O CAOS ADMINISTRATIVO DO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO. ARTIGO DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

   

   Os cariocas até pouco tempo atrás reclamavam que seu Teatro Municipal estava paralisado e elogiavam o Municipal de São Paulo pela organização de excelentes temporadas líricas. Os ventos parecem ter mudado de direção nesse fim de ano, no Rio de Janeiro João Guilherme Ripper assumiu a casa e com um sistema de intercâmbio e novas produções anunciou uma excelente temporada lírica para 2016 .
   Em São Paulo ocorre o oposto, reina o caos administrativo com cancelamento de óperas e concertos com ingressos já vendidos. Em uma rede social, John Neschling, diretor artístico da casa anunciou uma penca de títulos interessantes para o ano que vem e depois cancelou alguns.
   Polêmicas não faltam na administração Neschling, eis algumas delas: Demissão de excelentes músicos, coristas e regentes. Transferência de orquestras e corpos de baile fazendo-os tocar e dançar em estações de metro e rodoviárias. Prioridade na contratação de cantores, diretores e toda equipe técnica de estrangeiros, pagos em verdinhas, em detrimento de artistas brasileiros. Cancelamento do ciclo "O Anel do Nibelungo" iniciado na gestão anterior. Atraso no pagamento dos cachês. Briga com Giancarlo del Monaco, diretor de ópera Otello de Verdi. Processo do tenor Marcelo Alvarez contra o teatro. Músicos indo reclamar de assédio moral no sindicato. Ufa! Quanta coisa!
   José Luiz Herência, diretor geral do teatro pediu exoneração semana passada e em seu lugar foi nomeado o  advogado Paulo Dallari. Lembrando que a prefeitura de São Paulo destina 99 milhões de reais/ano ao teatro. Segundo apurou o jornal Folha de São Paulo via secretário municipal da cultura, Nabil Bonduki, o Municipal precisava de mais 26 milhões via lei de incentivos a cultura para fechar a temporada 2015 e só conseguiu captar menos de 5 milhões.
   Informações de bastidores revelam que Herência e John Neschling não andavam se bicando pelos corredores do teatro. A falta de recursos fez Neschling ter uma ideia "brilhante", todos os corpos artísticos do teatro (Balé da Cidade de São Paulo, Orquestra Experimental de Repertório, Coral Lírico, Quarteto de Cordas e Coral Paulistano) devem fazer sua própria captação de recursos, ou seja, se quiserem se apresentar que arrumem a grana. Quanta criatividade John ! 
   Não bastasse tanta confusão aparece o Tribunal de Contas do Município de São Paulo que detecta irregularidades na gestão 2015 do Theatro Municipal ,segundo informa o jornal Folha de São Paulo. Um processo esta em tramitação na corte pedindo explicações, as respostas foram  protocoladas pelo teatro e estão aguardando análise.
   A anunciada celetização (contratação por CLT) dos profissionais da casa via rede social por John Neschling até o presente momento não aconteceu para todos. Lembrando que o salário de John Neschling é de R$ 156 mil/mês, bela bolada, ganha mais que o prefeito e todos os músicos e só perde para Marin Alsop que ganha R$ 464 mil/mês, este completamente fora da realidade.

Ali Hassan Ayache

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/11/1710625-nomeado-ontem-diretor-paulo-dallari-tenta-estancar-crise-no-municipal.shtml
 
Theatro Municipal de São Paulo, foto Internet

Comentários

  1. Este senhor nunca cessa de arruinar as vidas de trabalhadores, com a sua sanha por dinheiro só para ele. Ele não vai sossegar enquanto não extinguir
    os outros corpos estáveis do
    Municipal. Só que, em vez de propor isso assim tão direta e descaradamente, inventa propostas que indiretamente acabarão, na prática, resultando nessa extinção, mais cedo ou mais tarde. E depois ainda sai declarando, em suas matérias encomendadas -e pagas - a repórteres comprados, que nunca propôs uma coisa dessas. Esse é "o. cara": o cara-de-pau!

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