TEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO - SUA VERDADEIRA ORIGEM. ARTIGO DE MARCUS GÓES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
O TMRJ tem sua origem nos anseios dos artistas do teatro de prosa do Rio de Janeiro.
Não foi a gente da música que, pelos idos de 1870, começou a reclamar por um teatro normal, ou seja, um teatro adequado a representações de peças de teatro de prosa mais que a óperas ou concertos.
Desde a inauguração do teatro Dom Pedro II em 1871, a cidade já contava com vários outros teatros bem preparados para a ópera, bailados e concertos: o São Pedro, o Alcazar, o Provisório (acabado de demolir em 1878), a Fênix Dramática. A gente do teatro de prosa, no entanto, queria um teatro mais para o drama e a comédia.
A vinda ao Brasil da grande trágica italiana Adelaide Ristori em 1869, a vinda dos atores também italianos Ernesto Rossi e Tomaso Salvini logo a seguir e antes a morte de João Caetano em 1863, mostraram a decadência do teatro de prosa entre nós, o que em 1873 é candentemente comentado por Machado de Assis.
Em 1879, foi lido na Câmara dos Deputados um requerimento de Sizenando Nabuco de Araújo requisitando a fundação e custeio de um “teatro normal”, sem efeitos imediatos. E, por volta de 1880, começou a surgir na imprensa e nos comentários a expressão “teatro nacional”, sempre uma referência ao teatro de prosa. Vários intelectuais e personalidades começaram então a lutar pela construção de um novo teatro, entre os quais o vereador Malvino Reis,o deputado Affonso Celso, o pintor Pedro Américo, Benjamin Constant, Olavo Bilac, Coelho Neto e Aluísio de Azevedo. Em 1891, morre Benjamin Constant e os citados se reúnem em um jantar para decidir novos rumos.
É nesse jantar que um discurso de Arthur Azevedo faz furor e o lança como líder na campanha pela construção de um novo teatro. Um teatro em que se desse primazia ao teatro de prosa. Mas não foi Arthur Azevedo o único idealizador do Teatro Municipal. Nem seu grande nome da arte teatral, perdendo-se em vaudevilles, burletas, paródias, mambembes.
Nasceu assim o Teatro Municipal não como um teatro de música e de ópera ou bailados. No dia seguinte à inauguração em 14 de julho de 1909, a grande atriz francesa Réjane dá início a uma temporada de teatro de prosa.
Com o passar do tempo e com a notória predileção do público pela ópera, ballets e concertos, o Teatro Municipal se foi dedicando também a esses gêneros, até ser totalmente absorvido por eles, no que foi estimulado pela presença de divos do ballet, da ópera e do concerto.
Marcus Góes – jan 2014
Transcrito e reduzido do livro “TEATRO MUNICIPAL DE RIO DE JANEIRO – cem anos de cisnes e trovadores”, de MARCUS GÓES, edição particular, único livro a ser publicado na exata data do centenário do teatro.
Aquisições pelo E-mail brunogag@oi.co
Não foi a gente da música que, pelos idos de 1870, começou a reclamar por um teatro normal, ou seja, um teatro adequado a representações de peças de teatro de prosa mais que a óperas ou concertos.
Desde a inauguração do teatro Dom Pedro II em 1871, a cidade já contava com vários outros teatros bem preparados para a ópera, bailados e concertos: o São Pedro, o Alcazar, o Provisório (acabado de demolir em 1878), a Fênix Dramática. A gente do teatro de prosa, no entanto, queria um teatro mais para o drama e a comédia.
A vinda ao Brasil da grande trágica italiana Adelaide Ristori em 1869, a vinda dos atores também italianos Ernesto Rossi e Tomaso Salvini logo a seguir e antes a morte de João Caetano em 1863, mostraram a decadência do teatro de prosa entre nós, o que em 1873 é candentemente comentado por Machado de Assis.
Em 1879, foi lido na Câmara dos Deputados um requerimento de Sizenando Nabuco de Araújo requisitando a fundação e custeio de um “teatro normal”, sem efeitos imediatos. E, por volta de 1880, começou a surgir na imprensa e nos comentários a expressão “teatro nacional”, sempre uma referência ao teatro de prosa. Vários intelectuais e personalidades começaram então a lutar pela construção de um novo teatro, entre os quais o vereador Malvino Reis,o deputado Affonso Celso, o pintor Pedro Américo, Benjamin Constant, Olavo Bilac, Coelho Neto e Aluísio de Azevedo. Em 1891, morre Benjamin Constant e os citados se reúnem em um jantar para decidir novos rumos.
É nesse jantar que um discurso de Arthur Azevedo faz furor e o lança como líder na campanha pela construção de um novo teatro. Um teatro em que se desse primazia ao teatro de prosa. Mas não foi Arthur Azevedo o único idealizador do Teatro Municipal. Nem seu grande nome da arte teatral, perdendo-se em vaudevilles, burletas, paródias, mambembes.
Nasceu assim o Teatro Municipal não como um teatro de música e de ópera ou bailados. No dia seguinte à inauguração em 14 de julho de 1909, a grande atriz francesa Réjane dá início a uma temporada de teatro de prosa.
Com o passar do tempo e com a notória predileção do público pela ópera, ballets e concertos, o Teatro Municipal se foi dedicando também a esses gêneros, até ser totalmente absorvido por eles, no que foi estimulado pela presença de divos do ballet, da ópera e do concerto.
Marcus Góes – jan 2014
Transcrito e reduzido do livro “TEATRO MUNICIPAL DE RIO DE JANEIRO – cem anos de cisnes e trovadores”, de MARCUS GÓES, edição particular, único livro a ser publicado na exata data do centenário do teatro.
Aquisições pelo E-mail brunogag@oi.co
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