AIDA, MONUMENTAL ÓPERA DE VERDI COM NINA STEMME. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Eleita Cantora Internacional em Destaque por este Blog, Nina Stemme nos apresenta Aida, de Giuseppe Verdi. Estou acostumado a ver essa ópera com os clichês de sempre. Faraós, múmias, tumbas, sarcófagos, pirâmides e vai por aí. A versão apresentada pelo diretor, Nicolas Joël elimina tudo isso. Sua ópera se passa nos tempos do Egito colonial, dominado pelos ingleses, justamente na época da sua composição. Ideia interessante, que visa modernizar a ópera, muitas vezes fica fora de contexto.
Nina Stemme faz a primeira Aida que não se maquia de etíope. Sua voz é de uma potência avassaladora, com estridências em algumas passagens (Será cansaço?). Sua interpretação é deveras artificial. Ela e o diretor parecem que não se entenderam muito bem. O que se salva, entre mortos e feridos, ou melhor, entre ingleses e egípcios, é seu timbre, lírico-dramático: escuro, quente, noturno como as noites sem luar do Nilo. Imagino que sua voz é mais adaptada para papéis wagnerianos, sua Isolda é memorável.
O destaque fica com Luciana D'Intino, vozeirão soberbo com extensão enorme. Sua interpretação se adapta às firulas do diretor, sua Amneris é apaixonada, revoltada e sacana. Salvatore Licitra é tenor com agudos que nos lembram o Pavarotti em melhor forma. Juan Pons e Matti Salminen dão conta do recado como Amonasro e Ramfis.
A orquestra de Zurich, comandada por Adam Fischer, mostra andamentos corretos e sonoridade mais alemã que italiana. O balé é cafona, os figurinos fazem o que manda a direção. Transportam a ação para o Egito do século XIX, dominado pela rainha Vitória. A direção de imagens inova, põem na tela diversos quadros de uma mesma cena. O efeito de ver o instrumento principal ser tocado junto com a atuação dos solistas e coro é deveras interessante.
Aída, não é o melhor que Nina Steme pode apresentar, mas a sueca mostra que tem grande potencial para cantar papéis pesados, em uma ópera tipicamente italiana.
O diretor de ópera, Walter Neiva, definiu perfeitamente Nina Stemme em comentário para este blog: "Ela é uma Isolda maravilhosa, mas no repertório italiano falta feeling, sua Aida está anos luz aquém de sua Isolda. Dá para conferir no Youtube, lá tem um concerto onde ela interpreta um Liebestod exemplar, imagino que seu timbre escuro era o que Wagner pretendia."
O diretor de ópera, Walter Neiva, definiu perfeitamente Nina Stemme em comentário para este blog: "Ela é uma Isolda maravilhosa, mas no repertório italiano falta feeling, sua Aida está anos luz aquém de sua Isolda. Dá para conferir no Youtube, lá tem um concerto onde ela interpreta um Liebestod exemplar, imagino que seu timbre escuro era o que Wagner pretendia."
Ali Hassan Ayache
Assistam a gravacao do Metropolitan com Aprile Millo e Placido Domingo e verao a melhor Aida que existe em video. Simplesmente!
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