BARULHEIRA E MAHLER NA ABERTURA DA TEMPORADA DA OSESP. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
A abertura da temporada de 2016 da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo mostra as manias e os velhos problemas de sempre. Contar com Marin Alsop, regente estrangeira que fatura uma fortuna em dólar para trabalhar dez semanas por ano com sua presença regada a uma infinidade de privilégios é um acinte aos regentes nacionais e ao público. Além de gringa ela pouco se interessa pelo dia a dia da orquestra, faz um trabalho mediano e burocrático que não acrescenta nada. Temos outros regentes no Brasil capazes de fazer um trabalho mais elaborado, com dedicação integral e com salário inferior.
Não bastasse a regente ausente a direção que toma decisões equivocadas, a programação é repleta de encomendas que só caem no gosto do diretor Arthur Nestrovski e de Marin Alsop. O público é obrigado a suportar isso há anos. Exemplo disso foi o programa de abertura da temporada, duas peças sem sal e sem açucar, feitas apenas para agradar aos ouvidos do Nestrovski e Alsop. De Jennifer Higdon "Machine" e de James Macmillan "Concerto número dois para percussão". A primeira uma peça sem brilho e a segunda uma barulheira com todo tipo de instrumentos de percussão. Perfeita para ser apresentada na abertura de um festival de rock e não na Sala São Paulo. A expressão de poucos amigos do público reflete a opinião sobre o concerto.
O que salvou a noite foi a segunda parte do concerto, embora a programação não faça sentido a "Primeira Sinfonia" de Mahler, "Titã" foi executada com esmero e qualidade musical. Alsop mostra que conhece as minucias da música mahleriana e foca nos andamentos lentos com todos os naipes e instrumentos mostrando as minucias da composição orquestral. Os temas da natureza e o ciclo de canções exalta a qualidade da obra na regência de Alsop.
Sugiro que o público da OSESP frequente apenas a segunda parte dos concerto.
Ali Hassan Ayache
Mahler, foto Internet.