O SEMPRE ESQUECIDO CARLOS GOMES NO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Cédula de cinco mil cruzeiros homenageia Carlos Gomes
O maior compositor de óperas das Américas nem sempre teve o valor que lhe é merecido em seu próprio país. Suas óperas são pouco montadas e até o presente momento somente um DVD da ópera Il Guarany de Belém do Pará teve lançamento comercial e encontra-se esgotado. Aos apreciadores restam gravações não comerciais. Nas últimas temporadas Carlos Gomes tem estado longe dos palcos do Theatro Municipal de São Paulo, merece todo ano ter ao menos um título seu apresentado. Como prêmio de consolação o teatro paulistano fez um concerto com trechos de suas principais óperas.
Começa com a mais famosa de suas aberturas, esta popularizada pelo chato programa A Voz do Brasil. A abertura de Il Guarany mostrou a Orquestra Sinfônica Municipal regida por Cláudio Cruz pesada nos metais, sua potencia excessiva destoava dos outros naipes. Conseguiu nas cordas melhor sonoridade, o desequilíbrio entre os naipes permaneceu na abertura das óperas Fosca, Lo Schiavo e Salvator Rosa. O volume da orquestra apresentou coesão nas árias e duetos em um volume correto e respeitando a voz dos solistas.
Carlos Gomes, foto Internet
Taís Bandeira cantou afinada e sintonizada com as personagens de Carlos Gomes, voz consistente e sólida. Agudos vibrantes em um timbre lírico tendendo ao spinto. No dueto Sento una forza indomita mostrou romantismo, mas foi na ária Come serenamente que sua voz exibiu toda a técnica e a capacidade de emocionar.
O tenor Marcello Vannucci apresentava-se como solista no TMSP em tempos pretéritos, a opção por cantores de fora fez com que ele ficasse limitado ao coro do teatro. Sua voz esteve impecável, brilhante e cristalina. Agudos fartos e uma técnica privilegiada foram exibidos aos montes na ária Quando nasceti tu da ópera Lo Schiavo. Todas as grandes árias e duetos de Carlos Gomes foram ouvidas em uma voz única, no auge e com um colorido vocal único. O baixo Saulo Javan acompanhou a qualidade vocal dos colegas e exibiu voz sempre pujante, graves ricos e consistentes. Outro que está no auge vocal e tem sido aproveitado em algumas óperas do TMSP.
A grande nota de pesar fica com o público, todos só pensam em futebol e poucos se deram o trabalho de ir ao teatro apreciar o grande concerto. Casa vazia é uma chatice e mais chato ainda é pessoas ficarem com aparelhos luminosos ligados no meio da apresentação. Antes ninguém fiscalizava, acabou a terra de ninguém e agora a direção do teatro tomou a sábia decisão de colocar monitores para ficar de marcação cerrada naqueles que tiram fotos ou ficam nas redes sociais. Um casal próximo pensa que tem o direito adquirido de fazer o que bem entende e ficou ofendido quando a monitora pediu educadamente para desligar o aparelho.
Ali Hassan Ayache
Ali, ontem na Sala São Paulo, um indivíduo sentado próximo ao palco não desligou o Tablet durante toda a Candide, infelizmente ninguém tomou providências e vi alguns músicos olharem toto para o cidadão que nem se tocu de sua incoveniência.
ResponderExcluirInfelizmente as pessoas pensam que estão em suas casas e não respeitam aos outros,