MOZART ENCERRA TEMPORADA LÍRICA DO TMRJ.
Ópera As Bodas de Fígaro, com direção cênica de Livia Sabag e regência de Tobias Volkmann, estreia no dia 19.
Estreia no dia 19 de novembro o último título operístico da temporada 2015 do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O Coro e a Orquestra Sinfônica do TMRJapresentam As Bodas de Fígaro, obra de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), com produção original do Theatro São Pedro, de São Paulo, nos dias 19, 20, 21, 22, 26, 27, 28 e 29 de novembro.
Ao longo das oito récitas, se revezam nos papéis centrais as sopranos Carla Cottini e Chiara Santoro (Susana), Maíra Lautert e Marina Considera (Condessa de Almaviva), os barítonos Rodrigo Esteves e Felipe Oliveira (Fígaro), Douglas Hahn e Manuel Alvarez (Conde de Almaviva), e os tenores Giovanni Tristacci eCleyton Pulzi (Don Basilio), contracenando com a mezzo-soprano Malena Dayen(Cherubino) e o baixo Savio Sperandio (Don Bartolo). Completam o elenco, as mezzo-sopranos Lara Cavalcanti e Beatriz Pampolha (Marcelina), os barítonosCiro D’Araújo e Frederico de Oliveira (Antonio), as sopranos Michele Menezes e Luiza Lima (Barbarina), e os tenores Bruno dos Anjos e Guilherme Moreira(Don Curzio).
Esta montagem conta com a iluminação de Wagner Pinto, figurino de Fábio Namatame, cenografia de Nicolàs Boni, direção cênica de Livia Sabag e direção musical e regência do maestro Tobias Volkmann.
Outra novidade é que a partir da estreia de As Bodas de Fígaro será lançada a temporada 2016 do Theatro Municipal. Os espectadores receberão um livreto com mais de 60 páginas, com informações sobre as óperas, balés e concertos a serem realizados no ano que vem, com oferta de pacotes de assinatura.
Com libreto escrito por Lorenzo Da Ponte (1749-1838) a partir da comédia Le Mariage de Figaro, do dramaturgo francês Pierre Beaumarchais (1732-1799), esta ópera tem um protagonista de forte empatia e popularidade. O personagem Fígaro é ardiloso, perspicaz e ao mesmo tempo humano, de inteligência engenhosa, capaz de superar qualquer cilada. O barbeiro Fígaro fascinou Mozart, que apresentou o texto ao poeta Lorenzo Da Ponte, marcando a primeira de uma das mais vitoriosas parcerias na história da ópera. Obra-prima do teatro lírico de todos os tempos, As Bodas de Fígaroestreou em 1786, em Viena, sob a direção do próprio Mozart. Ambientada no fim do século 18, nos arredores de Sevilha, retrata o romance entre Fígaro e Susana, criados do Conde e da Condessa Almaviva, que estão de casamento marcado para breve. No entanto, um obstáculo à união feliz dos servos é que o Conde passa um longo período tentando seduzir Susana, levando os noivos a acreditar que o nobre não abrirá mão do abominável “Direito do Senhor”, que dava ao patrão o privilégio de passar a noite de núpcias com sua empregada, antes do futuro marido.
“As alusões de crítica social e política da peça, embora eliminadas, permitiram a Mozart criar uma obra de grande dimensão humana, com motivos melódicos refinados que sugerem as ambivalências e riquezas de sentimentos e as desigualdades de classes, surpreendentes em se tratando de uma ópera-bufa que ganha, assim, uma densidade extraordinária nas mãos deste genial compositor”, comenta o maestro André Cardoso, diretor artístico da Fundação Teatro Municipal.
Sobre a ópera
Pierre-Augustin de Beaumarchais (1732-1799) foi relojoeiro, professor de harpa, juiz, financista, diplomata, espião, contrabandista de armas e panfletário. Mas hoje em dia é lembrado como autor de duas comédias que marcaram época no teatro francês, atualmente pouco encenadas, porém relembradas pelas óperas a que deram origem: O Barbeiro de Sevilha e As Bodas de Fígaro. O Barbeiro (1775) estreou na Comédie Française numa sexta-feira, um fracasso, foi modificada e reduzida, e reestreada no domingo triunfalmente. Um dos maiores sucessos da história da Casa de Molière, por ser uma peça rápida, cheia de diálogos brilhantes, cenas engraçadas e recheadas de ironias disparadas em todas as direções. Em 1781 Beaumarchais criou uma nova comédia usando os mesmos personagens do Barbeiro. Só que nesta, a heroína não têm mais 16 anos, mas cerca de 30, o herói não é mais o jovem apaixonado e sim um marido ciumento e libertino. A peça foi proibida e só subiu à cena em 1784. A razão foi que, naquele momento, sopravam de todas as direções os ventos da Revolução. E o segundo Fígaro não age mais por amor ao dinheiro, mas por amor próprio. É o porta-voz do novo povo, o contestador da ordem constituída, o demolidor da nobreza e dos magistrados. Não mais um criado colaborador da felicidade alheia, mas um homem reivindicando o direito ao seu quinhão na vida. A peça escarnecia da nobreza e do absolutismo em geral, e seus ataques deram-lhe um atrativo a mais para seu triunfo.
Uma tradução da peça foi publicada em Viena, mas sua representação foi proibida. Mozart a leu e a sugeriu, como base para uma ópera, ao poeta da Ópera da Corte, o esperto e habilíssimo Da Ponte. Ambos raciocinaram que se a peça Figaros Hochzeitfôra proibida, a Censura, com sua habitual falta de lógica, não proibiria uma ópera chamada Le Nozze di Figaro. O libretista, com sua argumentação, e o compositor, por ter ido pessoalmente tocar trechos da ópera, fizeram com que o imperador José II ordenasse sua apresentação, ocorrida em maio de 1786 no Burgtheater. Da Ponte e Mozart intitularam a ópera como commedia per musica, escrevendo que era intenção oferecer um novo tipo de espetáculo. Intenção plenamente realizada pela habilidade do poeta e pelo gênio do compositor, numa ópera cuja popularidade glorifica, 200 anos depois, seus autores.
Resumo da ópera
Fígaro, no dia de seu casamento, mede o quarto que seu amo, o Conde, lhe atribuiu (Cinque, dieci…), mas sua noiva, Susana, lhe chama atenção para o fato de o quarto estar colado ao do Conde. Fígaro percebe a intenção (Se vuol ballare, signor Contino). Cherubino, o pajem adolescente apaixonado por todas as mulheres (Non so più cosa son), pede ajuda à Susana para evitar ser mandado ao exército. Quando o Conde chega, furioso, dá um brevê de oficial ao pajem, mandando-o partir imediatamente, debaixo do sarcasmo de Fígaro (Non più andrai). A Condessa deplora a inconstância de seu marido (Porgi amore). Susana conta sobre as tentativas de sedução do Conde e as duas resolvem dar-lhe uma lição. Um bilhete o avisará que a Condessa irá se encontrar àquela noite com seu amante e Susana deverá aceitar as propostas do Conde para um encontro. Mas quem irá no lugar de Susana será Cherubino, travestido, e assim a Condessa poderá surpreender o marido.
O pajem, enquanto é travestido, faz, indiretamente, uma declaração à Condessa (Voi che sapete). Susana aceita se encontrar à noite com o Conde (Crudel, perchè finora), mas este percebe estar sendo enganado (Vedrò, mentre suspiro) e jura vingar-se. A Condessa espera que tudo dê certo para que possa recuperar o amor do marido (Dove sono) e dita à Susana um bilhete para o Conde, marcando o encontro no parque do castelo (Che soave zeffiretto). No parque, Fígaro fica sabendo do encontro Susana-Conde e despeja sua ira contra as mulheres (Aprite um pó quegl’occhi). Susana, de Condessa, atiça seu ciúme (Deh vieni non tardar). O Conde, então leva falsa “Susana” para um pavilhão, visto por Fígaro, que resolve denunciar o fato à suposta “Condessa”. Esta acaba por se trair e os dois se reconciliam. O Conde, vendo as declarações de Fígaro à fictícia “Condessa”, chama por socorro. Todos pedem que ele a perdoe. A Condessa, então, se revela e o desmascarado Conde pede-lhe perdão, que é concedido. Tudo acaba bem (Cosa avenne, cosa avenne).
SERVIÇO:
“As Bodas de Fígaro”, de W. A. Mozart
Tobias Volkmann, regência
Livia Sabag, direção cênica
Produção original do Theatro São Pedro (São Paulo)
Coro e Orquestra Sinfônica do TMRJ
Solistas das récitas de 19, 21, 27, e 29 de novembro
Susana – Carla Cottini, soprano
Fígaro – Rodrigo Esteves, barítono
Conde de Almaviva – Douglas Hahn, barítono
Condessa de Almaviva – Maíra Lautert, soprano
Cherubino – Malena Dayen, mezzo-soprano
Don Bartolo – Savio Sperandio, baixo
Marcelina – Lara Cavalcanti, mezzo-soprano
Basilio – Giovanni Tristacci, tenor
Antonio – Ciro D’Araújo, barítono
Barbarina – Michele Menezes, soprano
Don Curzio – Bruno dos Anjos, tenor
Solistas das récitas de 20, 22, 26 e 28 de novembro
Susana – Chiara Santoro, soprano
Fígaro – Felipe Oliveira, barítono
Conde de Almaviva – Manuel Alvarez, barítono
Condessa de Almaviva – Marina Considera, soprano
Cherubino – Malena Dayen, mezzo-soprano
Don Bartolo – Savio Sperandio, baixo
Marcelina – Beatriz Pampolha, mezzo-soprano
Basilio – Cleyton Pulzi, tenor
Antonio – Frederico de Oliveira, barítono
Barbarina – Luiza Lima, soprano
Don Curzio – Guilherme Moreira, tenor
Theatro Municipal do Rio de Janeiro (Praça Floriano, s/n, Centro – Rio de Janeiro. Tel.: 21 2332-9191)
Dias 19, 21, 26, 27 e 28 de novembro, às 20h
Dias 20, 22, 29 de novembro, às 17h
Ingressos: R$ 504 (frisa / camarote), R$ 84 (plateia / balcão nobre), R$ 60 (balcão superior) e R$ 30 (galeria)
Desconto de 50% para portadores de necessidades especiais, idosos e estudantes
Vendas na bilheteria e no site Ingresso.com
Capacidade: 2.227 lugares
Classificação etária: 8 anos
Duração: 180 minutos (com intervalo)
Fonte: http://www.movimento.com/
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