MAESTRO À MODA ANTIGA. OSESP E RAFAEL DE BURGOS TOCAM BRAHMS E BEETHOVEN. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

 
 
      Artistas em geral tem ego inflado, regentes costumam ter ego do tamanho do planeta. Muitos se acham deuses do olimpo. Regem de forma espalhafatosa, fingem sentir a música na alma com expressões duvidosas que muitas vezes tendem para o mau gosto. Alguns gostam de ficar pulando, uns tem a mania de se impor aos gritos e enquanto outros fingem que regem. Para reger uma orquestra não é preciso estardalhaço, basta ser um bom comandante e conhecer profundamente a partitura .
   Rafael Frühbeck de Burgos provou que para comandar uma orquestra não é necessário firulas e caretas. Seus gestos precisos e a escolha de seus andamentos fizeram a OSESP tocar de forma primorosa. A sonoridade da orquestra  foi brilhante e com belas harmonias. O maestro impõe seu estilo musical e os músicos entendem o que ele deseja, com comandos simples executam suas ordens e quem ganha é a música.
    A Fanfarra Sobre Temas da Sinfonia nº 4 de Brahms do próprio Rafael Frühbeck de BURGOS tem belas melodias com predomínio dos metais. Nänie, Op.82 de Johannes BRAHMS para coro e orquestra é uma partitura de lamento fúnebre inspirada em um poema de Schiller cujo tema central discute a beleza a mercê da morte. Musica inspiradora com todas as caractarísticas do romantsimo alemão, onde desfilam diversos personagens da mitologia grega. A riqueza de timbres ligados ao tema central nos transportam para o sublime. Gesang der Parzen, Op.89 tem música inspirada em Goethe e explora o destino reservado a humanidade lembrando que os deuses tem o poder em suas mãos. Musica com belas passagens corais em seu tema centra. Schicksalslied, Op.54 ou Canção do Destino é inspirada em um poema de Friedrich Holderlin "Hyperions Schicksalslied". Tem música poderosa para coro.
 Rafael Frühbeck de BURGOS, foto Internet

   O Coro da OSESP juntamente com o Coro Acadêmico expressaram emoção e grande qualidade vocal nas três partituras de Brams. Harmonia entre as vozes com pianíssimos elegantes deram realce a apresentação. Coro com sonoridade sedutora, vozes melodiosas e grande beleza timbríca. Naomi Munakata faz um excelente trabalho na OSESP, louvor e méritos para a japa.
    Existem milhares de interpretações da Sinfonia nº 5 em Dó Menor, Op.67 de Ludwig van BEETHOVEN , esta é uma das sinfonias mais populares do repertório. Seus quatro movimentos mostram unidade e alternância em temas conhecidos pelo grande e respeitável público. O primeiro movimento evoca a luta do indivíduo contra o destino em um famoso tema. A visão de Rafael Frühbeck de Burgos é clássica, atemporal e com andamentos corretos. Seus tempos demosntram todas as nuances da música , tirou uma bela musicalidade da OSESP. Não inventa nenhuma leitura pessoal ou visão própria, executa a partitura, simples assim!Grande apresentação, grande maestro!
 
Ali Hassan Ayache

 

Comentários

  1. Marcelo Lopes Pereira9 de agosto de 2013 às 14:00

    Ali, hoje e amanhã vou na OSESP conferir, na semana passada esse maestro já havia mostrado a que veio, realmente ele é muito bom

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