colunas mestras sobre a qual se desenvolve a música no TMRJ, é em seu instrumento uma virtuose tanto na parte técnica como na parte interpretativa e musical, e ouvi-la e vê-la é um privilégio. Parecia que suas mãos eram mãos de uma fada capaz de embelezar ainda mais a música de Chopin, (parece mentira, mas é possível embelezá-la com rubatos, uso correto de ornamentos, aumento ou diminuição de tempo de pausas, etc…) e de transmitir aos bailarinos toda aquela beleza musical. Com esse contorno, os bailarinos se excederam em comoção e correção de passos, inclusive essa magnífica artista que é MÁRCIA JAQUELINE, cujo recente “Lago dos Cisnes” nunca nos sairá da memória. Márcia, minha xará (para quem não sabe, Márcia é o feminino de Marcus…) ainda vou lhe beijar os pés por aquele Lago…
A seguir, tivemos uma coreografia de MAURÍCIO WAINROT sobre o “ADAGIO” de Samuel Barber. Outro encantamento, outro enlevo, devidos à atuação dos bailarinos CLÁUDIA MOTA e JOSENY COUTINHO, ambos poeticamente inspirados e visivelmente “entrados numa”…
Finalmente, vieram a público os famosos Carmina, sobre as quais MAURÍCIO WAINROT acoplou outra coreografia dançada por bailarinos do corpo de baile, com destaque para CÍCERO GOMES.
Como cantores solistas, atuaram o notável soprano LINA MENDES, o tenor SEBASTIÃO CÂMARA e o barítono HOMERO VELHO. LINA MENDES tem voz extensa, afinada, expressiva e bela de timbre. É muito jovem e muito bonita. Que mais podem querer esses chatos desses críticos? Ao tenor SEBASTIÃO CÂMARA e ao útil barítono de vasto repertório e muitas atuações HOMERO VELHO faltaram ironia,”verve”, expressividade cabível no texto. Não é de boa praxe citar outros cantores neste caso, mas não é possível não mencionar o barítono José Carlos Leal, que recentemente cantou modelarmente os Carmina no Teatro João Caetano. Vocalmente, SEBASTIÃO CÂMARA e HOMERO VELHO estiveram muito bem . Estilisticamente, nem tanto.
Todos renderam no entanto a contento sob a segura regência do experiente Maestro ABEL ROCHA, que soube aproveitar bem os ritmos contagiantes que a obra oferece. O coro do TMRJ esteve soberbo, de música e de vigor de sonoridade, como a obra requer.
As coreografias de MAURÍCIO WAINROT são movimentadas, mexidas, alegres, misturando clássico, moderno e atual em meio a lindas figurações, tanto de conjunto quanto nos solos e pas-de-deux. Houve, no espetáculo, “quadros” coreográficos estáticos de superior beleza.
As pequenas menores valias havidas no espetáculo foram largamente suplantadas e apagadas pelo que houve de bom em um espetáculo raro e complexo. Uma bela empreitada, da qual gostei muito, viu, presidenta Carla Camurati ?…
CULPA RUBET VULTUS MEUS…
MARCUS GÓES- AGO 2013
Fonte: http://www.movimento.com/
Sendo “CARMINA BURANA” de Carl Orff uma das obras mais executadas e copiadas desde sua estreia em 1937, ali na internet você encontrará tudo sobre essa “cantata profana” , e não vamos portanto perder tempo copiando os que outros escreveram. Não vamos escrever dez laudas para explicar que Rodolfo deixou Mimi. Ali na Internet você ficará sabendo que “CARMINA BURANA” não é originariamente um “ballet”, mas há versões com dança, ballet e bailarinos, e a cantata muita vez vira um ballet. Há versões com ou sem mímicos, há versões com coro, coro de vozes brancas e orquestra reduzidos, há versões simplificadas para o cinema, e por aí . O espetáculo agora apresentado, além dos “Carmina” em uma versão com orquestra e coro do TMRJ e coro de vozes brancas da UFRJ e solistas cantores, foi mais um espetáculo de ballet, e antes trouxe ao público dois números extra.
Antes dos “Carmina” propriamente ditos, foi apresentado o segundo movimento do Concerto n. 1 para piano e orquestra, de Chopin, com a referida orquestra e a pianista PRISCILA BOMFIM, ao qual o coreógrafo MAURICIO WAINROT acoplou uma coreografia dançada pelos bailarinos MÁRCIA JAQUELINE e MOACIR EMANOEL.
A pianista PRISCILA BOMFIM, uma das colunas mestras sobre a qual se desenvolve a música no TMRJ, é em seu instrumento uma virtuose tanto na parte técnica como na parte interpretativa e musical, e ouvi-la e vê-la é um privilégio. Parecia que suas mãos eram mãos de uma fada capaz de embelezar ainda mais a música de Chopin, (parece mentira, mas é possível embelezá-la com rubatos, uso correto de ornamentos, aumento ou diminuição de tempo de pausas, etc…) e de transmitir aos bailarinos toda aquela beleza musical. Com esse contorno, os bailarinos se excederam em comoção e correção de passos, inclusive essa magnífica artista que é MÁRCIA JAQUELINE, cujo recente “Lago dos Cisnes” nunca nos sairá da memória. Márcia, minha xará (para quem não sabe, Márcia é o feminino de Marcus…) ainda vou lhe beijar os pés por aquele Lago…
A seguir, tivemos uma coreografia de MAURÍCIO WAINROT sobre o “ADAGIO” de Samuel Barber. Outro encantamento, outro enlevo, devidos à atuação dos bailarinos CLÁUDIA MOTA e JOSENY COUTINHO, ambos poeticamente inspirados e visivelmente “entrados numa”…
Finalmente, vieram a público os famosos Carmina, sobre as quais MAURÍCIO WAINROT acoplou outra coreografia dançada por bailarinos do corpo de baile, com destaque para CÍCERO GOMES.
Como cantores solistas, atuaram o notável soprano LINA MENDES, o tenor SEBASTIÃO CÂMARA e o barítono HOMERO VELHO. LINA MENDES tem voz extensa, afinada, expressiva e bela de timbre. É muito jovem e muito bonita. Que mais podem querer esses chatos desses críticos? Ao tenor SEBASTIÃO CÂMARA e ao útil barítono de vasto repertório e muitas atuações HOMERO VELHO faltaram ironia,”verve”, expressividade cabível no texto. Não é de boa praxe citar outros cantores neste caso, mas não é possível não mencionar o barítono José Carlos Leal, que recentemente cantou modelarmente os Carmina no Teatro João Caetano. Vocalmente, SEBASTIÃO CÂMARA e HOMERO VELHO estiveram muito bem . Estilisticamente, nem tanto.
Todos renderam no entanto a contento sob a segura regência do experiente Maestro ABEL ROCHA, que soube aproveitar bem os ritmos contagiantes que a obra oferece. O coro do TMRJ esteve soberbo, de música e de vigor de sonoridade, como a obra requer.
As coreografias de MAURÍCIO WAINROT são movimentadas, mexidas, alegres, misturando clássico, moderno e atual em meio a lindas figurações, tanto de conjunto quanto nos solos e pas-de-deux. Houve, no espetáculo, “quadros” coreográficos estáticos de superior beleza.
As pequenas menores valias havidas no espetáculo foram largamente suplantadas e apagadas pelo que houve de bom em um espetáculo raro e complexo. Uma bela empreitada, da qual gostei muito, viu, presidenta Carla Camurati ?…
CULPA RUBET VULTUS MEUS…
MARCUS GÓES- AGO 2013
Fonte: http://www.movimento.com/
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