CRÔNICAS OPERÍSTICAS - FAUST DE GOUNOD NA SALA SÃO PAULO.
Nos tempos do maestro Neschling, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo apresentava duas óperas em forma de concerto por ano. Essa tradição foi esquecida pela nova administração.
O ano era 2005, e a OSESP anunciou a ópera Faust, de Gounod. Assisti todas as versões disponíveis em vídeo. Tive até a felicidade de conseguir o áudio do balé. As televisões fizeram matérias, a Rede Globo anunciou que quatro harpas estariam presentes, duvidei da informação. Tudo parecia grandioso.
Começa o primeiro ato, entram o soprano Leontina Vaduva (eu a conheci no vídeo Romeo et Juliet, do mesmo Gounod, ao lado do bonitão do Alagna) e o tenor, acho que era o D'Artegna. Quando ele solta o vozeirão, a coisa complica. A voz não saia, simplesmente se perdeu pelas gargantas da vida. No intervalo, comentei com meu amigo Edson Lima (sempre ele) que o digníssimo cantor estava sem voz, nem sei se ele terminaria a récita.
Dito e feito: acaba o intervalo, o maestro Neschling pega o microfone e anuncia que o tenor estava sem voz. Ouve-se o murmúrio da platéia, um ar de decepção percorre a sala. Fiquei apavorado, não queria perder o restante da ópera. A OSESP estava em estado de graça naquela tarde de sábado. Muitos jovens estavam presentes, debutavam na ópera , que decepção seria se tudo parasse.
Neschling tinha um ás na manga: existia um tenor na platéia. Ouvi um suspiro de alívio da galera. A ópera não pararia. Ele pediu compreensão com o rapaz, que nem sequer ensaiara. Palmas ecoaram por todos os lados, os vovôs adoraram a idéia, pararam até de tossir, o espetáculo tem que continuar. O rapaz não tinha lá uma grande voz mas, naquela hora, passou a ser o melhor tenor do mundo, um Pavarotti magro. Terminou a ópera com dignidade.
Procurei as quatro harpas que a Rede Globo anunciou, mas só vi duas. Até hoje não encontrei as outras... Eta reporter mal informado!
Começa o primeiro ato, entram o soprano Leontina Vaduva (eu a conheci no vídeo Romeo et Juliet, do mesmo Gounod, ao lado do bonitão do Alagna) e o tenor, acho que era o D'Artegna. Quando ele solta o vozeirão, a coisa complica. A voz não saia, simplesmente se perdeu pelas gargantas da vida. No intervalo, comentei com meu amigo Edson Lima (sempre ele) que o digníssimo cantor estava sem voz, nem sei se ele terminaria a récita.
Dito e feito: acaba o intervalo, o maestro Neschling pega o microfone e anuncia que o tenor estava sem voz. Ouve-se o murmúrio da platéia, um ar de decepção percorre a sala. Fiquei apavorado, não queria perder o restante da ópera. A OSESP estava em estado de graça naquela tarde de sábado. Muitos jovens estavam presentes, debutavam na ópera , que decepção seria se tudo parasse.
Neschling tinha um ás na manga: existia um tenor na platéia. Ouvi um suspiro de alívio da galera. A ópera não pararia. Ele pediu compreensão com o rapaz, que nem sequer ensaiara. Palmas ecoaram por todos os lados, os vovôs adoraram a idéia, pararam até de tossir, o espetáculo tem que continuar. O rapaz não tinha lá uma grande voz mas, naquela hora, passou a ser o melhor tenor do mundo, um Pavarotti magro. Terminou a ópera com dignidade.
Procurei as quatro harpas que a Rede Globo anunciou, mas só vi duas. Até hoje não encontrei as outras... Eta reporter mal informado!
Ali Hassan Ayache
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