OS VELHOS HÁBITOS ESTÃO DE VOLTA AO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO, BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO COMEMORA 45 ANOS. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Palco do TMSP, foto Internet
Nos países europeus e principalmente na Suíça ( tem gente que adora esse país) os eventos costumam começar no horário marcado, atrasos raramente acontecem. Esse hábito saudável era prática no Theatro Municipal de São Paulo, ultimamente as coisas estão mudando no nobre palco. Problemas técnicos do teatro que chegaram a polícia, contratação de solistas estrangeiros a peso de ouro, fusão do Coral Lírico com o Paulistano, matérias no jornal Folha de São Paulo e na revista Isto é e brigas com um falso perfil nas redes sociais tem chamado mais a atenção que o próprio espetáculo.
Na apresentação do dia 27 de Setembro que comemora os 45 anos do Balé da Cidade de São Paulo tivemos um atraso de quinze minutos. O leitor pode pensar que quinze minutinhos não são nada, são sim caro amigo. Falta de respeito com quem saiu cedo de casa ou do trabalho e se esforçou para chegar na hora. E mesmo com ele uma penca de cidadãos entraram entre a primeira e segunda coreografia, atrasaram mais que o atraso.
Outro detalhe importante, na Suíça é prezada a informação ao público. No programa consta o nome de Luis Gustavo Petri como regente, quem aparece para reger é outro cidadão que eu não sei quem é. Ninguém foi informado de nada e quem não conhece o regente Petri imagina que é o próprio que está no tablado sem a sua famosa barba. Escrevi ao regente Petri indagando por que ele não regera. A resposta foi evasiva, diz que ele regeu um dia antes e regerá no dia seguinte, mas não respondeu o porquê de sua ausência.
O Balé da cidade apresentou 3 coreografias e fez o que mais tem feito nos últimos 45 anos, seus bailarinos correram pelo palco, se arrastaram no chão e deram muitas cambalhotas. Apocalipsis de Victor Navarro foi moderna nos anos 80, nos dias de hoje seus passos soam bossais, sem novidade e se parecem com diversas coreografias disponíveis no mercado. Segundo o programa Apocalipsis é " Um ato de amor, um ato de loucura ... Um delírio final, um olhar para o além ..." Sinceramente não vi nada disso.
Balé da Cidade de São Paulo, foto Gal Oppido
A estreia de Abrupto de Alex Soares é outra coreografia sem nexo que se diz moderna. A música do badalado Arvo Pärt é de doer os ouvidos e os passos são banais e nada interessantes. Conhecido pela correria, pelas arrastadas no palco e pelas cambalhotas o Balé da Cidade de São Paulo cria uma nova categoria, a dos gemidos no palco. Bailarinos que gemem como loucos em diversos passos fizeram a alegria da moçada que não se fez de rogada e gritou com eles nos aplausos. Isso pega!
Cantares de Oscar Arais tem inspiração na Espanha e mostra a sensualidade universal da mulher espanhola. É pena que seja apenas um pedaço do espetáculo Ibéria, seus passos sensuais mostram um erotismo único e delicado. Coreografia de grande beleza rítmica e sonora que cresce a cada passo. Salvou a noite pela expressiva sensualidade, pelos passos sem exageros e pela beleza do figurino.
O Balé da Cidade de São Paulo precisa definir um rumo, um horizonte a seguir. Se quiser ser moderno que inove e traga o mais expressivo da dança moderna e não coreografias ultrapassadas. Se quer ser clássico que comece um trabalho a longo prazo para treinar seu corpo. Ficar no meio termo não leva a lugar algum.
Ali Hassan Ayache
Nos países europeus e principalmente na Suíça ( tem gente que adora esse país) os eventos costumam começar no horário marcado, atrasos raramente acontecem. Esse hábito saudável era prática no Theatro Municipal de São Paulo, ultimamente as coisas estão mudando no nobre palco. Problemas técnicos do teatro que chegaram a polícia, contratação de solistas estrangeiros a peso de ouro, fusão do Coral Lírico com o Paulistano, matérias no jornal Folha de São Paulo e na revista Isto é e brigas com um falso perfil nas redes sociais tem chamado mais a atenção que o próprio espetáculo.
Na apresentação do dia 27 de Setembro que comemora os 45 anos do Balé da Cidade de São Paulo tivemos um atraso de quinze minutos. O leitor pode pensar que quinze minutinhos não são nada, são sim caro amigo. Falta de respeito com quem saiu cedo de casa ou do trabalho e se esforçou para chegar na hora. E mesmo com ele uma penca de cidadãos entraram entre a primeira e segunda coreografia, atrasaram mais que o atraso.
Outro detalhe importante, na Suíça é prezada a informação ao público. No programa consta o nome de Luis Gustavo Petri como regente, quem aparece para reger é outro cidadão que eu não sei quem é. Ninguém foi informado de nada e quem não conhece o regente Petri imagina que é o próprio que está no tablado sem a sua famosa barba. Escrevi ao regente Petri indagando por que ele não regera. A resposta foi evasiva, diz que ele regeu um dia antes e regerá no dia seguinte, mas não respondeu o porquê de sua ausência.
O Balé da cidade apresentou 3 coreografias e fez o que mais tem feito nos últimos 45 anos, seus bailarinos correram pelo palco, se arrastaram no chão e deram muitas cambalhotas. Apocalipsis de Victor Navarro foi moderna nos anos 80, nos dias de hoje seus passos soam bossais, sem novidade e se parecem com diversas coreografias disponíveis no mercado. Segundo o programa Apocalipsis é " Um ato de amor, um ato de loucura ... Um delírio final, um olhar para o além ..." Sinceramente não vi nada disso.
Balé da Cidade de São Paulo, foto Gal Oppido
A estreia de Abrupto de Alex Soares é outra coreografia sem nexo que se diz moderna. A música do badalado Arvo Pärt é de doer os ouvidos e os passos são banais e nada interessantes. Conhecido pela correria, pelas arrastadas no palco e pelas cambalhotas o Balé da Cidade de São Paulo cria uma nova categoria, a dos gemidos no palco. Bailarinos que gemem como loucos em diversos passos fizeram a alegria da moçada que não se fez de rogada e gritou com eles nos aplausos. Isso pega!
Cantares de Oscar Arais tem inspiração na Espanha e mostra a sensualidade universal da mulher espanhola. É pena que seja apenas um pedaço do espetáculo Ibéria, seus passos sensuais mostram um erotismo único e delicado. Coreografia de grande beleza rítmica e sonora que cresce a cada passo. Salvou a noite pela expressiva sensualidade, pelos passos sem exageros e pela beleza do figurino.
O Balé da Cidade de São Paulo precisa definir um rumo, um horizonte a seguir. Se quiser ser moderno que inove e traga o mais expressivo da dança moderna e não coreografias ultrapassadas. Se quer ser clássico que comece um trabalho a longo prazo para treinar seu corpo. Ficar no meio termo não leva a lugar algum.
Ali Hassan Ayache
Ali, Arvo Pärt não é um compositor fácil, exige muito do público. Eu particularmente gosto de sua música que sem dúvida nenhuma exige uma pré-análise além de uma escuta preliminar detalhada, não é um compositor para iniciantes e você tem de estar aberto às suas possibilidades. Devido a sua complexidade exige muito da orquestra que se não for muito bem soará "de doer os ouvidos" como colocado acima.
ResponderExcluirAli, Arvo Pärt não é um compositor fácil, exige muito do público. Eu particularmente gosto de sua música que sem dúvida nenhuma exige uma pré-análise além de uma escuta preliminar detalhada, não é um compositor para iniciantes e você tem de estar aberto às suas possibilidades. Devido a sua complexidade exige muito da orquestra que se não for muito bem soará "de doer os ouvidos" como colocado acima
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