NOTAS OPERÍSTICAS: SALOME, ALARDE E DISCRIÇÃO NA OSESP, BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO E O PÚBLICO NOS TEATROS LÍRICOS.
SALOME: É inacreditável que os dois maiores teatros líricos brasileiros apresentem versões diferentes e novas da ópera Salome de Richard Strauss quase que simultaneamente. Seria pedir muito que os diretores das casas, John Neschling nobre diretor do Theatro Municipal de São Paulo e Carla Camurati nobre diretora do Theatro Municipal do Rio de Janeiro combinassem de fazer um intercâmbio da mesma produção. É só pegar o telefone e conversar ou pode ser por SMS, redes sociais ou zap zap mesmo.
ALARDE E DISCRIÇÃO NA OSESP: A excursão à Europa do ano passado feita pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo fez a direção gerar um alarde e rebuliço. Divulgou exaustivamente e em todas as mídias a viagem. O diretor Artur Nestrovski falava aos quatro ventos dela, segundo ele toda a crítica especializada teceu elogios suntuosos a sua orquestra. Esse ano, mais precisamente no mês de Agosto a OSESP está excursionando pelo Brasil, o alarde é bem menor, mas bem menor mesmo e a divulgação bem mais modesta.
BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO: Quando o assunto é dança moderna os bailarinos do municipal são exímios dançarinos, o problema é que há mais de 30 anos fazem a mesma coisa. Sobram cambalhotas e gente se arrastando no chão e falta a dança clássica. A apresentação de Agosto seguiu o mesmo padrão municipal de coreografias, seres assexuados em "pas de deux" e trocas de figurinos em cena é a repetição da repetição. A ressalva é a regência de Luis Gustavo Petri, exibiu excelente sonoridade com os músicos da Orquestra Sinfônica Municipal, talvez tenha descoberto sua vocação, ser maestro de balé.
PÚBLICO NOS TEATROS LÍRICOS: Quando comecei a frequentar os teatros líricos o público era bem menor. Hoje se vê em quase todas as apresentações salas cheias ou lotadas. Reflexo do crescimento econômico vivido na última década a procura por cultura tem aumentado e com ela aparecem seres de todo tipo. Sobram pessoas que conversam no meio da apresentação, tem aqueles que pagam uma fortuna pelo ingresso e não desconectam o celular das redes sociais, muitos aplaudem fora de hora e mesmo com o aviso que diz que é proibido filmar ou fotografar tem sempre alguém que adora fazer isso.
Ali Hassan Ayache
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