"O QUEBRA NOZES " PODE CO-EXISTIR COM OUTRAS OBRAS AO FIM DO ANO. ARTIGO DE MARCUS GÓES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

Há muitos anos o TMRJ, como é costume em outros grandes teatros, encena no final do ano o ballet O QUEBRA-NOZES.
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Com música de Tchaicovsky e coreografia de Petipa e Ivanov, e alguns sócios não necessários e não queridos. O enredo é de conto de fadas de natal, inpirado em Hoffmann, e tudo se presta à época natalina, com várias cenas que atraem as crianças. Tudo justo e perfeito.
O que há de errado, e muito errado, é que em nosso TMRJ, mal entra dezembro, SÓ SE PENSA EM O QUEBRA-NOZES, esquecendo todos que a época é muito própria para grandes obras corais de cunho religioso. Com O QUEBRA-NOZES querido mas açambarcante e esterilizador, não se dá ao público imagens musicais religiosas e de maior substância musical, nem de leve pensando-se no imenso repertório sacro-coral que poderia trazer ao palco o magnífico coro ( RIP QUERIDO MAURÍLIO), a excelente orquestra e “out standing” solistas que viriam dar graças ao Senhor em seu aniversário.
Nada disso. Do dia 14 de dezembro em diante, até 5 de janeiro, ou seja, quando quase toda a humanidade ocidental rende homenagens musicais em seus teatros ao sagrado, ao religioso, ao santificado, nosso TMRJ, há longos anos, fica no QUEBRA-NOZES.
A monumental missa em dó menor de Mozart, com o seu mais que monumental “Et Incarnatus Est”, uma das maiores expressões religiosas que há, a excepcional missa em si menor, de Bach, com seu extraordinário “Kyrie”, a notável missa de Santa Cecília, de José Maurício Nunes Garcia, a esplêndida missa de N. S. da Conceição, de Carlos Gomes, a mais que inigualável missa Solene, de Beethoven, outras missas de José Mauricio, de Mozart, de compositores mais modernos, e uma infinidade de obras que rendem gloria ao Senhor aí estão, esperando não que se cancele o tradicional QUEBRA-NOZES, mas que se renda gloria ao Senhor e se comemore o Natal também com obras de maior peso, sem soldadinhos brigando com ratinhos e sem fadas de açúcar e mágicos de cartola.
Para 2014, apesar do trabalho que é levar ao palco as obras mencionadas, ou outras escolhidas pela direção do TMRJ, estamos certos de que essa direção irá enfrentar a batalha, e não dar a seu público somente um ultra-repetido ballet, belo de certo, mas esterilizador porque toma conta do palco por muito tempo e não dá vez a obras que merecem evidência e execução.

ET INCARNATUS EST DE SPIRITU SANCTO
MARCUS GÓES – DEZ 2013

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