RECITAL EM PETROPOLIS - HOMENAGEM A RICHARD STRAUSS.

Celebrando os 150 anos de nascimento do compositor (11/6/1864 -  8/9/1949).

Celebramos os 150 anos do nascimento do compositor Richard Strauss – para quem Stefan Zweig escreveu o libreto da ópera A mulher silenciosa – com um ciclo de canções de seu mestre Richard Wagner e outro, de seu contemporâneo mais expressivos, Gustav Mahler.

PROGRAMA
Richard Wagner, Wesendonck-Lieder
- Der Engel
- Stehe still!
- Im Treibhaus (estudo para Tristao e Isolda)
- Schmerzen
- Träume (estudo para Tristao e Isolda)
Gustav Mahler, Rückert-Lieder
- Liebst du um Schönheit
- Ich atmet’ einen linden Duft
- Bicke mir nicht in die Lieder
- Um Mitternacht
- Ich bin der Welt abhanden gekommen

Carolina Faria, mezzo-soprano
Voz de cores quentes e grande fervor expressivo“. Assim o crítico Clóvis Marques definiu o timbre de Carolina Faria na revista Concerto. Conhecida pela expressividade de suas interpretações e pelo domínio de palco, Carolina tem encantado o público e a crítica com suas performances em óperas, concertos com orquestra e recitais de câmera. Em fevereiro, foi solista na Nona Sinfonia, de Beethoven, com a OSESP. O programa deste ano inclui o Messias, de Händel, e um recital com obras de Strauss na Sala Cecília Meireles, bem como a gravação de um especial sobre Strauss na TVE com Priscila Bonfim e o violoncelista Alceu Reis.

Priscila Bomfim, piano
bomfim 200 Recital em Petrópolis   homenagem a Richard Strauss
Priscila Bomfim
É pianista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde trabalha com os cantores e solistas nas produções de ópera desde 2000. Aos nove anos de idade, venceu seu primeiro concurso de piano, em Braga, Portugal, onde nasceu. É Bacharel e Mestre em Piano pela UFRJ, onde estudou com Mary Benaion, Luís Henrique Senise e Miriam Grossman, e onde termina Regência Orquestral na classe do maestro Ernani Aguiar.
Tem se apresentado em diversas salas de concerto do país, além do Carnegie Hall (Weill Hall) em Nova York e em várias cidades no Chile. Em 2010, dirigiu as óperas Une Education Manquée (Chabrier), The Telephone (Menotti) e Hänsel und Gretel (Humperdink), do Projeto Ópera no Bolso, bem como a ópera Domitila (Ripper), projeto premiado pelo Circuito Funarte de Música Clássica que viajou pelo Brasil. Realizou gravações para a TV e Rádio MEC. Integra o Grupo Camerístico do Rio de Janeiro, o Trio Di Prima, e atua como pianista junto às principais orquestras sinfônicas do Rio de Janeiro

Richard Strauss e Stefan Zweig
O mais destacado compositor do final do Romantismo além de Mahler, Strauss é conhecido pelas suas óperas, como Der Rosenkavalier e Salomé, pelos poemas sinfônicos como Till Eulenspiegel, Also sprach Zarathustra e Morte e Transfiguração, as grandes obras orquestrais – como Metamorfosen, uma meditação sobre a bestialidade da guerra e pelos seus lieder, especialmente Quatro Últimas Canções.
Depois da morte do poeta e dramaturgo Hugo von Hofmannsthal, libretista predileto de Strauss, Stefan Zweig foi escolhido pelo compositor para escrever o libreto de uma ópera “leve”.  Zweig inspirou-se no elisabetano Bem Jonson e escreveu Die Schweigsame Frau (A mulher silenciosa). A parceria entre Strauss e Zweig durou quatro anos (1931-1935). Foi uma espécie de conspiração silenciosa porque, a partir de 1933, Zweig foi escolhido por Goebbels e Hitler para presidir a Câmara de Música do Reich (nazista), e a parceria precisou ser clandestina. Goebbels e Hitler admitiram que a ópera Die Schweigsame Frau fosse montada, mas proibiram que o compositor encomendasse outros libretos ao escritor. Zweig escreveu algumas sinopses, que entregou a colegas não-judeus. A Gestapo apreendeu uma carta de Strauss para Zweig. Para defender-se, o compositor desabafou pesadamente contra os nazistas. A carta foi levada a Hitler, que exigiu sua demissão. A estreia de “A mulher silenciosa” ocorreu em junho de 1935 em Dresden, mas só houve duas récitas.

Wagner
O ciclo de canções Wesendonck-Lieder (Cinco poemas para voz feminina e piano) foi composto entre 1857 e 1858 inspirado em poemas de Mathilde Wesendonck. A mulher do comerciante Otto Wesendonck – que apoiou Wagner financeiramente durante seu exílio na Suíça – era sua musa inspiradora, e ambos nutriam uma paixão platônica um pelo outro, até a esposa de Wagner, Minna, interceptar uma carta do marido para Mathilde e provocar a ruptura. O sentimento de anseio constante porém não atendido se reflete na ópera Tristão e Isolda, escrita na mesma época – tanto que duas canções do ciclo foram designadas por Wagner como estudos para Tristão e Isolda. A canção Träume foi instrumentada por Wagner em dezembro de 1857 para violino solo e pequena orquestra.

Mahler
Lendo os textos do poeta alemão Friedrich Rückert (1788-1866), não é difícil descobrir por que tanto agradaram ao compositor do Romantismo tardio. Liebst du um Schönheit (Se amares por beleza) foi um presente de Mahler à sua mulher alma e fala de um artista que tem pouco dinheiro e é pouco atraente fisicamente. Da terceira canção, Ich bin der Welt abhanden gekommen (Perdi-me para o mundo), Mahler disse, certa vez: “Sou eu”. No poema, Rückert captura a imagem do artista romântico enquanto figura solitária, recluso do mundo e de suas distrações terrenas, destinado a ficar sozinho e ser esquecido. Segundo o crítico Ryan Dorin, a canção mais longa, Um Mitternacht (À meia-noite), Mahler nos leva para uma viagem para dentro da alma, explorando a construção simétrica do poema e usando repetições de frases e padrões até transcender todas as amarras humanas e terrestres. Ao contrário de Kindertotenlieder, os Rückert-Lieder não compõem um ciclo fixo, mas são peças individuais. Escritas em 1901702, foram publicadas pela primeira vez em 1905 e apresentados na versão orquestral em janeiro de 1905 sob direção do compositor.

SERVIÇO
Casa Stefan Zweig
Rua Gonçalves Dias, 34 – Valparaíso
Dia 7 de junho de 2014, sábado, às 17h.                                        
Entrada franca

Fonte: http://www.movimento.com/

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