COMENTÁRIOS SOBRE A TEMPORADA 2015 DA OSESP. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Denominada "Os Lugares da Música" e cheia de nomes pomposos onde reinam convidados com cargos e títulos de todos os tipos e gostos a OSESP lançou sua temporada 2015.
Uma das reclamações dos músicos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo é o excesso de apresentações. Eles reivindicam mais tempo de preparação para os concertos. O problema continua o mesmo, ano passado tivemos 36 apresentações e esse ano o número é o mesmo. Os músicos mais uma vez não foram ouvidos e a debandada pode continuar, o ex-spalla Claudio Cruz e o primeiro violoncelo Johannes Gramsch já se mandaram.
Analisando friamente a programação vemos que existem concertos interessantes, muitos deles capazes de espantar o público, algumas incoerências e uma penca de solistas e maestros estrangeiros como ocorre todo ano. A opção por compositores contemporâneos e por encomendas pode ser linda na teoria e empresta um ar de modernidade, na prática o público foge dela. Vejamos a apresentação dos dias 09 e 10 de Outubro, uma mistura de Brahms e o atual James Macmillan. Público de cerca de 800 pessoas na quinta-feira e um pouco mais de 700 na sexta. Lembro que a capacidade da Sala São Paulo é para mais de 1400 lugares.
A regente titular Marin Alsop diz que quer refinar a sonoridade da orquestra, será que ela só lembrou esse detalhe agora. Ela está com a orquestra há mais de dois anos e até o momento a sonoridade da OSESP encontra-se estacionada. Mais uma vez ela vai ficar pouco com a orquestra, fará concertos exigidos por contrato, se manterá longe do dia a dia e receberá uma bolada.
Tem comentarista se gabando que John Adams ao aceitar ser o compositor visitante da OSESP em 2015 mostra prestígio internacional da orquestra. Com um cheque gordo na conta qualquer compositor aceita esse honroso cargo, até a orquestra de Piraporinha o contrata.
Um detalhe que ninguém da imprensa comentou e juro que não entendo o por quê? O preço dos ingressos será reajustado mais uma vez, tive acesso a uma tabela de preços e o aumento em algumas assinaturas beira aos 20%. A Sociedade de Cultura Artística manteve o valor igual e o Mozarteum Brasileiro vai reduzir o preço. Mais uma medida de Nestrovski em seu plano de elitizar o público da OSESP .
John Neschling e Arthur Nestrovski seguem o mesmo padrão de comportamento. Ambos deixaram de ser meus amigos na mais famosa das redes sociais, ambos lançam uma temporada e nunca me convidam para o evento. Lembro aos dois diretores que sou o que mais comenta e divulga a programação de vossos teatros. Se soubessem o tamanho da audiência do blog ficariam estarrecidos, cair-lhes-iam as caras no chão. Tenho um monte de perguntas legais para os dois. Parece que eles não são chegados a uma discordância e gostam somente da imprensa chapa branca, do tapinha nas costas, e dos intermináveis elogios. Desse blog e desse escriba nunca terão.
Ali Hassan Ayache
Comentário de Domingos D'Arsie no Facebook: Caro Ali Hassan Ayache, até agora assinei todos os Concertos de todas as temporadas da OSESP. Com essa enxurrada de ruidosos "kompositores" contemporâneos e a visível qualidade estacionária da programação da orquestra, vou repensar minhas assinaturas. O Mozarteum e a Cultura Artística, sem dúvida, valem muito mais a pena. Abs.
ResponderExcluirCada série sinfônica tem agora 9 concertos ao invés de Oito daí esse aumento, a OSESP deveria destacar isso pois isso causará uma debandada de assinantes.
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