OSESP BRILHA NOS CONCERTOS DE ABERTURA DA TEMPORADA 2017. CRÍTICA DE WILLIAM CARDOSO ABREU NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.
Gravitações e Beethoven.
Acompanhei nas duas últimas semanas os concertos de abertura da temporada 2017 da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo.
Na primeira semana estive na Sala São Paulo no sábado dia 11 de março, onde, sob a batuta de sua regente titular Marin Alsop a OSESP apresentou Gravitações, do compositor peruano Jorge Villavicêncio Grossman e a 9ª Sinfonia de Beethoven.
Em Gravitações o compositor faz analogias aos movimentos dos corpos e partículas celestes e às forças gravitacionais envolvidas nestes movimentos. Obra de composição interessante, com uma belíssima escrita para as cordas, mas que valoriza muito os naipes de percussão. A obra é bastante intensa durante os seus pouco mais de 15 minutos, porém, confesso que já a havia esquecido pouco depois do final dos aplausos antes que a maestrina voltasse ao palco para conduzir o restante do programa.
É sempre um desafio escutar qualquer sinfonia de Beethoven sem fazer a comparação com gravações, regentes e orquestras europeias. Mas compareci ao concerto dessa vez com a mente limpa e buscando apreciar a música sem comparações.
De início a mesma decepção de sempre. Porque as sinfonias de Beethoven soam tão baixo com a OSESP? É algo que não consigo compreender.
Marin adotou no primeiro movimento um andamento extremamente rápido, que deve ter seus admiradores, mas a meu ver o movimento muito acelerado cobre as nuances da orquestra, tudo soou muito atropelado.
No segundo movimento orquestra e regente parecem ter se acertado melhor e a sonoridade cresceu. Um belíssimo trabalho das cordas, a meu ver faltou destacar as madeiras que são tão presentes nesse momento e estiveram apenas corretas. Bravíssima Elizabeth Del Grande, seus tímpanos que marcaram presença como deve ser nesse segundo movimento, ela tem Beethoven na veia.
Terceiro movimento de uma beleza incrível, se as madeiras soaram apagadas no movimento anterior aqui elas foram o destaque.
O último movimento foi de alto nível, belíssima performance dos violoncelos e contrabaixos que precederam de forma incrível a entrada do barítono Leonardo Neiva, este de voz grande e excelente projeção deixou todos de espírito elevado na Sala São Paulo.
Não tenho palavras para descrever os belíssimos Coros da OSESP acompanhados pelo Coral Lírico Paulista. Estavam em grande forma e me fizeram esquecer os deslizes cometidos nos primeiros movimentos. Soaram grande como deve ser.
Destaque no quarteto solista para a soprano Camila Titinger, grande talento que só evolui, será ainda uma de nossas melhores cantoras. Projeção e timbre impecáveis, sua voz estava acima dos demais. Luisa Francesconi esteve correta. Paulo Mandarino não trouxe grandes emoções em sua parte solo e esteve abaixo dos demais. Aqui abro um parênteses para destacar que temos cantores tão capazes quanto qualquer estrangeiro para trabalhar nesse repertório. Já fui a diversos concertos onde convidaram um quarteto de gringos e o resultado foi decepcionante.
No final das contas uma Nona bem executada e que, mesmo com seus defeitos, foi capaz de emocionar o público. Fui embora satisfeito, principalmente ao pensar que Beethoven continua vivo. Considerando o momento que este país passa, foi uma oportunidade de esquecer um pouco o mar de lama em que estamos mergulhados.
6ª Sinfonia de Mahler – Estamos Perdidos para o Mundo?
De início pensei em não ir a esse concerto, tinha compromisso no sábado e não estava afim de enfrentar o trânsito caótico da cidade de São Paulo na sexta-feira a noite, porém, perder uma obra desse porte é extremamente difícil e eu sei que me arrependeria depois, fui mesmo assim.
A previsão do trânsito eu acertei, chuva e marginal parada fizeram com que eu quase perdesse o horário, felizmente consegui chegar com 5 minutos de antecedência e antes do terceiro sinal.
Não quis perder esse concerto principalmente depois de ter acompanhado a última performance de Mahler no ano passado em que a OSESP fez uma excelente Sinfonia da Ressurreição.
E que concerto foi este! Já de início toda a potência dos contrabaixos da OSESP me fez saber que ter saído de casa valeu a pena. Uma performance que dá um banho em muita orquestra europeia.
Precisão nos violinos, madeiras limpas e de um virtuosismo fantástico, percussão e metais avassaladores. Confesso que foi difícil não aplaudir após o primeiro movimento, pois foi emocionante ver a dedicação e o empenho dos músicos.
A sonoridade dos contrabaixos da OSESP tem se tornado única, não há algo parecido em qualquer outra orquestra do Brasil e ouso dizer da América Latina. Isso graças ao trabalho de grandes músicos como os chefes de naipe Ana Valéria Poles e Pedro Gadelha. Um aplauso solitário logo foi contido pelo restante do público ao final do primeiro movimento.
O andante do segundo movimento foi belíssimo, em momentos como esse percebo que temos em nosso país uma orquestra de nível internacional e que não deve nada a qualquer outra grande orquestra. Marin Alsop extraiu uma excelente performance nesse movimento, com certeza uma das melhores que ela já teve com a orquestra.
O Scherzo do terceiro movimento foi de uma força que o público dessa vez não se conteve e o aplauso solitário do primeiro movimento ganhou adeptos.
O Finale foi a joia da coroa, se metais e percussão já haviam brilhado nos movimentos anteriores aqui demonstraram todo seu virtuosismo. Impossível não perceber o sorriso de alegria do percussionista Eduardo Gianesella quando literalmente bateu o famoso martelo do último movimento, que fez tremer as estruturas da Sala São Paulo.
Final arrebatador e um Mahler para lavar a alma. Marin Alsop parece finalmente estar se entendendo com a orquestra, mesmo sendo um pouco tarde e após muito tempo desde que assumiu e renovou seu contrato. Antes tarde do que nunca. E que os demais concertos do ano estejam nessa mesma sintonia.
William Cardoso Abreu
Discordo de tudo,a OSESP não está dando o melhor de si sempre que Alsop rege,performances apenas medianas,este blog mesmo já falou sobre isso,ela se dedica mais e atinge melhores resultados com as orquestras que rege no exterior.Só gostei do que o crítico não gostou,achei interessante e diferente o andamento mais rápido.O lado ruim é justamente a execução,naipes desequilibrados e um atropelando o outro,quando todos se juntam é uma confusão dos diabos no Mahler,detestei este coro e os solistas da nona,para mim aquilo foi uma gritaria.Também a louvada acústica da Sala São Paulo se revela para este que vos fala cada vez mais mera propaganda.Trata-se de um antigo edifício belíssimo por sinal mas falando sobre a acústica dele, foi construído numa época em que não existia quase nenhum conhecimento sobre o assunto,ainda foi adaptado para outros fins que não os que o arquiteto que construiu o prédio os projetou,só para que uns esnobes paulistanos possam presumir que possuem uma linda sala de concerto quando na verdade é uma adaptação mal feita de um espaço,com uma ressonância que embola sempre tudo em obras muito complexas como o Mahler a que me referira.NUM PAÍS PROVINVIANO ONDE MUITAS ORQUESTRAS,INCLUSIVE A MAIS TRADICIONAL CONHECIDA COMO SINFÔNICA BRASILEIRA CORREM O RISCO DE ENCERRAR ATIVIDADES,A OSESP ACOMODADA DE ALSOP PARECE MESMO COISA DE OUTRO MUNDO.Caso avaliarmos sem beneficiar só o nosso lado,a orquestra paulista não é unanimidade nem no Brasil(esqueceram da Filarmonica de Minas Gerais)muito menos da América Latina,quanta empolgação,duvido que este crítico conhece outro país do continente e saiba dizer apenas o nome das principais orquestras dele.Deve ter ido só até o Colón de Buenos Aires que é o único lugar onde brasileiros que gostam de música clássica conhecem,mesmo assim pelo fato de o mundo inteiro conhecer esse famoso teatro.Isaac Carneiro Victal.
ResponderExcluirQuanto ódio no coração rsrsrs me baseio em diversas experiências que já tive com essas sinfonias. Já vi diversas vezes com orquestras alemãs, americanas e mesmo com a superestimada Simon Bolívar. Outras opiniões que tive dos concertos são o contrário do que você diz. Filarmônica de Minas ainda tem muito chão pela frente até atingir o nível dá Osesp, isso é fato. Nem comento o absurdo que você diz sobre a Sala São Paulo, eleita uma das melhores salas do mundo por uma publicação séria. Sucesso de crítica e público a Osesp não sobrevive de opiniões mesquinhas. É uma instituição sólida até o presente momento, sem par no Brasil e na América Latina sim. É um modelo que muitos tentam copiar, porém, poucos obtém sucesso. Mesmo a Filarmônica de Minas seguiu o modelo da Osesp e vem crescendo a cada ano, espero que se perpetue e que daqui a pouco tempo possamos dizer que temos duas orquestras de nível internacional no Brasil. Por enquanto me desculpe, só temos em SP. E sim ela dá um banho em muita orquestra americana e mesmo européia.
ResponderExcluirQuanto ódio no coração rsrsrs me baseio em diversas experiências que já tive com essas sinfonias. Já vi diversas vezes com orquestras alemãs, americanas e mesmo com a superestimada Simon Bolívar. Outras opiniões que tive dos concertos são o contrário do que você diz. Filarmônica de Minas ainda tem muito chão pela frente até atingir o nível dá Osesp, isso é fato. Nem comento o absurdo que você diz sobre a Sala São Paulo, eleita uma das melhores salas do mundo por uma publicação séria. Sucesso de crítica e público a Osesp não sobrevive de opiniões mesquinhas. É uma instituição sólida até o presente momento, sem par no Brasil e na América Latina sim. É um modelo que muitos tentam copiar, porém, poucos obtém sucesso. Mesmo a Filarmônica de Minas seguiu o modelo da Osesp e vem crescendo a cada ano, espero que se perpetue e que daqui a pouco tempo possamos dizer que temos duas orquestras de nível internacional no Brasil. Por enquanto me desculpe, só temos em SP. E sim ela dá um banho em muita orquestra
ResponderExcluirNão se trata de ódio,apenas opiniões divergentes mas que vão de encontro a muitas críticas publicadas aqui mesmo neste blog que ressaltam o fato da OSESP não dar o melhor de si quando conduzida por sua caríssima diretora e muitas vezes se apresentar melhor sob batutas convidadas,embora este que vos fala tenha gostado muito da Sagração da Primavera e da suíte dos Planetas de Holst regidas aqui pela americana.Sou relativamente jovem e não tenho dinheiro para viajar pelo mundo,mas tive o prazer de ouvir várias orquestras de primeiro nível quando em visita ao nosso país e para os meus ouvidos não há comparação.Exatos 12 meses atrás pudemos ouvir a Filarmonica de Viena.Conjuntos desse nível precisam de fortunas para se manterem,a do estado de SP está desesperada pois seu orçamento caiu de quase 100 milhões para 70 e poucos do último ano para este corrente,enquanto a Filarmonica de MG está com o mesmo do ano passado míseros 20 milhões,um pouco menos que isso.Consultando as últimas temporadas da orquestra mineira e considerando os solistas e regentes convidados,a complexidade das obras interpretadas bem como o resultado das apresentações,podemos dizer dizer,como os paulistas gostam de falar,que a relação custo benefício produz resultados muito eficientes e pontuais.Ademais inauguraram a primeira sala de concertos no Brasil com projeto arquitetônico pensado desde o início para ser uma sala de concertos,não uma adaptação da obra de um arquiteto anterior que projetou o edifício para outros fins.O problema é que odeio Belo Horizonte,para mim consegue ser mais feia que São Paulo,duas selvas de pedra.Com relação à Venezuela,fique sabendo que lá não tem só a Simon Bolívar e o Dudamel.A orquestra que muitos dizem ser a melhor do Brasil convidou uma excelente pianista de lá,Gabriela Montero,para se apresentar como solista na última tour européia.Este ano virá se apresentar como solista da orquestra jovem de SP um trompetista que foi membro da Simon Bolívar e já está desenvolvendo carreira solo e assinou contrato de gravação solo com a DG,trata-se de Pacho Flores.Tive a oportunidade de tropeçar a alguns tempo atrás numa violinista chamada Angélica Olivo,esteve atuando como spalla da OSESP a um tempo atrás,mas parece que o temperamento musical impetuoso dela não combinou muito bem com o comodismo da orquestra e acabou rendendo até menos que o Baldini como concertmaster.Fiquei abismado,como conseguiram podá~la,pois no YOUTUBE podem-se ver atuações como solista dela muito boas,inclusive um concerto de Prokoviev na Venezuela sob reGência de Abbado de deixar com o queixo caído.Disseram-me que ela estava acostumada a trabalhar com o referido italiano e Dudamel e por isso se acostumou a níveis artísticos muito altos.Saiu da OSESP em pouco tempo,se concentrando na orquestra para qual Abbado a convidara,a Mozart de Bologna,além de posteriormente aceitar o cargo de spalla da Filarmonica de Jalisco no México.Isaac Carneiro Victal.
ResponderExcluirCom base no precedente,não dá para dizer que a Simon Bolívar é superestimada,até pelo fato dela ser apenas uma das orquestras jovens com sede na capital Caracas,apenas o lado coberto pela publicidade internacional de uma incrível medida do governo no intuito de formar músicos de alta qualidade e que está dando resultados a olhos vistos,as gravações estão aí para provar,não precisa viajar para saber.Recentemente ganhou um Latin Grammy outra orquestra venezuelana,a Sinfonica da Venezuela por um disco muito bom de peças populares para orquestra que inclui músicas brasileiras e outras do nosso continente,o maestro nesta gravação Theodore Kuchar registrou um ciclo de Prokofiev na Ucrãnia lançado pela mesma gravadora do ciclo da OSESP,a Naxos,na minha avaliação muito melhor que o nosso,a sinfonia clãssica então conduzida por Alsop aqui é a mais descuidada e sem refinamento que já ouvi.Também foi laureada pelo mesmo prêmio a pianista Montero a que me referira,num cd acompanhada da orquestra das Américas regida por Carlos Miguel Prieto,convidados nesse ano da temporada do Cultura Artística.Muito comentada foi a gravação dos poemas sinfonicos de Respighi conduzida ainda por Neschling e lançada pelo selo BIS com propaganda de um novedoso processo de gravação.Pois bem,achei num sebo uma gravação de 30 e tantos anos atrás do selo Francês Forlane,nem sei se ele existe ainda ou se faliu,da Filarmonica de la Ciudad de México en la Sala Nezahualcoyotl de la Universidad Autonoma Nacional de México e dá um banho a antiga gravação analógica na versão modernosa e publicitada da OSESP,tanto em termos de acústica,quanto em termos da perfomance muito mais animada que dá destaque claramente a cada instrumento nessas obras tão coloridas numa interação quase camerística entre os naipes de tão clara,mesmo num tutti em fortísiimo,ao contrário da moderníssima gravação feita aqui.Uma decepção eu tive com a Argentina embora adore o país e estarei viajando para lá em breve,lá já estiveram em melhores momentos,nossas orquestrar principais são neste caso infinitamente melhores que as de lá,embora o atual diretor da Filarmonica de Buenos Aires tenha feito uma bela gravação com a Osesp e a flautista Sharon Bezaly laçada recentemente que gostei muito.Também inauguraram uma sala de concertos fantástica chamada Ballena Azul no antigo edifício central de correios,onde Evita Peron tinha seu escritório,um prédio eclético fabuloso e uma intervençao moderna espatacular.Infelizmente o famoso teatro Colón tem passado por muitas situações constrangedoras recentemente,remarco as reclamçôes que a descendente de Wagner que veio para uma montagem reduzida do Anel;falou horrores do teatro,além da confusão recente com Angela Gheorghiu que este blog mesmo noticiou,se bem que esta prima dona arranja confusão em todo lugar,além disso não não podemos falar nada neste caso em vista das coisas que acontecem no municipal de SP.
ResponderExcluirO que gosto neste blog é que ele dá espaço para opiniões mesmo que não sejam compatíveis com as de seu dono. Respeito sua opinião. Temos visões diferentes. Como disse, as últimas apresentações dá OSESP com sua titular me surpreenderam. Não quer dizer que eu não concorde com os artigos publicados anteriormente que não são de minha autoria. Digo, antes tarde do que nunca justamente por concordar com visões anteriores de que a orquestra tem desempenho melhor na mão de convidados. Se finalmente encontrar um caminho com sua titular, ótimo. Vou à sala pela música e não para me preocupar com intrigas de bastidores. Reafirmo que a Osesp é uma orquestra sem par no cenário latino americano. Lembro de concertos memoráveis com Frank Shipway, Mário Venzago, Richard Armstrong, Kristjan Jarvis, Eiji Oue e muitos outros. Estarei no ato2 de Tristão e Isolda, não perco por nada, por saber que teremos uma interpretação de alto nível. Viva a Osesp!
ResponderExcluirPois são justamente essas "intrigas de bastidores" que esclarecem a gente sobre como se dão os resultados musicais da OSESP,vide o caso da violinista Angelica Olivo que foi abafado,contei essa história pois recentemente o responsável deste blog enfrentou uma polêmica com o spalla Baldini.Sobre Alsop,apesar de tudo considero-a uma boa regente,o problema é que como este blog já mencionou a maestrina não impõe uma sonoridade à orquestra.Ela serve para trabalhar com orquestras excepcionais e empurrar as coisas e só,a própia já falou sobre isso.O último regente Tortelier deu uma entrevista bombástica na qual falava da nossa orquestra precisar que o regente auxilie os músicos toda hora sobre detalhes técnicos da execução musical,em outras palavras disse que eles precisam de um pai autoritário,tudo o que a Marin não é e nunca será.Ela é democrática,mas por outro lado se acomoda e jamais vai enfrentar tanto músicos muito menos a direção.Grandes regentes como Toscanini,Celebidache,Maazel,Karajan,Kleiber,Bernstein sabemos que eram conflituosos,ou não faziam tudo o que se esperava deles,sempre em busca de um ideal de som ou interpretação,ou será que alguém pensa que as idéias de um Harnoncourt quando surgiram não enfrentaram nenhuma resistência?Mas de fato como pessoa Alsop é mais fácil de lidar que esses todos.A contratação da americana se deve a meu ver pelo fato da direção querer publicidade sobre a orquestra,não qualidade musical,essa gente não entende muito bem de música só administram como se fosse uma empresa.A diretora possui contrato com gravadora e abre as portas do conjunto para se apresentar em grandes palcos em digressões internacionais,por isso foi contratada,embora durante os concertos ao vivo o resultado beira a mediocridade muitas vezes.Também não caio nesta conversa fiada da administração eficiente,tanto Neschling já falou que se ouver uma mudança política a OSESP PODE ATÉ ACABAR,vejam que o orçamento só este ano foi reduzido em 27 por cento e muitos regentes e solistas de primeiro escalão usualmente cancelam suas apresentações na última hora,me recordo dos casos recentes de Celso Antunes,Sol Gabetta,Louis Langrée,Alondra de la Parra entre outros.Tortelier também falou na entrevista supramencionada das intrigas polìticas que envolvem a OSESP e como isto atrapalhou sua atuação como artista por aqui.Vamos encarar isso:usualmente no Brasil muda o governo,mudam os diretores também das orquestras e teatros,independentemente se vinham realizando um trabalho bom ou ruim.Louvo a Filarmonica de Minas Gerais por isso,pois no estado ouve uma mudança no partido de de governo e esta não afetou em nada a direçao da orquestra, ainda levaram adiante as obras da Sala MInas Gerais e do complexo cultural que a envolve sem mudar nada no projeto.Agora esta conversa fiada do modelo de gestão de São Paulo não me convence,tanto de que acordo com a vontade do governador extinguiram a Banda Sinfonica do Estado e agora o Teatro São Pedro está em perigo.Pergunto-me que maravilhoso modelo de administração é esse,se na prática depois de tanto discurso o governo é que decide sobre se um conjunto musical sobrevive ou não,e os que sobram ficam sujeitos ao comodismo e a medicridade?Esse discurso de eficiência é sobretudo político,não tem nada a ver com o resultado artístico,não me convence.Isaac Carneiro Victal.
ResponderExcluirConvencendo-o ou não, é o modelo mais eficiente até o momento. Não estou inventando nada. É fato. Se souber de outra orquestra por estas bandas que tenha a infraestrutura que a Osesp tem hoje, que promove mais de 130 concertos anualmente e se apresenta nos maiores centros musicais do mundo com boas críticas me avise. Infelizmente o modelo ainda não é isento do jogo político e isso é uma questão cultural.Nos EUA as grandes orquestras são praticamente auto suficientes, não há um grande aporte do estado como aqui. Fora que os programas de assinatura, mecenato e bilheteria bancam a maior parte dos custos. Se o sistema é sensível às mudanças de governo isso se deve ao fato de que não temos uma sociedade que deseja cultura neste nível e muito menos que iria desembolsar um real para manter uma orquestra.Sinto muito, mas se a sociedade não muda não espere que um milagre aconteça. Minhas análises são de performance em dois concertos individuais. Qualquer dia desses escrevo sobre a trajetória dá Osesp que acompanho há mais de 10 anos, boa parte como assinante (não sou mais é isso é outra história). Não basta reclamar do modelo se não mudamos para ter instituições desse nível em nosso país. Se dependesse dá contribuição dá sociedade não haveria uma única orquestra profissional neste país. Por esse motivo somos obrigados a nós conformar com o que o estado disponibiliza. Acho um absurdo o que fizeram com a Banda Sinfônica e as demais orquestras do estado. Mas é fato que empresas investem bilhões em propina e não são capazes de patrocinar uma orquestra. O cidadão quer um cabide no governo para ficar encostado ganhando muito e fazendo pouco se puder. Portanto, reclamar do que temos é que funciona um pouco melhor sem realmente fazer nada para mudar é muito fácil. Vou aproveitar enquanto temos uma orquestra como a Osesp,a melhor no cenário atual, porque o dia de amanhã ninguém sabe.
ResponderExcluirPerdoem me pelos erros. Mas meu corretor ortográfico está mandando acento em tudo.
ResponderExcluirVeja as sentenças repetidas no discurso acima"isto é fato""é o modelo mais eficiente""só temos em SP""o cidadão quer um cabide no governo" expressões mais próximas do mundo empresarial e da política do que da crítica de arte.O discurso continua enfocando questões políticas e fazendo juízos de valor no estilo "isto é melhor que aquilo e ponto". Digo para este que vos fala em arte não existem verdades absolutas nem se trata competição esportiva,sim da expressão de um conceito materializado na obra do artista,como exemplo adoro citar a frase de Yo Yo Ma;disse recusar fazer parte do júri de concursos instrumentais, pois como pode ele julgar a expressão artística pessoal de alguém?Existem várias orquestras excelentíssimas na Europa,USA e Japão cada uma toca do seu jeito mas igualmente excelentes,são interpretações diferentes apenas,mas acho estúpido avaliar o músico através do número de concertos mundo afora no mercado internacional de concertos e não nos atermos aos valores estéticos,já falei que isso é assunto de administradores de empresas não de críticos de arte,só prova a minha tese que o ambiente musical em SP está poluído por visões do mundo empresarial e da política.Realmente não tenho soluções para nada,sou um nada e não estou fazendo nada para mudar,apenas quero dizer o que estou sentindo e ainda bem aqui não somos censurados neste blog com em tantos outros lugares.Saudações prezado Willian Cardoso Abreu,desejo tudo de bom para ti e os seus e para os músicos e orquestras desse país,em especial os mais desamparados nesse momento de crise,mas creio que não falamos a mesma língua e gostaria de encerrar educadamente por aqui.Encarecidamente,Isaac Carneiro Victal
ResponderExcluirSim. Nossas opiniões divergem bastante. Como disse, e adiciono, acompanho a Osesp, Banda Sinfônica, Theatro São Pedro, Theatro Municipal de SP, OSB, temporada internacional de Mozarteum e Cultura Artística há mais de 10 anos in loco. Infelizmente o perfil das orquestras nacionais é o que eu comentei e o modelo Osesp é o que sobrevive sem grandes alterações há mais tempo. A crítica de arte está no meu texto publicado, minhas opiniões quanto a gestão que vc colocou estão nos comentários. Reitero, é muito fácil olhar de fora e colocar defeito, dizer que a orquestra está estagnada. Se vc não acompanha sua trajetória não tem tanta propriedade para reclamar dos pormenores. Uma dica, faça uma uma assinatura, vá com frequência aos concertos, converse com os músicos no hall e vc terá uma visão macro dá situação. Não estou nem quero tentar mudar a opinião de ninguém, só enxergo o que é óbvio. Bom discutir essas questões, pena que somos poucos. Se as pessoas se importassem mais com esse tipo de assunto talvez a Banda Sinfônica não estivesse agonizando à beira da extinção. Fiz o que eu pude. Assinei as petições, pressionei deputados na assembléia legislativa, acompanhei os protestos, pedi atenção especial para a imprensa. Infelizmente o Estado se manteve surdo e agora uma CPI deve sair para questionar os motivos de extinção dá Banda bem como o sucateamento das demais orquestras.
ResponderExcluirTudo de bom. Espero sempre contar com sua visão dos fatos, pois sempre que puder publicarei minhas experiências musicais neste blog. Grande Abraço.
Eu gostei de tudo.
ResponderExcluir