MAIS DE 70% DOS MÚSICOS DA OSESP REJEITAM A MAESTRINA MARIN ALSOP. ARTIGO DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

   

   Pesquisa realizada com os músicos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo mostra o descontentamento deles com o trabalho da maestrina Marin Alsop, atual diretora e regente titular. Votaram 115 músicos e 80%  não desejam a renovação do contrato da maestrina e quando perguntados sobre se a orquestra teria melhorado com Marin Alsop a coisa beira a calamidade, 84% dizem que a orquestra não melhorou em nada. 
   Concordo com a opinião dos músicos e sempre critiquei Marin Alsop. Ela aparece por essas bandas, rege sem muito interesse e se manda para sua terra natal. Não existe o menor envolvimento dela com os músicos, sendo que até hoje ela não os chama pelo nome ou com a comunidade e o principal: A orquestra não evoluiu musicalmente, temos uma estagnação e a maestrina está acomodada com a situação. 
   O salário de Alsop é de US$ 640 000,00 por ano, o que dá mais de dois milhões de reais por dez semanas de trabalho. O consultor de orquestras Drew MacManus justificou ao jornal Folha de São Paulo o alto salário da seguinte forma. " Se o maestro aumenta o público, se os músicos estão felizes, se os tíquetes estão se esgotando, o investimento vale a pena". Na OSESP aconteceu o oposto, as assinaturas diminuíram, os músicos estão com cara de poucos amigos e a programação segue muitas vezes um gosto duvidoso. 
   Outros também notaram a letargia da OSESP, o grande regente Frank Shipway, morto ano passado e com mais de 80% de aprovação dos músicos enviou uma carta em 2014 à direção da orquestra e diz que Alsop " não se interessou em impor e influenciar a qualidade do som da orquestra"  e "se o casamento tivesse sido bem-sucedido, a essa altura já teria nascido uma ligação entre ela e os músicos, que teriam plena confiança nas habilidades artísticas dela e nas suas visões a respeito do futuro da OSESP." 
   Para irritar ainda mais os músicos a maestrina dividiu-os em dois grupos para ensaios, ela os chama de Guarnieri e Mignone . Dizem que a gringa prefere a galera do primeiro grupo. Isso gera diversos problemas: Impede que instrumentistas toquem com colegas diferentes, integrantes do mesmo naipe não podem trocar as escalas e são obrigados a recusar compromissos de outros trabalhos e a medida é temida por estabelecer uma hierarquia interna entre os músicos.
   O que faz o conselho de administração da orquestra ao saber da pesquisa. Invés de dar um pito na maestrina resolve iniciar conversas para renovar seu contrato por mais dois ou três anos. Parece que a direção tem um prazer sádico em irritar os músicos da casa. Declarações anônimas de alguns deles dizem que "chegamos a uma situação em que o nosso pior desempenho se dá quando somos regidos pela nossa diretora musical e isso e um contra censo", "Os ensaios acontecem de modo protocolar"  e " A orquestra está aquém de suas possibilidades." 
   O jornal O Globo enviou uma série de questionamentos a OSESP e o diretor artístico Arthur Nestrovski respondeu tudo em um texto. Arthur Nestrovski sempre ama exaltar seus feitos como gravações de CDs e turnês pela Europa, no texto abaixo Nestrovski nunca foi tão Nestrovski e mostra que é o maior poeta de água doce do Brasil, " A renovação do contrato da regente titular será uma decisão do conselho; mas isso só acontece depois de ouvir muitas vozes: músicos, assinantes e público em geral( em pesquisas anuais de satisfação) , mídia nacional e internacional( em textos sobre a OSESP) membros dos Conselhos de Orientação e Consultivo, direções executivas e artísticas, consultores estrangeiros, patrocinadores, agentes e outras pessoas do meio profissional no Brasil no exterior. Para chegar à decisão, o conselho deve avaliar também os resultados da parceria entre a regente e a orquestra nos últimos três anos, seja nos concertos regidos por ela na Sala São Paulo e nas turnês estaduais,nacionais e internacionais ( Festival BBC PROMS, e Concertgebow em 2012, Berlim , Londres, Paris e outras cidades européias em 2013), seja nas gravações (CDs para o selo Naxos) e transmissões (TV, rádio e Internet), seja ainda pela repercussão desse trabalho, no Brasil e no exterior. São muitos elementos que entram em jogo; e cabe não esquecer que a própria regente precisa ser consultada. O comprometimento dos músicos, tanto quanto da regente, tem resultado um notável desenvolvimento técnico e artístico da orquestra nesse período. Todas as avaliações apontam para uma direção altamente satisfatória. "   
Ali Hassan Ayache

Marin Alsop, foto Internet.

Fontes de pequisa: http://oglobo.globo.com/cultura/em-vias-de-renovar-contrato-com-osesp-marin-alsop-enfrenta-rejeicao-de-80-dos-musicos-15622439

http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,osesp-quer-estender-contrato-da-marin-alsop-por-mais-3-anos-imp-,1653106

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2010201110.htm





   
   

Comentários

  1. Vejo mais culpa da direção, do Nestrovski, do que da maestrina. O casamento não funcionou e eles deveriam ver isso. Mas não passam de protocolares, deslumbrados com os cargos e preocupados com bobagens anacronicas como dress code, programação cheia de blablablá no enfeite sobre ela mas nada de fato diferente, e acima de tudo essa posição geral dos musicos e outros especialistas apontando a estagnação técnica e artistica. Apontam outros exemplo historicos em que orquestra e maestro não se amavam, como se fosse possivel comparar Celibidache, Solti, Karajan e o nível em que se deixaram suas orquestras com o que temos aqui. A ditadura do banquinho e violão tem sido a ruina da OSESP

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  2. A pergunta é o q cargas d'água faz o Nestrovski como diretor artístico da OSESP! Começa por aí, com tantos maestros competentes para ocupar o cargo, deveria ter ficado com o violão dele e só. Obviamente tudo dá errado, escolha de programas que é uma churrascaria-sushi-rodízio de pizza indigesto. Maestrina que não está nem aí, etc e etc

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  3. Penso que a maestrina extrai bons resultados da orquestra às vezes,outras vezes parece pouco inspirada e sem personalidade.Leonard Bernstein no final da vida andava meio frustrado por ser reconhecido como extraordinário regente mas um compositor de música ligeira ao invés de um criador de sinfonias.Na visão dele havia assumido muitos compromissos como regente que lhe deixaram pouco tempo livre para se concentrar na composição.A aluna dele parece sofrer de um problema similar,no que se refere à carreira como regente,não se aprofunda no estudo das partituras ao ponto de ter um visão pessoal.

    Como havia falado vou divulgar aqui algumas críticas que se encontram no site de venda de discos AMAZON e que são muito mais cruéis com a maestrina do que a gente.Sobre a gravação dela da segunda de Brahms,podemos ler uma resenha que já começa com o título ''Pobre Brahms'',se referindo à falta de tensão e estilo.Outra avaliação taxa como muito lírica a interpretação,sem contraste entre as frases musicais.Outro CD,desta vez com a quarta de Tchaikovsky,foi avaliado como incapaz de competir com as gravações desta obra muito popular que se encontram disponíveis(regidas por Monteux,Szell,Karajan entre outros)em contrapartida outro afirma que as coisas estão tecnicamente corretas,mas não há inspiração aqui.Particularmente detesto o Brahms de Alsop,mas encontro certo prazer em ouvir o russo nesta versão,embora concorde que a esta leitura desses clássicos não acrescenta nada de novo.Vamos nos dirigir às especialidades dela,os americanos.Tomo como exemplo a belíssima serenata para violino,também gravada pela OSESP na época do Neschling,acho que neste caso ela se saiu bem melhor,mas as outras obras que acompanham o lançamento,como o Divertimento,mostram ao meu critério que ela carece do impulso rítmico vital que caracteriza essas obras,em outras palavras diria que ela quer ter o nome dela associado ao mestre,mas de fato ela não tem muito a ver com ele,são personalidades muito diferentes,as interpretações são quase opostas.Com relação à uma gravação de peças pouco conhecidas de Copland,um crítico foi cruel,mandou logo procurarmos em outro lugar por favor,enumerou outros regentes que se destacaram(Slatkin,Bátiz,Litton,Bernstein,Tilson Thomas) e vaticinou que todos superam e muito as leituras da nossa maestrina.

    Poucas orquestras conseguem funcionar na situação em que a OSESP está;cortes absurdos no orçamento,sobrecarga de trabalho e além disso ter que aceitar decisões autoritárias da direção,sinceramente creio que nenhuma orquestra conseguE funcionar num ambiente onde reina toda essa tensão e autoritarismo.Volto a dizer que no Brasil os músicos são tratados como na Europa do século XVIII,onde eram meros funcionários destinados à entreter os poderosos,como bobos da corte,não possuíam muitos status dentro da sociedade mesmo quando ganhavam bem,acabavam tendo que se submeter à vontade dos poderosos;Bach por ex. foi até preso.O mais curioso é que a regente não é autoritária,mas óbvio que o alto salário e o poder a seduzem.Tanto o professor dela Bernstein como Copland entre outros músicos americanos dedicaram alguns esforços no sentido de chamar atenção para a América Latina nos Estados Unidos,vejam por exemplo as obras El Salon Mexico e Danzon Cubano do compositor mais velho e West Side Story do mais novo,onde é exposto o problema da imigração latina no lugar da luta entre famílias rivais numa atualização da história de Romeu e Julieta.Marin Alsop,por estar ligada a essas nomes,estás perdendo uma oportunidade de ouro para um intercâmbio entre culturas que seria muito interessante,ao invés de reger sem dedicação programas pouco interessantes,encher o bolso de dinheiro e ir embora em direção aos centro musicais europeus e americanos onde ela talvez se sinta mais em casa.Isaac Victal.

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  4. Só gostaria de acrescentar que o prestígio de Alsop parece ser mesmo advindo de anunciar aos quatro cantos a ligação dela com o mestre Bernstein e querer aparecer em cima dele,este sim um grande,não tem outra razão,pois no site AMAZON podemos ler uma crítica na qual o resenhista apelidado Santa Fe Listener.ao comentar a gravação dela dos Chichester Psalms e da suíte On the Waterfront,nos informa que algum tempo atrás os músicos da Baltimore Symphony(orquestra que a referida maestrina dirige em seu país natal)fizeram uma votação igual a essa que fizeram aqui e decidiram majoritariamente contra a nomeação dela como diretora,logo quando ela assumiu a orquestra em 2007,estão suportando-a até hoje não sei como.Isaac Carneiro Victal.

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  5. Estou assistindo ela nesse momento, numa representação de dezembro de 16. No programa, Mahler.
    Como dito antes, parece mais um primeiro ensaio. Técnico mas morno. O programa já não ajuda muito(problema da escolha mais uma vez ) e a falta de personalidade na interpretação então. ...

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