OBSERVAÇÕES PASSAGEIRAS SOBRE A PROGRAMAÇÃO DA RÁDIO MEC-FM. ARTIGO DE MARCUS GÓES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
A RÁDIO MEC-FM se apresenta como “a rádio da música clássica no Brasil”.
E é mesmo, com uma parte no entanto destoante desse orgulhoso emblema. A enorme maioria de quem sintoniza a RÁDIO MEC-FM quer na verdade ouvir música clássica. Não importa se de Bach, Beethoven, Marschner, Marchetti, Berg, Villa ou Tacuchian. Os ouvintes querem música clássica, até mesmo Offenbach. Uma grande parte da audiência da RÁDIO MEC-FM a sintoniza à noite, principalmente ou na hora de se recolher ao leito ou de conversar com a família ou com amigos em casa, ou voltando para a casa de carro.
Isto posto, esta semana liguei meu stereo na RÁDIO MEC-FM por volta das 22 horas e, a partir daí, só ouvi música popular, e de qualidade discutível. Não me entendam mal os leitores, se os há. Adoro a música popular brasileira de Noel Rosa, Ari Barroso, Pixinguinha, Braguinha, Marino Pinto, Orestes Barbosa, Caymmi, Cartola, Chico, Caetano, Gil, Lyra, Tom, Vinicius e outros não citados para não aborrecer os leitores com artigos longuíssimos que ninguém aguenta ler. Adoro também a música norte-americana de Waller, Ellington, Armstrong, Presley, etc…
Mas a RÁDIO MEC-FM , “a rádio da música clássica no Brasil”, dedicou nessa noite em que eu esperava o meu Chopinzinho ou o meu Carlos Gomes, duas longas horas de programas com um entusiasmado apresentador exibindo composições de Zequinha de Abreu, todas de parca inspiração, a não ser um “ Tico-tico no fubá” totalmenta deformado pela famosa interpretação de Carmen Miranda com o Bando da Lua. Consultem a partitura original e as palavras.
As outras composições mostradas são exemplo da rotina dos choros, valsas, polcas, marchinhas e canções tipo Vicente Celestino que assolaram nossa música popular nos anos 20/30, com poucas exceções, como as de Pixinguinha “tu és divina e graciosa…”, como as de Noel “a minha cama é uma folha de jornal…”, até a chegada de Nélson Gonçalves gravando tangos, do bolerão dos anos 40/50, do baião de Luiz Gonzaga e da fossa de Nora Ney e Maysa. Isso tudo é matéria para apresentação em outras rádios, não na “rádio da música clássica no Brasil”.
Em seguida, a “rádio da música clássica no Brasil” levou ao ar um programa de jazz de qualidade discutível. Há muita gente no Brasil que pensa que se é jazz é bom. Há muito jazz ruim, chato e sem valor musical. Escute uma hora seguida de jazz atual para verificar se estou exagerando (estou falando de jazz, não de música popular norte-americana em geral).
Fui dormir com meu radinho de cabeceira ligado, naturalmente na RÁDIO MEC-FM. Mais tarde, enquanto eu lia o meu Cruz e Souza com suas brancas luas e neblinas, foi ao ar o programa “CLÁSSICOS NA MADRUGADA”, excelente seleção só de música clássica, que vai ao ar até as 6 horas. Ou seja, a RÁDIO MEC-FM dedica seu horário nobre à música popular, e a madrugada aos notívagos e fantasmas. De qual genial cabeça veio a inaceitável ideia? Quem é o responsável pela facécia?
QUIDQUID LATET APPAREBIT
MARCUS GÓES- FEV 2014
E é mesmo, com uma parte no entanto destoante desse orgulhoso emblema. A enorme maioria de quem sintoniza a RÁDIO MEC-FM quer na verdade ouvir música clássica. Não importa se de Bach, Beethoven, Marschner, Marchetti, Berg, Villa ou Tacuchian. Os ouvintes querem música clássica, até mesmo Offenbach. Uma grande parte da audiência da RÁDIO MEC-FM a sintoniza à noite, principalmente ou na hora de se recolher ao leito ou de conversar com a família ou com amigos em casa, ou voltando para a casa de carro.
Isto posto, esta semana liguei meu stereo na RÁDIO MEC-FM por volta das 22 horas e, a partir daí, só ouvi música popular, e de qualidade discutível. Não me entendam mal os leitores, se os há. Adoro a música popular brasileira de Noel Rosa, Ari Barroso, Pixinguinha, Braguinha, Marino Pinto, Orestes Barbosa, Caymmi, Cartola, Chico, Caetano, Gil, Lyra, Tom, Vinicius e outros não citados para não aborrecer os leitores com artigos longuíssimos que ninguém aguenta ler. Adoro também a música norte-americana de Waller, Ellington, Armstrong, Presley, etc…
Mas a RÁDIO MEC-FM , “a rádio da música clássica no Brasil”, dedicou nessa noite em que eu esperava o meu Chopinzinho ou o meu Carlos Gomes, duas longas horas de programas com um entusiasmado apresentador exibindo composições de Zequinha de Abreu, todas de parca inspiração, a não ser um “ Tico-tico no fubá” totalmenta deformado pela famosa interpretação de Carmen Miranda com o Bando da Lua. Consultem a partitura original e as palavras.
As outras composições mostradas são exemplo da rotina dos choros, valsas, polcas, marchinhas e canções tipo Vicente Celestino que assolaram nossa música popular nos anos 20/30, com poucas exceções, como as de Pixinguinha “tu és divina e graciosa…”, como as de Noel “a minha cama é uma folha de jornal…”, até a chegada de Nélson Gonçalves gravando tangos, do bolerão dos anos 40/50, do baião de Luiz Gonzaga e da fossa de Nora Ney e Maysa. Isso tudo é matéria para apresentação em outras rádios, não na “rádio da música clássica no Brasil”.
Em seguida, a “rádio da música clássica no Brasil” levou ao ar um programa de jazz de qualidade discutível. Há muita gente no Brasil que pensa que se é jazz é bom. Há muito jazz ruim, chato e sem valor musical. Escute uma hora seguida de jazz atual para verificar se estou exagerando (estou falando de jazz, não de música popular norte-americana em geral).
Fui dormir com meu radinho de cabeceira ligado, naturalmente na RÁDIO MEC-FM. Mais tarde, enquanto eu lia o meu Cruz e Souza com suas brancas luas e neblinas, foi ao ar o programa “CLÁSSICOS NA MADRUGADA”, excelente seleção só de música clássica, que vai ao ar até as 6 horas. Ou seja, a RÁDIO MEC-FM dedica seu horário nobre à música popular, e a madrugada aos notívagos e fantasmas. De qual genial cabeça veio a inaceitável ideia? Quem é o responsável pela facécia?
QUIDQUID LATET APPAREBIT
MARCUS GÓES- FEV 2014
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