PAUL LEWIS ARRASA NOS CONCERTOS PARA PIANO DE BEETHOVEN NA SALA SÃO PAULO. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

    

   
   A semana da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a OSESP para os íntimos, enfim  apresentou um programão, os cinco concertos para piano e orquestra de Beethoven em três dias consecutivos e de brinde a Quinta Sinfonia do mesmo Beethoven.
   O artista em residência (a direção adora um título, parece até a nobreza europeia) Paul Lewis foi escalado para solar os cinco concertos para piano. Marin Alsop, a titular que quase nunca aparece, assumiu a batuta da OSESP. Tive a oportunidade de assistir aos concertos 2, 3 e 5 e a Quinta Sinfonia.
   A falta de ensaios entre a regente e a orquestra cobrou seu preço, Alsop chega em cima da hora e acha que pode fazer milagres. O Concerto para Piano e Orquestra n° 2 teve sonoridade mediana, os problemas ficam evidentes no Concerto para Piano e Orquestra N° 3, trompas que desafinam, desencontro entre os naipes e uma sonoridade opaca em diversas passagens no segundo movimento. Na quinta sinfonia a OSESP tirou de letra, partitura conhecida dos músicos e da regente, tudo correu conforme manda o figurino.
   A recompensa pela fraca sonoridade se dá com Paul Lewis, o pianista entende Beethoven e expõe todo seu talento nele. A técnica é soberba e a interpretação única. Realça o contraste entre os concertos 2 e 3, no último mostra um colorido pessoal com andamentos impecáveis. No mais famoso deles o quinto apelidado carinhosamente de "Imperador" mostra toda a grandiosidade, virtuosismo e intimidade da peça em uma interpretação onde os temas grandiosos interpretados pela orquestra reapresentados no piano de forma delicada. Lewis consegue um contraste entre heroísmo e delicadeza inerentes à obra. Um pianista no auge da forma em uma excelente interpretação técnica. Valeu Lewis!
Ali Hassan Ayache  

Paul Lewis, foto Internet

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