A POÉTICA THAÏS DE MASSENET NO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

   
  Uma das pérolas do repertório operístico, "Thaïs" de Massenet dá sequencia a temporada lírica do Theatro Municipal de São Paulo. Uma ópera que foge do padrão comum e se destaca pelo casamento perfeito entre a escrita orquestral elaborada e o libreto. "Thaïs" emociona em cada cena e a cada nota os sentimentos pulsam e provocam emoções de todos os sentidos. A ópera mostra todo o exagero da sociedade e toda a contradição entre o sagrado e o profano e a luta entre duas religiões. Acertada a decisão de trazê-la ao palco do Municipal 
   O que dizer de Stefano Poda, o homem faz tudo na ópera, assina a direção, desenho de luz, cenários, figurinos e coreografia. Sua visão da obra é cheia de mensagens que vão do abstrato ao inconsciente, passeiam pelos pequenos detalhes que sempre instigam o espectador em um minimalismo que beira a excentricidade. A lentidão dos movimentos lembram obras de arte expostas em um museu que acompanham o ritmo da música de Massenet, verdadeiros quadros ou gravuras iluminados com precisão que criam um ambiente místico que foge da realidade e transporta à luta entre o sagrado e o profano.
   A criação é originária do Teatro Regio de Turim, Poda mantém o clima da ópera em uma unidade que combina todos os elementos do teatro e canto. Seus figurinos são um primor de qualidade criativa, sua luz é exuberante e os cenários passeiam entre o exótico das óperas românticas e os mais modernos conceitos do século XXI. As cores são significativas, o branco contrasta com o preto lembrando a luta entre o sagrado e o profano ou o casto e o impuro. Leitura poética que mostra uma visão intimista do diretor onde não existem culpados ou inocentes e sim o destino transfigurando suas vidas em uma lentidão reflexiva.
   Os solistas deram conta do recado, Emanoela Jaho cantou Thaïs com voz central com grande lirismo e um timbre de rara beleza, seus agudos saíram gritados em algumas passagens e foi prejudicada por ter sido colocada no fundo do palco. Lado Ataneli tem excelentes graves, é barítono a moda antiga, daqueles que predominam os graves, estes em sua voz são sempre cheios e portentosos. Cenicamente esteve frio, difícil acreditar que ele estava apaixonado pela protagonista. Destaque pela excelente voz e atuação de Jean-François Borras como Nicias e o sempre belo timbre de Carla Cottini interpretando Crobyle.  
   A Orquestra Sinfônica Municipal encontrou o caminho da boa musicalidade, nessa Thaïs regida por Alain Guingal esteve à altura da obra com as melodias de Massenet saindo dos instrumentos corretamente. Destaques também para o Coro Lírico Municipal de São Paulo em mais uma apresentação com vozes a altura da obra e para os dançarinos do Balé da Cidade de São Paulo que deram vitalidade a uma coreografia nem sempre de bom gosto. 
   John Neschling faz na rede social facebook uma interessante leitura da obra apresentada, sua visão é de alguém que conhece a ópera e suas vertentes. Analisa de forma profunda e no final relata que não quer fazer crítica e nos diz " isso que aqui descrevo não é crítica do espetáculo, longe disso. Essa tarefa deixo aos raríssimos capazes disso". Por que não cita quem são esses raríssimos. Quando o assunto é crítica de ópera, concertos e dança eu sou o "Cara" e só ler o texto acima e ver que está bom pra caralho. 

Ali Hassan Ayache


Foto, Thais em cena, foto Internet

Comentários

  1. "Quando o assunto é crítica de ópera, concertos e dança eu sou o "Cara" e só ler o texto acima e ver que está bom pra caralho." Quando leio isso tenho vontade de te fazer um chazinho e uma sopa, pq vc não é o "Cara". Bj no coração.

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  2. Para começar a se achar o "Cara", você precisa, antes de mais nada, aprender a escrever. Os erros de português que você comete são simplesmente lamentáveis.

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  3. Pontos muito bem criticados achei a mesma coisa, sempre acho falta dos elementos de cena, más o pós dramático não deixa.

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