MELHORES E PIORES DE 2015 PELO BLOG DE ÓPERA E BALLET: MELHOR ESPETÁCULO DE ÓPERA, THAÏS NO TMSP.

   

   O melhor espetáculo de ópera em 2015 foi sem dúvida foi "Thaïs" de Massenet. A produção originária do Teatro Regio de Turim apresentada no Theatro Municipal de São Paulo mostrou-se inventiva e repleta de contradições inerentes à época. Cenários exuberantes, figurinos criativos e o desenho de luz impecável fizeram da "Thaïs" o grande acontecimento do ano de 2015. Tudo elaborado por Stefano Poda que prova que é possível fazer ópera moderna de maneira inteligente sem fugir da raiz do libreto. Abaixo segue trechos da críticas publicadas nesse blog:

   "O que dizer de Stefano Poda, o homem faz tudo na ópera, assina a direção, desenho de luz, cenários, figurinos e coreografia. Sua visão da obra é cheia de mensagens que vão do abstrato ao inconsciente, passeiam pelos pequenos detalhes que sempre instigam o espectador em um minimalismo que beira a excentricidade. A lentidão dos movimentos lembram obras de arte expostas em um museu que acompanham o ritmo da música de Massenet, verdadeiros quadros ou gravuras iluminados com precisão que criam um ambiente místico que foge da realidade e transporta à luta entre o sagrado e o profano.
   A criação é originária do Teatro Regio de Turim, Poda mantém o clima da ópera em uma unidade que combina todos os elementos do teatro e canto. Seus figurinos são um primor de qualidade criativa, sua luz é exuberante e os cenários passeiam entre o exótico das óperas românticas e os mais modernos conceitos do século XXI. As cores são significativas, o branco contrasta com o preto lembrando a luta entre o sagrado e o profano ou o casto e o impuro. Leitura poética que mostra uma visão intimista do diretor onde não existem culpados ou inocentes e sim o destino transfigurando suas vidas em uma lentidão reflexiva."
Ali Hassan Ayache

   "Na montagem do italiano Stefano Poda, originalmente encenada em 2008 no Teatro Reggio de Turim, na Itália, o carro chefe foi a metafísica, em supra-sensível simbolismo em suas ações cênicas. Utilizou todos os recursos dentro do reduzido espaço físico do palco do Municipal, em sua diversidade filosófica, porém foram poucas pessoas que puderam entender toda a gama espiritual e da própria metafísica a que ele propõe  em sua encenação teatral. É de difícil leitura para o grande público!  Após incansável período de ensaios, os figurantes, solistas e coro, compreenderam a sua meta na trama, transportando-a do Egito no Séc. IV (período romano) para um ambiente onde as formas exteriorizam o universo psicológico dos personagens. Assinando também o cenário e figurinos, ele transforma tudo e consegue atingir um nível grandioso de visualidade, com um suntuoso guarda-roupa, rico  e sóbrio em suas indumentárias; especialmente os da  protagonista, assim como os de Filles Blanches e dos cenobitas (Palémon). Quanto ao cenário são criativos e instigantes, sempre em nuances e gradações do branco. Em suma, o resultado é belo, valorizado ainda pela inteligente iluminação acrescida de raios-laser."
Marco Antônio Seta 

Foto:cena da ópera Thaïs, foto Internet.

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