MINCZUK, STEINBACHER E A OSB EM PROGRAMA INÉDITO. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

   

                                                    OSB, FOTO INTERNET
   
   Apresentação no Domingo as 21:00 horas não é das mais atraentes para o público, se mencionar que o frio era de rachar o desânimo toma conta e a vontade que dá é de ficar em casa debaixo do edredom. Surpresa foi ver a Sala São Paulo com bom público no último dia 25 para assistir a apresentação da Orquestra Sinfônica Brasileira em um programa que opta pelo ineditismo.
   Quem ouve a peça Uma noite no Monte Calvo de Mussorgsky vai se lembrar do filme Fantasia de Walt Disney, quem esperava isso quebrou a cara. A versão famosa e apresentada no filme é uma orquestração amaciada feita por Rimsky-Korsakov após a morte do compositor. A peça apresentada pela OSB é a versão original da obra. Impactante, com força na orquestração e uma dinâmica que prioriza o sombrio. Bruxas andam soltas nesse trabalho de movimento único, a OSB regida com competência por Roberto Minczuk captou toda a expressividade da força musical da peça.
   O melhor da noite ainda estava por vir, Arabella Steinbacher foi convocada para solar o Concerto para Violino e Orquestra de Dvoràk . Munida de um Stradivarius 1716 não se fez de rogada, mostrou refinamento e uma técnica apurada. Seus diálogos com a orquestra mostraram precisão, no primeiro movimento mostrou expressividade e no terceiro tocou com refinamento no tema central em conversas íntimas com todos os naipes. Minczuk fez sua orquestra tocar em volume e andamentos corretos com comandos precisos. O conjunto solista e orquestra apresentaram música da mais alta qualidade.
   A Sinfonia N. 1 de Rachmaninoff esteve mofando nos arquivos por muitos anos, sua estreia não foi das melhores e dizem as más línguas que o maestro da época tomou umas a mais e regeu embriagado. Muitos o culpam pelo fracasso da sinfonia. A estreia em solos brasileiros mostrou que essa sinfonia caiu no esquecimento não por culpa de um maestro bêbado e sim pela composição. Pesada na orquestração onde nenhum grande tema se sobressaí, os metais são usados em demasia e não acrescentam muito. Temas do folclore russo aparecem e desaparecem sem consistência e nexo. A OSB consegue extrair o máximo de uma partitura ruim, exibe metais precisos e bons solos de seu spala. O destaque do terceiro movimento fica com a ótima exibição da flautista Claudia Nascimento com excelentes intervenções.
Ali Hassan Ayache  
   
     

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