UM OUTRO "QUEBRA NOZES" OUTRO SONHO - CRÍTICA DE MARCUS GÓES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

“O quebra-nozes” do dia 28 de dezembro repetiu a magia e o sonho daquele que vi e comentei no dia 21.
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É inacreditável que uma grande companhia de ballet como é a do TMRJ repita virtuosísticamente o que se vira poucos dias antes, sob outros influxos, com outros intérpretes, com outras influências.
Isto posto, e seguindo a mesma linha do que escrevi dia 21, não há o que ressaltar nas excelentes prestações dos artistas de menores papéis, todos no auge da expressão, nem repetir a excelência do corpo de baile, soberbo como sempre, nem insistir na magnífica regência de orquestra do Maestro Sílvio Viegas, nas mãos de quem a Valsa das Flores se equipara a um Beethoven sob Toscanini, tal a seriedade, a perfeita marcação rítmica, a sonoridade trabalhada.
A solista principal MÁRCIA JAQUELINE, de quem vimos excepcional Lago, é uma bailarina de emocionar pelo “aplomb”, pela pureza de linhas, pela suprema elegância e beleza, pelo calmo virtuosismo, pela emoção com que se entrega ao que faz. Se Degas visse, a teríamos na parede do Louvre.
O principal bailarino masculino CÍCERO GOMES é emocionantemente virtuosístico em seus “jetés”, seus “tours”, suas descidas em quinta, seus “entrechats”. Um artista, comovedor e comovido, ao dar o máximo de si a sua arte.
À frente de tudo, o chefe da companhia SÉRGIO LOBATO, garantia de correção, de esforço, de busca da perfeição.
O teatro cheio era uma alegria só: o público sabe o que é bom. Nenhum outro espetáculo de “performing art” leva tanto público em tantas récitas ao TMRJ. Era a SÉTIMA récita de um total de TREZE. Ainda temos seis récitas. Márcia Jaqueline, do alto de seu pedestal, dizia: ainda vou dançar algumas. Excusez du peu…
Presente nos camarins a régia figura de Ana Botafogo, prestigiando colegas e alunos. Ah, se Degas tivesse visto…
MARCUS GÓES

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