LUCIA DI LAMMERMOOR - BAYARISCHE STAATSOPER, FEVEREIRO 2015. CRÍTICA DE FANÁTICO UM NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.


(text in english below)

Bayerische Staatsoper transmitiu em directo no dia 8 de Fevereiro a nova produção da opera de G. Donizetti Lucia di Lammermoor (Staatsoper.TV, transmissão gratuita).

A encenação, da polaca Barbara Wysocka transportou a acção para os EUA nas décadas de 50 e 60 do Século passado. Tudo se passa num grande salão abandonado e decadente onde, ao longo da récita,  são colocadas umas cadeiras e secretárias, e aparece um carro da época. 

(Fotografia Bayerische Staatsoper, Wilfried Hösl)

Retrata-se um confronto entre classes sociais em que Lord Enrico Ashton é um político que obriga a irmã a Lucia a casar contra sua vontade com Lord Arturo Bucklaw, em detrimento do seu amado Sir Edgardo di Ravenswood, aqui representado à imagem de James Dean. Muitas pistolas são apontadas ao longo da récita. O guarda-roupa é cuidado. Não gostei do que vi porque acho que não trouxe nada de novo e o que se cantava era frequentemente diferente do que se via.

                           (Fotografia Bayerische Staatsoper, Wilfried Hösl)


A direcção musical, marcante, foi do maestro Kirill PetrenkoOrquestra e Coro da Bayerische Staatsoper estiveram muito bem. Na orquestra foi utilizada uma harmónica de vidro e foi muito interessante a apresentação do instrumento feita no intervalo.

Diana Damrau foi uma Lucia excelente. Esteve em grande forma vocal e também foi muito expressiva no desempenho cénico. O ponto alto foi a cena da loucura, nesta encenação muito diferente do habitual, mas que a cantora interpretou de forma marcante. O papel é de grande exigência técnica mas a Damrau interpretou-o ao mais alto nível, com uma coloratura impressionante e sempre afinada.

                   (Fotografia Bayerische Staatsoper, Wilfried Hösl)

Também o Edgaro do tenor Pavel Breslik foi muito bom, talvez a melhor interpretação que lhe ouvi. É certo que ao vivo a percepção é diferente, mas na transmissão esteve sempre bem audível, voz de timbre bonito e desempenho cénico muito bom.

Dalibor Jenis foi um Enrico que cumpriu sem deslumbrar, pouco expressivo e monocórdico ao longo de toda a récita.

                      (Fotografia Bayerische Staatsoper, Wilfried Hösl)

Nos papéis secundários destacou-se Georg Zeppenfeld que foi um excelente padre Raimondo, mas também estiveram bem Emanuele D’Aguanno como Arturo, Rachael Wilson como Alisia e Dean Power como Normanno.


                     (Fotografias Bayerische Staatsoper, Wilfried Hösl)

É para mim sempre um grande prazer ver esta ópera, mesmo quando a encenação não ajuda, como foi o caso.

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Bayerische Staatsoper broadcast live on February 8 the new production of Donizetti’s opera Lucia di Lammermoor(Staatsoper.TV, free transmission).

The staging by Polish Barbara Wysocka set the action in the US in the 50s and 60s of last century. Everything takes place in a large abandoned and decaying hall where, along the performance, some chairs and desks are placed, and a car . The setting portrays a confrontation between social classes in which Lord Enrico Ashton is a politician who forces his sister Lucia to marry against her will to Lord Arturo Bucklaw, to the detriment of his beloved Sir Edgardo di Ravenswood, here represented at the image of James Dean. Many guns are pointed along the recitation. The dresses are interesting. I did not like what I saw because it did not bring anything new and what was sung was often different from what one saw.

The striking musical direction was of maestro Kirill PetrenkoOrchestra and Bayerische Staatsoper Choir were very good. The orchestra used a glass harmonica and it was very interesting the presentation of the instrument during the interval.

Diana Damrau was an excellent Lucia. She had a great vocal performance and she was also very impressive in the stage performance. The highest point was the scene of madness, very different in the presente scenario than in more conventional stagings, but the singer was excelente. The role is technically very demanding but Damrau interpreted it at the highest level, with an impressive coloratura, always in tune.

Edgaro by tenor Pavel Breslik was was very good, perhaps the best interpretation I heard from him. Admittedly live perception is different, but during the transmission he was always very audible, voice of beautiful timbre, and very good stage performance.

Dalibor Jenis was a Enrico who sung without impressing, monotonous throughout the performance.

In supporting roles the best was Georg Zeppenfeld as priest Raimondo, but also good were Emanuele D'Aguanno as Arturo, Rachael Wilson as Alisia and Dean Power as Norman.

For me it is always a great pleasure to see this opera, even when the staging does not help, as was the case

Fanatico Um

Fonte: http://fanaticosdaopera.blogspot.com.br/

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