BERNSTEIN, O MELHOR COMPOSITOR DE TODOS OS TEMPOS NA SALA SP. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

    Arthur Nestrovski quando assumiu a direção da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo teve a  ideia de intitular um tema para cada temporada. Não existe nada de inédito nisso, a de 2014 ele nomeou de "Na Paisagem dos Sessenta" em homenagem aos 60 anos da OSESP. Esperava-se com isso homenagens a antigos membros da orquestra ou valorização dos atuais músicos.
                                                                         Leonard Bernstein, queridinho na OSESP, foto Internet
   
   Infelizmente a realidade é bem diferente amigos. O que ouvimos pelos corredores da Sala São Paulo são músicos descontentes com a administração centralizada que prima pelo culto à imagem do próprio Nestrovki. Um importante chefe de naipes pensa em pedir demissão, está descontente com a administração e com a escolha equivocada da programação. Cita Candide de Bernstein, apresentada em Julho, esta não passa de um musical americano melhorado e para piorar com vozes microfonadas, ficou um horror. Não se repõe com facilidade músicos competentes nos quadros de uma orquestra. Outro fator que gera indigestão nos músicos e soa como desrespeito é a vinda de Spallas convidados, essa semana é o japonês Jun Iwasaki. Com tantos talentos no violino nos quadros da orquestra por que trazer músicos de fora?
   A temporada de 2014 deveria se chamar  "Viva Leonard Bernstein" ou "Bernstein, o melhor compositor de todos os tempos" tal a quantidade de obras apresentadas do compositor estadunidense. Sabemos que a diretora musical e regente titular da casa Marin Alsop foi aluna dele, mas nada justifica tantas obras apresentadas em um único ano com a desculpa de compositor transversal. 
   A OSESP deu prosseguimento a sua temporada na noite de 31 de Julho, assumiu a batuta o regente Giacarlo Guerrero. Mostrou-se perdido na regência, a sonoridade da orquestra esteve alta, com volume exagerado e sem brilho. Barulhenta na obra Fandangos de Roberto Sierra, mais lembrava uma banda interiorana. Gestos exagerados, feições dramáticas e empolgação excessiva não são sinônimo de boa regência. Guerrero abusou de tudo isso e deturpou a música da orquestra. Appalachian Sping: Suite de Aaron Copland entrou de última hora no programa. Quando todos os naipes se encontravam era um Deus nos acuda, uma barulheira tremenda.
   A Brasiliana de Claudio Santoro seguiu o baixo padrão de qualidade apresentado antes do intervalo. O único motivo cabível para On The Waterfront- Suite Sinfônica de Bernstein estar na programação da OSESP é Marin Alsop, ela deve ter imposto essa peça com música nada inspirada, muitas vezes chata e com regência péssima de Gerrero. Com certeza a pior apresentação da OSESP do ano até o presente momento. 
Ali Hassan Ayache  

Comentários

  1. Marcelo Lopes Pereira7 de agosto de 2014 às 20:42

    Como comentei no artigo da Viviane, no Brasil, apesar de seu gênio difícil, ninguém consegue fazer programas como o Neschiling.

    Além de programas como o citado acima, achei Candide fora de propósito para uma orquestra do nível da OSESP, Candide seria mais adequada para execução da Orquestra Jovem, ou Heliópolis numa eventual viagem da OSESP, ou mesmo para que os músicos da OSESP tivessem uma semana de merecidíssimo descanso...

    O pior de tudo é a falta de segurança na porta da Sala, desde a chamada "Virada Cultural" estamos desprotegidos. Outro grande problema é o elevadíssimo preço dos ingressos, o ingresso mais caro da Berliner Philharmoniker custa 80,00 euros, porém as condições financeiras de um alemão são infinitamente maiores que as de um pobre "cidadão" brasileiro... Além disso em quase todos os concertos existem ingressos da Berliner Philharmoniker vendidos a 10,00 Euros. Parece que a atual administração prioriza o exibicionismo e quer deixar de lado os amantes dessa maravilhosa arte da música.

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