PRAGA DE MÚSICO PEGA! AIDA DE VERDI COM O SEGUNDO ELENCO NO TMSP. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
O atraso de quase uma hora na récita de Domingo deixou o público meio impaciente, o regente Neschling toma o microfone e informa que por problemas técnicos a apresentação sofreria um atraso. Será praga de algum músico insatisfeito ou será praga de alguém do coro? Praga de músico pega!
A espera foi compensada com uma bela apresentação da ópera Aida de Giuseppe Verdi. O corpos estáveis do Theatro Municipal de São Paulo se apresentaram no mesmo nível da estreia.
Cabe analisar os solistas, estes mostraram boas performances, mas nada que fizesse a vovó se derramar em lágrimas lembrando o único amor de sua vida. Escalada para cantar Amneris o mezzo-soprano Laura Brioli foi substituída, sem explicação alguma para o público, por Tuija Knihtlä. Esta manteve o bom nível da primeira récita e mostrou grande qualidade vocal.
TMSP, foto Internet
O tenor Stuart Neil tem um vozeirão, sua voz passeia com facilidade pelas notas atingindo agudos impressionantes. Uma voz potente que esbanja técnica e nuances de grande beleza tímbrica. A tendência dos diretores de teatro da atualidade de contratar cantores com o perfil do personagem cai por terra com ele. O gringo está muitos quilos acima do peso, é difícil imaginá-lo como um bravo guerreiro que vence os etíopes. Suas qualidades vocais compensam esse detalhe e fazem dele um bom Radamés.
O soprano Maria Billeri tem grande atuação cênica e voz normal. Sua projeção é boa, seu timbre é comum e sua técnica vocal consegue sustentar medianamente o papel de Aida. Uma cantora regular que com experiência de palco que possuí consegue dar credibilidade à personagem. Sou capaz de citar, apenas de memória, algumas cantoras nacionais do mesmo nível.
Soube que após a récita de estreia tivemos um regabofe com a presença de autoridades, artistas e alguns críticos (aposto que alguns deles eram da Revista Concerto). Sobraram sorriso e tapinhas nas costas. O prefeito Haddad, impressionado com a velocidade da montagem e a beleza dos cenários, brinca dizendo que vai convidar Neschling para ser o seu "secretário de obras da cidade". Antes que alguém imagine que eu estava no coquetel digo que soube dessa história na coluna da Monica Bergamo.
Ali Hassan Ayache
As despesas desse banquete quem paga somos nós . Ingressos nada baratos e de retorno o diretor esnoba nós gastos desnecessário
ResponderExcluirEle deveria fazer um jantar na casa dele e com os custos dele pra se promover. É fácil gastar o dinheiro público ao invés de fazer uma recita com preços mais baratos .
Em relação aos preços dos ingressos no Brasil, mesmo se for considerado o preço da meia entrada, são absurdamente caros se comparados a nossas parcas rendas. Aliás tudo no Brasil é no mínimo três vezes mais caro com um terço da renda.
ResponderExcluirProponho que todos nós admiradores da música e da arte nos uníssimos via WEB para que os preços abusivos dos ingressos sofram uma redução, os diretores artísticos não fazem ideia do sacrifício que muitos fazem para poderem frequentar os concertos e óperas, conheço pessoas que deixaram de ter carro para destinar uma verba mensal para música, eles se esquecem que no caso da música clássica e ópera as pessoas muitas vezes não vão por diversão e sim por amor, peço ao Ali e outro que aqui escrevem que botem a boca no trombone em relação aos preços absurdos dos ingressos ! Não gritaram por míseros R$ 0,20 no ônibus e a cultura como é que fica ? Chega de preços caros JÁ... Esse é um recado para as diretorias da OSESP e Theatro Municipal !