MOZARTEUM BRASILEIRO E OS NOVATOS DA OSLO CAMERATA. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

   

  Dando sequência a grande temporada do Mozarteum Brasileiro 2014 tivemos nos dias 19 e 20 de Maio na Sala São Paulo a Oslo Camerata. Vindos da distante Noruega os músicos mesclam poucos veteranos com maioria de novatos no quadro da orquestra. Interessante saber que a Oslo Camerata está envolvida com o Projeto Aprendiz na cidade de Niterói/RJ onde são formados conjuntos de câmara em comunidades carentes, embora isso não dê qualidade musical à orquestra.
   Liderada pelo violinista Stephan Barratt-Due a Oslo Camerata apresentou um repertório eclético em seu programa, no Divertimento para Cordas em Ré Maior de Mozart e em Two Melodies de Grieg os noruegueses não se entenderam muito bem. Sobraram desencontros entre os naipes e a sonoridade ficou abafada. Faltou coordenação em diversos diálogos musicais e o som saiu sem a menor empolgação.
   Na terceira peça Sinding Suite em Lá Menor de Christian Sinding com arranjo para viola e orquestra de cordas de Nils Thor Rosth a orquestra mostrou que possuí um grande músico em seu quadro. O jovem violista Eivind Holstmark Ringstad mostrou virtuosismo e excelente técnica em difíceis solos, domínio do instrumento e uma capacidade de emocionar. Suas notas sobrevoam a Sala São Paulo com destreza e conseguem vibrações espetaculares. Contagiada pelo excelente violista a Oslo Camerata evoluiu na sonoridade e conseguiu equilibrar o volume entregando um som uniforme.

   Após o intervalo o programa segue com o Concerto e ré maior para violinos e cordas de Bach e a Sinfonia N. 8 em ré maior de Mendelssonhn. Na obra de Bach a orquestra conseguiu uma sonoridade harmoniosa com os temas e solos sendo exibidos de forma clara. Em Mendelssohn faltou corpo e volume devido ao pequeno número de músicos, embora a sonoridade tenha ficado limpa com frases musicais tocadas com precisão.
   A Oslo Camerata mostrou oscilações nas cinco peças apresentadas na Sala São Paulo, a quantidade enorme de jovens músicos se perdeu em diversas partes. O comandante do naipe dos violoncelos parecia estar com raiva de seu instrumento, mão pesada nele e nada de sutileza. A temporada do Mozarteum merece músicos mais experientes e um som orquestral melhor.
Ali Hassan Ayache 

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