ORGASMOS MÚLTIPLOS NA PETITE MORT APRESENTADA PELA SÃO PAULO CIA DE DANÇA. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Aline Campoe e Bruno Veloso em Petite Mort ,foto de Wilian Aguiar
O Teatro Alfa é um dos teatros mais modernos do Brasil, sua estrutura é de elevado padrão. O problema dele é a localização, fica nos confins da Zona Sul, com o trânsito caótico de São Paulo chegar lá é uma tortura. O teatro todo ano realiza uma temporada de dança, companhias estrangeiras e nacionais participam desse importante evento. A São Paulo Cia de Dança se faz presente na Décima Temporada de Dança onde apresenta três coreografias.
Tive a oportunidade de assistir ao ensaio aberto para a imprensa promovido pela São Paulo Cia de Dança das coreografias a serem apresentadas no Teatro Alfa. Essa galera sempre me convida. Ótima chance de conhecer a melhor Cia de dança do Brasil em seu íntimo. Imaginava que seria apresentada a peça de estreia Petite Mort de Jirí Kylián, a direção teve o trabalho de mostrar as três coreografias, isso inclui Peekaboo de Marco Goeck e Por Vos Muero de Nacho Duato. O remontador Patrick Delcroix e a diretora Inês Bogéa responderam a todas as perguntas com categoria, quem não esteve bem foram alguns membros da imprensa que demonstram um despreparo e uma falta de pesquisa ao ir a uma coletiva. Perguntar se a diretora da Cia é mineira é o fim da picada entre outras bobagens.
A apresentação no Teatro Alfa do dia 23 contou com casa cheia, mas não lotada. Pekaaboo de Marco Goeck abriu a programação da noite, a coreografia remete as brincadeiras infantis e a solidão. Passos modernos, muitas vezes esquisitos onde solos, duetos , trios e diversos bailarinos danças de forma acentuada. Chapéus que andam pelo palco e jogados para a platéia mostram o lado infantil da coreografia, a música de Britten combinada com um coro de vozes esquisitas mostram o lado solitário do ser humano.
Por Vos Muero, SPCD, Fabiana Ikehara e Nielson Sousa. Foto Silvia Machado.
Por Vos Muero, SPCD, Fabiana Ikehara e Nielson Sousa. Foto Silvia Machado.
Por Vos Muero de Nacho Duato tem dança moderna com temas espanhóis. Emocionante e impactante, coreografia da mais alta qualidade, reflexiva e penetrante. A música vinda da Espanha medieval é fonte de inspiração para passos que lembram a sensualidade da mulher e da dança espanhola. A ideia de sugerir "uma atemporalidade nas relações humanas" é mostrada em passos diversos e de beleza estonteante. As bailarinas mostraram e esbanjaram sensualidade nesse belo trabalho.
O atual destaque da Cia é a bailarina Fabiana Ikehara. Quando a jovem entra no palco irradia uma sensualidade sem igual. Ela se transforma e transmite emoções que tocam a alma, superlativas e penetrantes. O deus grego do êxtase, do entusiasmo e dos atores é Baco, Fabiana Ikehara incorpora todos os atributos das loucuras desse deus. Em Por Voz Muero não foi diferente, a jovem e talentosa bailarina mostrou-se dotada de grande técnica e o principal, sua dança emociona.
Fabiana Ikehara, foto Internet.
Quando soube que a SPCD apresentaria Petite Mort imaginei que o sexo seria o tema central. Petite mort é uma expressão idiomática e um eufemismo para o orgasmo usado pelos franceses. Vendo a coreografia de Jirí Kylían percebi apenas a sensualidade. Peça curta recheada de simbolismos, Temos floretes, que segundo o coreografo são "como morte espreita a vida" ou serão símbolos fálicos, um caminho para a petite mort. Panos que cobrem todos representam o oculto e o escuro para se atingir o inexplicável do orgasmo. Passos sensuais com destaques para os papéis femininos, sob a música de dois concertos de piano de Mozart realçam o tema e fazem o teatro explodir em êxtase, ferômonios que excitam e transmitem diferentes sensações e desejos à todos. Uma coreografia que leva a orgasmos múltiplos, pura arte , pura dança.
Na última apresentação que vi da SPCD , em Junho no Teatro Sergio Cardoso deu tudo errado, bailarinos caindo e errando passos em diversas passagens. Parece que havia uma coruja enterrada debaixo do palco. Tinha certeza que era uma coisa única, uma noite infeliz para os dançarinos. Na apresentação do Teatro Alfa os dançarinos mostraram toda a técnica e a primazia em dançar. Dizer que a São Paulo Cia de Dança é a melhor do Brasil já virou um clichê.
Ali Hassan Ayache
O atual destaque da Cia é a bailarina Fabiana Ikehara. Quando a jovem entra no palco irradia uma sensualidade sem igual. Ela se transforma e transmite emoções que tocam a alma, superlativas e penetrantes. O deus grego do êxtase, do entusiasmo e dos atores é Baco, Fabiana Ikehara incorpora todos os atributos das loucuras desse deus. Em Por Voz Muero não foi diferente, a jovem e talentosa bailarina mostrou-se dotada de grande técnica e o principal, sua dança emociona.
Fabiana Ikehara, foto Internet.
Quando soube que a SPCD apresentaria Petite Mort imaginei que o sexo seria o tema central. Petite mort é uma expressão idiomática e um eufemismo para o orgasmo usado pelos franceses. Vendo a coreografia de Jirí Kylían percebi apenas a sensualidade. Peça curta recheada de simbolismos, Temos floretes, que segundo o coreografo são "como morte espreita a vida" ou serão símbolos fálicos, um caminho para a petite mort. Panos que cobrem todos representam o oculto e o escuro para se atingir o inexplicável do orgasmo. Passos sensuais com destaques para os papéis femininos, sob a música de dois concertos de piano de Mozart realçam o tema e fazem o teatro explodir em êxtase, ferômonios que excitam e transmitem diferentes sensações e desejos à todos. Uma coreografia que leva a orgasmos múltiplos, pura arte , pura dança.
Na última apresentação que vi da SPCD , em Junho no Teatro Sergio Cardoso deu tudo errado, bailarinos caindo e errando passos em diversas passagens. Parece que havia uma coruja enterrada debaixo do palco. Tinha certeza que era uma coisa única, uma noite infeliz para os dançarinos. Na apresentação do Teatro Alfa os dançarinos mostraram toda a técnica e a primazia em dançar. Dizer que a São Paulo Cia de Dança é a melhor do Brasil já virou um clichê.
Ali Hassan Ayache
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