SINFÔNICA DE CAMPINAS INTERPRETA SINFONIA "PASTORAL, DE BEETHOVEN.
Sinfônica de Campinas interpreta Sinfonia "Pastoral", de Beethoven, um dos mais populares clássicos da música ocidental; concertos sábado e domingo
A Sinfonia nº 6 "Pastoral", do genial compositor L. V. Beethoven (1770-1827), considerada um dos mais populares clássicos da música ocidental, está no programa dos concertos da Orquestra Sinfônica de Campinas deste final de semana, no Teatro Castro Mendes. As apresentações acontecem sábado, 12, às 20h, e domingo, 13, às 11h. Sob a batuta do maestro Victor Hugo Toro, o público poderá apreciar ainda a abertura de "La Dame Blance", de François-Adrien Boieldieu (1775-1834), e "Saudades do Brasil", de Darius Milhaud (1892-1974).
Gotas de chuva, raios, revoadas, trovões que atravessaram os séculos em forma de música estão na partitura da Sinfonia "Pastoral", escrita em 1808.
A obra tem cinco movimentos, cada um deles com um título que sugere uma cena da vida no campo. Segundo a pesquisadora Lenita Nogueira, o primeiro, Despertar de sentimentos alegres diante da chegada ao campo, traz uma alegre celebração campestre. O segundo, Cena à beira de um regato, utiliza os instrumentos de cordas para descrever o correr de um riacho e as madeiras, para o canto dos pássaros. O terceiro é a Dança campestre, um scherzo que apresenta uma dança camponesa que é interrompida por uma tempestade, configurando o quarto movimento, A tempestade. "A tempestade passa rapidamente e irrompe a canção dos pastores, felizes com a chuva que traz fertilidade à terra, em uma melodia que incorpora temas dos dois primeiros movimentos", conclui.
Saudades do Brasil
Outra obra do repertório, "Saudades do Brasil", foi composta durante a permanência de Darius Milhaud no Brasil, entre 1917 e 1918, como adido cultural da Embaixada da França, cujo titular era o escritor Paul Claudel (1868-1955). No Rio de Janeiro entrou em contato com manifestações da cultura popular que o deixaram bastante impressionado, a ponto de lamentar o peso da influência francesa no Brasil e a não inclusão do folclore na composição musical brasileira da época.
"Quando chegou ao Brasil", conta Lenita Nogueira, "Milhaud estava ávido por novas fontes musicais e materiais estranhos ao repertório europeu saturado e em crise. Ciceroneado por músicos como Villa-Lobos e Luciano Gallet, subiu os morros cariocas e frequentou rodas de chorões, ouviu sambas, maxixes e choros, gêneros que iria incorporar em algumas de suas composições".
"Saudades do Brasil", composta em 1921, é formada por 12 peças que fazem referência a locais no Rio de Janeiro. São eles: Sorocaba, Botafogo, Leme, Copacabana, Ipanema, Gávea, Corcovado, Tijuca, Sumaré, Paineiras, Laranjeiras e Paissandu.
A experiência no Brasil influenciou sua produção posterior na França, onde participou do chamado Grupo dos Seis, que, inspirado musicalmente por Eric Satie (1866-1925) e intelectualmente pelo pensamento revolucionário de Jean Cocteau (1889-1963), pregava uma estética que explorasse o humor e a maneira popular.
Ópera cômica
Nos concertos, a Sinfônica interpreta ainda a abertura da ópera cômica "La Dame blance", de François-Adrien Boieldieu, o mais destacado compositor de óperas francês durante a primeira metade do século 19. O autor viveu algum tempo na Rússia, onde foi diretor da Ópera em São Petersburgo, e se estabeleceu em Paris por volta de 1811. Ali atuou em defesa da ópera cômica francesa contra a popularidade de sua concorrente italiana, representada por Gioacchino Rossini.
Se sua obra operística não sobreviveu até os dias atuais, as aberturas das óperas Le calife de Bagdad e La dame blanche permaneceram como peças de concerto autônomas. Esta última é uma ópera cômica com libreto de Eugene Scribe, baseada em cinco novelas do escritor escocês Sir Walter Scott.
Programa
FRANÇOIS-ADRIEN BOIELDIEU (1775 -1834)
“La Dame blanche”, abertura
DARIUS MILHAUD (1892-1974)
“Saudades do Brasil” Op. 67B
Ludwig van Beethoven (1770-1827)
Sinfonia N° 6 em Fá Maior, Op. 68, “Pastoral”
Serviço
Orquestra Sinfônica de Campinas
Regente: Victor Hugo Toro
Quando: sábado (12 de novembro), 20h; domingo (13 de novembro), 11h
Local: Teatro Castro Mendes (Praça Correa de Lemos, s/n. Vila Industrial. Campinas). Telefone (19) 3272.9359.
Ingressos: R$30,00 (inteira), R$ 15,00 (estudantes, aposentados), R$ 10,00 (professores das escolas públicas e privadas de Campinas e das cidades da Região Metropolitana, pessoas com mobilidade reduzida e portadores de deficiências); R$ 5,00 (estudantes das redes municipal e estadual).
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