MELHORES E PIORES DE 2016 PELO BLOG DE ÓPERA & BALLET: PIOR DIREÇÃO DE CENA, ARNAUD BERNARD.

   




Remontagens são sempre bem vindas e defendidas nesse Blog . O que causa espanto é o custo da remontagem da ópera La Bohème de Puccini tenha passado dos milhões de reais. A versão que estreou em 2013 foi remontada em 2016, entre tantos títulos interessantes que deveriam estar guardados no acervo, a direção do TMSP escolhe uma das piores montagens para reapresentar. As mesmas bobagens da encenação foram realçadas e por elas Arnaud Bernard merece o título de pior direção de cena de 2016.
Abaixo segue trecho de críticas publicadas nesse Blog:

"A direção cênica, cenografia e desenho de luz de Arnaud Bernard (o homem faz tudo) segue a tendência minimalista. Enclausura a ação em um pequeno espaço no centro palco no primeiro e quarto ato. Seus cenários são realistas e se mostram adequados a obra. O diretor se "inspirou" no balé Cravos de 2005 de Pina Bausch ao colocar flores em todo o solo do palco no último ato, fotos não mentem. Sua luz corresponde e amplia a ação, conversa com ela de forma harmônica. Movimentação dos personagens moderna, no segundo ato utiliza todo o espaço cênica e consegue boas soluções. Figurinos de Carla Ricotti se adequam a obra e fazem o espectador viajar no tempo. 
 O problema dele é a poluição sonora, em todas as cenas o nobre diretor faz questão de querer ser mais que Puccini. Coloca na partitura imaginada por ele sons desnecessários. Personagens fecham a porta com força, massas corais fazem uma barulheira com os pés totalmente desnecessária e sempre aqui ou acolá aparece um ruído que sai da cabeça do diretor e vai para o nada. "
Ali Hassan Ayache

"Assinada por Arnaud Bernard o espetáculo é despojado de cenário restando-lhe apenas adereços no palco, ainda que organizados pelos próprios artistas que atuam na cena. No espetáculo clean definiu-se um exíguo espaço cênico em seu Ato I onde a luz dinamiza as cenas; o 3º ato foi o melhor, sugerindo os portões de Paris, em seus subúrbios , empregando um vagão de trem desativado, como se fosse a moradia de Rodolfo e Marcello. Nunca se viu uma Bohème tão pobre de cenografia em São Paulo! - Lembramo-nos de montagens com a Cenografia Parravicini de Roma (1973) e dos cenários de Hugo de Ana , cedidos a este teatro em 1989, pelo Municipal do Rio de Janeiro.
Paralelamente, adequaram-se vários móveis para preencher o espaço cênico e Bernard, que assina direção cênica, cenografia e iluminação decepcionou grande parte do público paulistano".
Marco Antônio Seta

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