"THE STONE FLOWER" UNE A SIMPLICIDADE COM BELA MÚSICA. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Prokofiev compôs vários balés para a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, obras com cheiro de encomenda. Para agradar os burocratas pegou um conto amoroso do Urais e transformou em balé. O resultado é uma música simplista, com melodias agradáveis e sem profundidade. Quando o assunto é agradar barnabés, a arte fica em segundo plano. The Stone Flower é recheado de elementos do folclore russo. Tudo sob medida e ao gosto dos comunas.
O libreto é simples, triângulo amoroso entre Danila (personagem masculino, homossexualismo na Rússia nem pensar) que ama Katerina, mas tem uma caída pela Copper Mountain e acaba indo dar um passeio com ela. Para esquentar, aparece, do nada um vilão, Severyan. Este tenta tirar uma casquinha de Katerina. A cena em que ela o põe pra correr, defendendo-se com uma foice deve ter deixado os comunas em êxtase. Um orgasmo florido, ultimamente nem novela das seis é tão simples.
Os números não exigem virtuosismo, são em sua maioria simples e muitas vezes chatos . Para os experimentados solistas do Bolshoi é barbada. Nikolai Dorokhov e Lyudmilla Semenyaka tem a técnica característica dos bailarinos do Bolshoi, a simplicidade da obra torna a análise difícil. Copper Mountain dançada por Nina Semizorova tem uma coreografia que exige algo mais. Inspirada na Princesa de O Pássaro de Fogo de Igor Stravinsky , mostra passos complexos e elaborados. Misteriosa e sensual, afinal de contas, ela tem que seduzir Danila e a concorrência com Katerina é enorme.
Os cenários são interessantes, um verde claro que chama a atenção pela beleza e plasticidade . Os figurinos tradicionais incrementam o visual. A imagem é de boa qualidade , as tomadas são corretas e a iluminação não compromete, mas não ajuda.
The Stone Flower é um balé visual, se destaca pela música folclórica russa e pelo conto dos Montes Urais. Tudo com cheiro de nacionalismo. Agrega belas cores e a capacidade do Bolshoi fazer números com grandes massas de bailarinos. A coreografia simplista e um libreto pobre fazem dele um balé de segundo escalão.
Ali Hassan Ayache
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