A PREFERÊNCIA POR ESTRANGEIROS NA OSESP É INFINITA - VALENTINA PELEGGI É NOMEADA REGENTE TITULAR DO CORO DA OSESP. ARTIGO DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.
Não bastasse a fortuna gasta com a regente titular Marin Alsop para dez semanas de trabalhos/ano. Não bastasse a demissão de Naomi Munakata do cargo de regente titular do Coro da OSESP. Não bastasse a vinda de uma penca de solistas de fora para cantar trechos minúsculos. Não bastasse a demissão de Celso Antunes do cargo de regente associado com a desculpa esfarrapada de "restrições orçamentárias". Não bastasse a reclamação que o orçamento de 2017 é 27% menor que o do ano anterior, eis que me aparece mais uma novidade intragável.
Acabo de saber que Valentina Peleggi será a nova titular do Coro da OSESP. Não nego as qualidades da regente embora todo esse currículo bonito não me comova. Não entendo o porquê da preferência de estrangeiros na OSESP. Existe no Brasil uma dezena de excelentes profissionais capacitados para o cargo e a direção escolhe uma italiana. Como sempre nós bancaremos salário, estadia e passagens sem necessidade e como sempre eu serei uma das raras vozes a reclamar.
Arthur Nestrovski como sempre soltou suas pérolas de sabedoria exaltando sua nova pupila, vamos as suas palavras: “desde que veio a São Paulo pela primeira vez, em 2014, representando a Royal Academy de Londres, e conquistou o Prêmio de Regência do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, Valentina tem tido um progresso impressionante. Ao longo desse tempo, sua relação com a Osesp tem se expandido em muitas áreas – da Orquestra ao Coro, à Academia e ao próprio Festival –, o que é para nós motivo de alegria”. Tudo muito lindo, por que não conta para nós quanto custará essa contratação?
Como afirmei em um texto anterior existem três culpados por esse descaso com os profissionais brasileiros: O primeiro é a direção da OSESP que exagera na contratação de estrangeiros. A imprensa tem grande parcela de culpa já que se omite frente a todo esse quadro. O público se acomoda e salvo raras exceções nunca reclama dos acintes cometidos pela diretoria.
Ali Hassan Ayache
Fonte da citação de Arthur Nestrovski, movimento.com
Valentina Peleggi. foto Internet.
É revoltante! tantos brasileiros competentes e precisando trabalhar! Se competência não é requisito para eles, o que será?
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ResponderExcluirO fato de ser estrangeira não deveria ser causa de desmerecimento da regente, mas se o seu currículo é inferior ao de candidatos brasileiros preteridos, esta questão deveria ser examinada com cuidado pela administração da orquestra.Se não é o caso, que o melhor dos candidatos ocupe a vaga.
ResponderExcluirXenofobia nunca foi um bom condutor para decisões como estas.
Se ressuscita o antônimo de xenofobia: xenofilia. Um maestro de coro é diferente de um maestro de orquestra. Passa pelo menos 95% do tempo frente ao coral. Grandes nomes de responsáveis por coros como Donald Palumbo no metropolitan opera ou Andrés Maspero no Liceu de Barcelona atuam o tempo todo, moram em suas respectivas cidades.Esta Sra pode ser muito capaz (acredito nisso) mas passará um tempo à frente do coro da OSESP muito menor do que o necessário. Num momento em que se demitem músicos em São Paulo acho triste sim um cache milionário, passagens de primeira classe, hotéis 5 estrelas para algo que Naomi Munnakata, uma brasileira de ascendência japonesa, fazia muito bem. Acho no mínimo pertinente o que Ali Hassan Ayache escreveu.
ResponderExcluirnao entendo o problema da contratação da Valentina Peleggi como nova regente do coro da osesp, tendo em vista o trabalho que ela vinha fazendo como regente assistente.Errado é contratar profissional desqualificado independente de nacionalidade, e esse não é o caso.
ResponderExcluirMinha opinião...
Chega de estrangeiros! Meu Deus, essa cultura falida já está ultrapassada!
ResponderExcluirTemos grandes maestros, grandes músicos, grandes solistas! Parem de jogar dinheiro público no lixo... Essas pessoas vem aqui , ganham nosso dinheiro, desfrutam de nossas riquezas narurais e por fim saem falando mal de nossa gente e de nosso país. Não dêem pérolas aos porcos! Até quando????
Prezado Ali Hassan, a questão dos estrangeiros deve ser enfrentada de forma realmente mais profissional, madura e moderna.
ResponderExcluirNesta minha resposta à sua publicação, explicarei porque a circulação de profissionais multiplica as possibilidades de avanço e desenvolvimento em todas as esferas, enquanto a segregação as limita.
Observemos em primeiro lugar que circulação de profissionais entre paises não diz respeito apenas à música, e sim, a todas as esferas de atividades humanas.
Da revolução industrial para cá, migraram, ou foram convidados a migrar, centenas de milhares de físicos, químicos, engenheiros, biólogos, médicos de todas as especializações, professores, escritores, cozinheiros, esportistas de todas as disciplinas, e, claro, artistas, músicos, compositores.
A eles a humanidade reconhece contribuições extraordinárias não apenas em suas disciplinas, e sim, ao prestígio e desenvolvimento dos países onde foram atuar.
Eu pessoalmente gosto, e gosto muito, de ser constantemente desafiado pela concorrência de outros profissionais, pois isso me estimula a melhorar.
Quem não gosta de concorrência, geralmente, são os preguiçosos, os medíocres e os espertos.
Existe um segundo importante aspecto: a circulação de profissionais de países diferentes traz diversidade, e a diversidade é uma imensa riqueza, quando bem administrada.
Escolher uma combinação, um mix, de artistas de várias nacionalidades é uma das opções de gestão que um diretor artístico tem, para a busca de um resultado artístico equilibrado e completo.
Sabem disso os melhores gestores, desde os técnicos de time de futebol, até professores das melhores faculdades do mundo, líderes de governos sérios, executivos de empresas multinacionais de sucesso, e assim por diante.
Minha expectativa, quando assisto um concerto da OSESP, vai além de ouvir a composição que está sendo tocada.
Quero ouvir as interpretações certas, quero ouvir as influências que escolas diferentes tiveram no desenvolvimento dos músicos, quero ouvir um pianista russo tocando coisas russas, bem como quero ver a OSESP triunfando em Londres tocando Villa-Lobos.
Quero uma OSESP que saiba dar o melhor de si em qualquer situação, por ser cada vez mais enriquecida pela variedade, pela flexibilidade, pela capacidade de abraçar um panorama realmente global e se destacar nele.
Em conclusão, acredito que se temos em comum o amor para as artes, se nossos esforços práticos e intelectuais são voltados ao crescimento, ao desenvolvimento e a popularização das artes na humanidade, provavelmente concordamos com isso tudo.
Agradeço a atenção
Claudio Martini
O que dizer? É isso.
ExcluirBravo! Só pensar nos csmpos da ciência e dos esportes. A europa leva todos os melhires jogadores do mundo, inclusive os brasileiros. E por isso tem os melhores campeonatos. Aqui ficam os meia boca.
ExcluirReclamamos tanto da evasão da nossa classe científica que se muda a rodo por melhores condições, e os gringos levam assim os de todos, muito felizes e formam as melhores instituições de pesquisas.
Mercado que se fecha para no tempo, em qualquer ramo. Vide onde ficamos com a reserva de mercado dos militares e os paises alinhados a antiga USSR.
Não passa de causa em prol de vagabungos acomodados que desejam ser os matutos de sua tribo, sem muito esforço. A máxima de onde quem tem um olho é rei em terra de crgo.
Celso Antunes teve as piores bilheterias do ano, durante sua passagem pela Osesp. Quer melhor resposta que a do público? Quem disse que era barato? Que não tinham despesas com viagem? Saia muito mais caro que a Peleggi. E sobre Curriculum, com a mesma idade ele não tinha passado por todas as instituições e ganho oa títulos que ela já tem.
Nem vou comentar fofoca de bastidor sobre a clareza das indicações do Antunes, pq estaria fazendo o jogo do autor aqui do opera & ballet. Antunes tem seus méritos, só é patetico dizer que era o mesmo custo da Peleggi ou o mesmo estágio da carreira.
Crítico abertamente Nestrovsky por varias questões, mas não por essa. Meu problema não é pessoal com ele
Estive neste final de semana em São Paulo para assistir o concerto do dia 14 de junho. (2019). Valentina na regência, com obras de Bach e Brahms no primeiro ato, transcrições de Luciano Berio (orquestração dele na obra "A Arte da Fuga, BWV 1080: Contrapunctus XIX" e de Flo Menezes (TransLieder – Onze Canções de Johannes Brahms com Duas Dobras Transcriadas Para Soprano, Contralto e Orquestra). Neste primeiro ato, portanto, vozes. Sou de Curitiba-PR. Eu e minha esposa somos fãs da OSESP, para nós, está entre as dez melhores orquestras sinfônicas/filarmônicas do mundo. Marin Aslop, para mim, quebrou o paradigma dos "MAESTROS". Uma mulher fenomenal que sempre teve a orquestra em suas mãos (assisto do coro, e somente ali você consegue ver efetivamente a qualidade da regência, houve um concerto que fiquei hipontizado pelas suas mãos, acho que se tivesse um instrumento na mão teria tocado instintivamente). Bom, brincadeira à parte, veja que neste programa do dia 14/15 de Junho, a OSESP (mais uma vez), prestigiou um compositor brasileiro que transcreveu obra de Brahms, inclusive com a presença do mesmo no concerto de sexta-feira. Assim, se efetivamente há uma continuidade de contratações de regentes estrangeiros (aí não posso adentrar a questão porque desconheço a forma que isto ocorre e desconheço a última vez em que algum brasileiro ocupou o cargo de regente titular - aqui no Paraná temos o excelente Oswaldo Colarusso que parece estar sem titularidade no momento, seria uma ótima opção caso se enquadrasse nos requisitos necessários), a OSESP tem fomentado um enorme incentivo aos compositores contemporâneos brasileiros. Mas, a verdade é que a Valentina me impressionou: ver aquela mulher pequena em estatura, com um rosto gracioso, vestida de forma discreta, elegante simples, na medida certa para uma regente (algo de se aplaudir em tempos em que muitas solistas abusam nos decotes e comprimentos dos vestidos), teve a orquestra em duas mãos. Não possui, ainda, o quilate da Marin (até porque, me parece que além dela ser mais nova, reger coro e orquestra tem as suas diferenças), mas o que importa é que ela regeu com "mestria" o segundo ato, em que, simplesmente, o solista era Arnaldo Cohen. Ainda que seja um solista dos mais simpáticos, queridos e desvestido do estereótipo de muitos outros solistas de renome - que se acham seres humanos superiores àqueles músicos que estão na orquestra ou do público que está na plateia -, não deve ser fácil ter que segurar a batuta num concerto desses, tendo atrás das suas costas um solista que faz parte do primeiro escalão mundial de concertistas. Escrevo aqui não como conhecedor do critério de escolha dos regentes e nem com o ensejo de rebater o seu texto, Ali Hassan, mas para deixar a impressão de alguém que é apaixonado pela OSESP e que viaja, duas vezes por ano, de carro, 400 Km para assistir a algum concerto escolhido a dedo.
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