TEATRO JOÃO CAETANO - 200 ANOS DE VIDA E HISTÓRIA TEATRAL. ARTIGO DE MARCUS GÓES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
O Teatro João Caetano, foi inaugurado em 1813 por D. João com o nome de Teatro São João.
Com a mesma forma urbanística e disposições teatrais, embora demolido e reconstruído algumas vezes, perfaz com a Santa Casa de Misericórdia, com os Arcos da Lapa e o Palácio dos Governadores (tão impropriamente apelidado “Paço Imperial”), ambos obra de Gomes Freire, com o Mosteiro de São Bento, com o Passeio Público e a Pirâmide, de autoria de Mestre Valentim, com o Arsenal de Artilharia onde hoje se acha o Museu Histórico, obra do Engenheiro Alpoim, com o Jardim Botânico, com o Convento de Santa Teresa , a Alfândega , a Igreja de N. S. da Glória do Outeiro, o cais da Praça XV e alguns outros edifícios e igrejas do Rio de Janeiro de antes da Independência (estimado leitor, colabore!!) um painel geral do que foi o aspecto arquitetônico, urbanístico e cultural do Rio de Janeiro daqueles tempos.
Quando chegada ao Brasil em 1808, a Corte portuguesa acostumara-se a espetáculos teatrais de boa qualidade. O Teatro São Carlos em Lisboa se destacava como um bom teatro de ópera, admirado até por estrangeiros. D. João não era muito ligado às atividades teatrais, mas logo se preocupou em dotar o Rio de Janeiro de um novo teatro, que além de suas funções precípuas se tornasse um centro de atividades sociais, ponto de reunião da nobreza e de seus súditos. Essa a motivação remota do novo teatro que viria.
É aqui que aparece a curiosa e importante personagem da história do teatro no Brasil, Fernando José de Almeida, cabeleireiro do vice-rei D. Fernando José de Portugal e Castro, vice-rei a partir de 1801.”Fernandinho”, como era chamado o irrequieto cabeleireiro, era empreendedor e dinâmico, e é dele que partem os primeiros esforços e tratativas para a construção do novo teatro, primeiro grande teatro do Rio de Janeiro, que se chamaria Teatro São João, erguido exatamente no local em que hoje se encontra o Teatro João Caetano.
O Teatro São João foi inaugurado em 12 de outubro de 1813, com a cantata O juramento dos Numes, com música de Gastão Fausto da Câmara Coutinho, por muitos atribuída a Marcos Portugal. Nesse teatro, seriam realizados todos os grandes espetáculos de ópera do Rio de Janeiro até o advento do Teatro Provisório em 1852, também chamado Teatro Lírico Fluminense. Chamou-se ele sucessivamente Teatro São João, Teatro de Dom Pedro de Alcântara, Teatro Constitucional Fluminense, Teatro São Pedro de Alcântara e Teatro São Pedro, até denominar-se Teatro João Caetano, ainda de pé o antigo prédio, demolido em 1929.
O ator João Caetano, tido como um dos maiores artistas brasileiros do século XIX, ocupou e arrendou o teatro durante muitos anos, fazendo dele mais um teatro de prosa que de ópera ou outros espetáculos. No entanto, durante toda sua existência, até hoje, o Teatro João Caetano tem sido palco de todo tipo de manifestação teatral, desde as recentes récitas da cantata profana Carmina Burana e de vários recitais de grandes artistas da música instrumental até as longínquas mas sempre lembradas “chanchadas” populares de Oscarito e Dercy Gonçalves.
Nele foram encenadas pela primeira vez no Brasil muitas óperas famosas, como O barbeiro de Sevilha, várias outras óperas de Rossini e D. Giovanni, de Mozart. Desde Axur, rei de Ormuz, de Salieri, primeira ópera encenada em seu palco,em 1814, até os recente Carmina Burana, de Carl Orff, tem sido o João Caetano um formador de gosto e conhecimento artísticos no Brasil. E foi palco de exponenciais eventos: foi nele que D. Pedro, chegado de São Paulo em desabalada carreira depois do grito do Ipiranga, foi aclamado como “rei” do Brasil em 1822.
É pois o TEATRO JOÃO CAETANO uma glória de nosso patrimônio cultural, seja com seu primeiro nome seja com seu nome atual. Neste 12 de outubro de 2013, façamos reverência a seus exatos duzentos anos de vida.
BENEDICTUS QUI VENIT IN NOMINE DOMINI
MARCUS GÓES- OUTUBRO 2013
Fonte: http://www.movimento.com/
Com a mesma forma urbanística e disposições teatrais, embora demolido e reconstruído algumas vezes, perfaz com a Santa Casa de Misericórdia, com os Arcos da Lapa e o Palácio dos Governadores (tão impropriamente apelidado “Paço Imperial”), ambos obra de Gomes Freire, com o Mosteiro de São Bento, com o Passeio Público e a Pirâmide, de autoria de Mestre Valentim, com o Arsenal de Artilharia onde hoje se acha o Museu Histórico, obra do Engenheiro Alpoim, com o Jardim Botânico, com o Convento de Santa Teresa , a Alfândega , a Igreja de N. S. da Glória do Outeiro, o cais da Praça XV e alguns outros edifícios e igrejas do Rio de Janeiro de antes da Independência (estimado leitor, colabore!!) um painel geral do que foi o aspecto arquitetônico, urbanístico e cultural do Rio de Janeiro daqueles tempos.
Quando chegada ao Brasil em 1808, a Corte portuguesa acostumara-se a espetáculos teatrais de boa qualidade. O Teatro São Carlos em Lisboa se destacava como um bom teatro de ópera, admirado até por estrangeiros. D. João não era muito ligado às atividades teatrais, mas logo se preocupou em dotar o Rio de Janeiro de um novo teatro, que além de suas funções precípuas se tornasse um centro de atividades sociais, ponto de reunião da nobreza e de seus súditos. Essa a motivação remota do novo teatro que viria.
É aqui que aparece a curiosa e importante personagem da história do teatro no Brasil, Fernando José de Almeida, cabeleireiro do vice-rei D. Fernando José de Portugal e Castro, vice-rei a partir de 1801.”Fernandinho”, como era chamado o irrequieto cabeleireiro, era empreendedor e dinâmico, e é dele que partem os primeiros esforços e tratativas para a construção do novo teatro, primeiro grande teatro do Rio de Janeiro, que se chamaria Teatro São João, erguido exatamente no local em que hoje se encontra o Teatro João Caetano.
O Teatro São João foi inaugurado em 12 de outubro de 1813, com a cantata O juramento dos Numes, com música de Gastão Fausto da Câmara Coutinho, por muitos atribuída a Marcos Portugal. Nesse teatro, seriam realizados todos os grandes espetáculos de ópera do Rio de Janeiro até o advento do Teatro Provisório em 1852, também chamado Teatro Lírico Fluminense. Chamou-se ele sucessivamente Teatro São João, Teatro de Dom Pedro de Alcântara, Teatro Constitucional Fluminense, Teatro São Pedro de Alcântara e Teatro São Pedro, até denominar-se Teatro João Caetano, ainda de pé o antigo prédio, demolido em 1929.
O ator João Caetano, tido como um dos maiores artistas brasileiros do século XIX, ocupou e arrendou o teatro durante muitos anos, fazendo dele mais um teatro de prosa que de ópera ou outros espetáculos. No entanto, durante toda sua existência, até hoje, o Teatro João Caetano tem sido palco de todo tipo de manifestação teatral, desde as recentes récitas da cantata profana Carmina Burana e de vários recitais de grandes artistas da música instrumental até as longínquas mas sempre lembradas “chanchadas” populares de Oscarito e Dercy Gonçalves.
Nele foram encenadas pela primeira vez no Brasil muitas óperas famosas, como O barbeiro de Sevilha, várias outras óperas de Rossini e D. Giovanni, de Mozart. Desde Axur, rei de Ormuz, de Salieri, primeira ópera encenada em seu palco,em 1814, até os recente Carmina Burana, de Carl Orff, tem sido o João Caetano um formador de gosto e conhecimento artísticos no Brasil. E foi palco de exponenciais eventos: foi nele que D. Pedro, chegado de São Paulo em desabalada carreira depois do grito do Ipiranga, foi aclamado como “rei” do Brasil em 1822.
É pois o TEATRO JOÃO CAETANO uma glória de nosso patrimônio cultural, seja com seu primeiro nome seja com seu nome atual. Neste 12 de outubro de 2013, façamos reverência a seus exatos duzentos anos de vida.
BENEDICTUS QUI VENIT IN NOMINE DOMINI
MARCUS GÓES- OUTUBRO 2013
Fonte: http://www.movimento.com/
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