BALLET DO TEATRO MARIINSKY (KIROV) EM SÃO PAULO.


O Ballet do Teatro Mariinsky apresenta dois programas diferentes nesta turnê pelo Brasil: "O Corsário" e a "Grande Gala".

Em sua volta ao Brasil o Ballet do Teatro Mariinsky traz um dos mais famosos balés do repertório clássico de todos os tempos. “O Corsário” estreou no Théâtre Impérial de l’Opéra de Paris em 1856, com música de Adolphe Adam e coreografia de Mazilier. Dois anos depois estreava em São Petersburgo, com coreografia de Jules Perrot, posteriormente modificada por Petipa. Foi nesta formatação que “O Corsário” se tornou um dos grandes sucessos do Ballet Marrinsky, e veículo privilegiado para o brilho de seus solistas.
Além de “O Corsário”, o Kirov apresenta no país um espetáculo reunindo grandes momentos da arte coreográfica, apresentados por alguns dos maiores nomes do balé da atualidade – a “Grande Gala”. A Grande Gala abre com a célebre Chopiniana, também conhecida como Les Sylphides, com coreografia de Mikhail Fokine.  Segue-se a segunda parte do programa com dois números: O Espectro da Rosa e A Morte do Cisne — grandes clássicos do balé da primeira metade do século XX — ambos assinados também por Fokine. O espetáculo encerra com um Divertissement, onde se destacam o “grand pas” de Don Quixote e Diana e Acteon.
A história da mais celebrada companhia de balé do mundo começou com Jean-Baptiste Landé em 1738. O mestre de dança francês chegou a São Petersburgo a chamado da Imperatriz Anna Ioannova, com uma missão específica: fundar uma escola de dança. Esta instituição, origem da famosíssima Academia de Balé Vaganova, era destinada aos filhos dos criados do palácio. Ou seja – o nobre balé russo, já com 276 anos de existência, nasceu plebeu. O desejo da Imperatriz Catarina II, que sucedeu a Anna Ioannova, era fazer de São Petersburgo a capital cultural do Norte Europeu, rivalizando com a fervilhante Viena da Imperatriz Maria Teresa. Catarina não poupou esforços. Foram chamados os mais importantes mestres de bailado da Europa Ocidental.
Nos anos que se seguiram, alguns dos principais nomes da história da dança passaram pelos quadros do Kirov: Charles Louis Didelot, o coreógrafo Filippo Taglioni com sua irmã, a bailarina Maria Taglioni, a dançarina Fanny Elssler,  Christian Johannsen, o coreógrafo Jules Perrot, o mestre de bailado  Arthur Saint-Léon. Mas foi Marius Petipa o responsável pela grande eclosão do balé russo e pela criação de espetáculos que ainda hoje encantam o público. Petipa tinha 29 anos quando chegou a São Petersburgo em 1847, como bailarino e coreógrafo. A grande contribuição de Petipa foi ter logrado realizar a síntese de dois estilos de dança estrangeiros: o italiano e o francês, que eram diametralmente opostos. Esta simbiose, aliada aos temas russos e a sua música apaixonada, deu origem a um produto híbrido: o balé acadêmico russo, que reunia o melhor de todos os mundos. A arte da dança deve ainda a Petipa o equilíbrio entre mímica e dança, os ensembles do corps de ballet e as regras precisas na sequência do pas de deux. Ao apagar das luzes do século XIX, os bailarinos russos já rivalizavam e até superavam os virtuosos italianos.
Mas a revolução política e o sopro da renovação que estavam no ar na aurora do século XX não poderiam deixar de atingir o Ballet de São Petersburgo. Produtos da escola de São Petersburgo como Karsavina, Pavlova e Nijinsky lideravam uma nova onda de genialidade na dança, impondo uma nova imagem do balé russo. Nos anos 20, a partir dos trabalhos de preservação da tradição do balé, nascia o balé soviético, agora orientado para a nova audiência proletária e com obras que fizeram a companhia ser o que hoje representa para a história do balé mundial.
Com o fim do comunismo, a queda das barreiras ideológicas e a crescente integração da Rússia ao bloco ocidental, o Kirov Ballet  do Teatro Mariinksy permanece um marco e referencial obrigatório para todo o mundo do balé. Mais que um santuário da dança clássica, a companhia é uma constante fonte de inspiração, um patrimônio cultural mundial da arte da dança, reverenciado em todo o mundo.
Serviço:

AGENDA

19 A 23 DE NOVEMBRO

O CORSÁRIO 
Quarta e quinta-feira, 21h
Sexta-feira, 21h30
Sábado, 15h30 e 21h

GRANDE GALA
Domingo, 17h

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