PAIXÃO SEGUNDO SÃO JOÃO APAIXONA. CRÍTICA DE ANTÔNIO RODRIGUES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

Uma performance maravilhosa.
Hoje, 18.04.2014, sexta-feira santa, a OSB mais o Calíope e solistas apresentaram, na Cidade das Artes, esta maravilhosa obra de J. S. Bach, que dispensa comentários. Agradeço a Deus poder ter tido a oportunidade de assistir duas vezes à execução desta Paixão – uma com a Osesp e esta agora com a OSB. Quem merece?
Eu ainda não tinha ido à Cidade das Artes e confesso que fiquei muito bem impressionado. O espaço é muito amplo, muito bonito, moderno e, a meu ver, a acústica é boa. Fiquei  praticamente no meio da plateia. Nenhum problema. Não sei se alguma pessoa que tenha estado em outro lugar teria a mesma opinião.
Algumas observações eu queria fazer antes de falar sobre o concerto.
- penso que a Cidade das Artes, para o futuro, deveria providenciar um anteparo de madeira para colocar em volta e por cima dos corais que lá se apresentam, para que o som não se perca para cima e para os lados;
- cada maestro sabe de si, mas penso também que dispor o coral em apenas 2 fileiras faz com que se perca muito da unidade e da força do conjunto. O melhor, na minha opinião, seriam 2 filas para cada naipe.

O que dizer sobre o concerto? Acho que esta será a crítica mais fácil que terei feito na vida até agora.
Orquestra Sinfônica Brasileira (parte dela na verdade) esteve perfeita e os solistas instrumentais acompanharam lindamente os solistas vocais, sem tropeço de espécie alguma.
Os solistas vocais Lício Bruno (como Jesus), Pablo Pollitzer (como cronista),Gabriella Pace e Adriana Clis (como solistas) estiveram muito bem. Talvez o cronista, que teve que fazer também os solos de tenor, tenha, em algumas passagens, ficado um pouco aquém, mas foi o mais aplaudido pelo público na apresentação final.
Não pretendo gastar o meu latim falando do Calíope (reforçado, como era de se esperar). Se ele tivesse tido a seu favor as duas observações que coloquei acima, teria tido um desempenho irretocável e magnificentíssimo. Como não teve, ficou apenasirretocável e magnífico. Espetacular… Parabéns, é óbvio, ao Júlio Moretzsohn.
Do maestro Roberto Minczuk, regente e mestre de cerimônia do espetáculo, o que dizer? Bom… se o espetáculo foi perfeito, o maestro foi perfeito…
Mas só Deus e eu sabemos que, no fundo… no fundo mesmo, o que eu queria era estar nesse lindo coral cantando…
Antônio Rodrigues
Fonte: http://www.movimento.com/

Comentários

  1. Muito burocrática sua crítica Antônio Rodrigues, não disse que ao fim do concerto boa parte da plateia tinha ido embora. Quanto a sala apesar da boa acústica é impossível dos camarotes ou galeria visualizar o palco, pois em todas tem uma grade de proteção, inclusive entre as cadeiras, desnecessário. O cronista era péssimo de voz feia e desafinado. Quanto ao coro realmente esteve perfeito e foi o ponto alto do espetáculo, mas os solistas do coro foram muito mal escolhidos, fracos e sem a menor condição. Dos solistas apenas Licio Bruno e Gabriela Pace foram bem, a mezzo Adriana Clis tinha um ovo na boca e voz entubada...... Se esse foi o melhor concerto que você assistiu, tu tá mau hein.....

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  2. Interessante o seu comentário... Porém este não reflete, em parte, a realidade.
    O tenor, como Evangelista e solista, não desafinou. E, mesmo não sendo fiel à questões como a interpretação de acordo com o estilo barroco, comunicou e emocionou em muitos momentos. O mesmo aconteceu com os outros solistas. Porém o único irrepreensível foi o Licio Bruno, com o desempenho digno de levar às lágrimas.
    Com todo respeito, deixo aqui minha opinião, em contraposição à sua, deixando bem claro que, cada opinião é subjetiva e reflete, com isso, um ponto de vista pessoal. Isto serve até mesmo para o crítico do site.
    Obrigada pela atenção!

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  3. Cada vez que leio essas criticas, me pergunto...Será que viram o mesmo concerto?
    Assisti esse concerto e realmente náo achei ruim de todo, mas de longe... Mas de muito longe uma obra prima.
    Pergunto honestamente os critérios que os Srs. usam para essas críticas?

    Gostaria de realmente escutar uma crìtica mais ampla...comparando com expoentes internacionais, como o King's Consort, Gabrielli Consort ou Hysperion XX. Podem fazer isso?

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  4. Como participante do concerto posso ressaltar alguns pontos que não foram presenciados por aqueles que estiveram naquele dia.
    Na verdade o coro apresentou a obra toda 5 vezes, de segunda a sexta. O Evangelista apresentou 3 vezes sempre com todo potencial, porém dentro da partitura é o papel mais difícil e com passagens vocais extremamente cansativas.
    Creio que a necessidade de rebatedores atrás do coro seja realmente indispensável no palco.
    Em relação ao equilíbrio entre coro e orquestra é bom observar que haveria a necessidade de um coro um pouco maior, porém isso não é o coro que escolhe.
    Também contribuiria muito se o coro estivesse em formato de U, porém os praticáveis eram retos e não curvos, erro que também ocorre nos praticáveis do Teatro Municipal.

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