NONA DE LVB, ARTIGO DE LUXO. CRÍTICA DE MARCUS GÓES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
A Nona Sinfonia de Beethoven é uma dessas obras centrais e fundamentais da história da música.
Só a menção de seu título é origem de imediatos emoção artística, respeito musical, apreço, prestígio, admiração. Forma talvez, em escolha livre e pessoal, com a Missa em si menor e a Paixão segundo São Mateus, de Bach, a Missa em dó menor de Mozart e o Tristão e Isolda, de Wagner, o conjunto de maiores obras de toda a música, o que obviamente é discutível, de acordo com o gosto e sentimento próprios de cada um. No entanto, pensamos que em uma votação de milhares de pessoas conhecedoras de música, a escolha acima não estará longe do resultado geral.
Pois foi essa obra de transcendental importância, beleza e magnitude que o TMRJ apresentou dia 14 do corrente com sua orquestra sinfônica, seu coro e solistas vocais, regidos pelo Maestro Isaac Karabtchevsky, Este já regeu a obra muitas vezes, o que lhe dá grande intimidade com a partitura e lhe traz uma certa facilidade para resolver problemas na execução das partes mais intrincadas.
Não pude estar presente, por motivo de saúde, mas posso entrever que, com o magnífico coro de nosso maior teatro e sua não menos excelente orquestra sinfônica a extraordinária (puxa,quanto adjetivo !!) obra tenha vindo a público em todo seu esplendor. Ainda mais com um ótimo quarteto de solistas vocais.
Mas atenção: esta não é uma crítica e sim um conjunto de afirmações e suposições. E nesse terreno tudo é possível. É notória (e aí não estamos fazendo uma suposição) a intimidade do regente Isaac com a obra, mas nem sempre tudo dá certo. Aqui uma clarineta entra atrasada, ali um solista vocal desafina, acolá falta lirismo no adagio ou expressão alegre no scherzo. Não sabemos o que houve.
Este artigo se destina mais a dar relevo à acertada escolha do TMRJ ao abrir uma temporada de um teatro de música clássica, ballet e dança com a Nona Sinfonia de Beethoven, este gigante da música nunca superado, uma das obras mais marcantes e definidoras do que seria toda a música do romantismo do século XIX, mãe geral, fecunda e benéfica de tudo que veio depois dela.
Haverá os pobres de espírito musical que teriam preferido que o TMRJ abrisse seu ano com uma ópera italiana. A estes, um conselho: vão prá casa ver DVD.
DONUM FAC REMISSIONIS/ ANTE DIEM RATIONIS
MARCUS GÓES – MARÇO 2014
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