DUO BALDINI E RADU EM APRESENTAÇÃO CONVINCENTE NO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

                    Foto: A pianista Dana Radu sentada em frente ao piano que esta de lado, atrás dela esta o violinista Emanuelle Baldini segurando o violinio, ambos estão sorrindo para a câmera. #pracegover 

   As apresentações no Theatro Municipal de São Paulo são quase diárias e contemplam o artista brasileiro. Eventos variados para as mais diversas idades entregam ao cidadão cultura, essa é a função principal do teatro. As Quartas Musicais do dia 03 de Maio apresentaram o violinista Emanuelle Baldinni e a pianista Dana Radu em um programa para as fantasias, valsas e melodias.
   Baldini é spalla da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, embora seu talento como solista ainda seja pouco conhecido. No Teatro Municipal Emanuelle deu seu máximo para mostrar que é capaz de ser um bom solista. Baldini é um excelente músico, domina seu instrumento com grande destreza, porém, como já disse em um texto anterior não é um solista do primeiro time internacional. Em momento algum estou denegrindo ou fazendo pouco caso, não ser do time das grandes estrelas não é demérito para ninguém.
   A primeira parte, o duo parecia estar sem brilho, sem energia, um tanto quanto burocrático. Na obra moleza da noite, que abriu o programa, fantasia sobre "La Traviatta”,o solista errou algumas progressões de escalas fáceis, talvez a “os dedos” ainda estivessem frios.
   As melodias de Massenet foram tocadas com primor pelo duo, ficando clara a cumplicidade entre ambos. Baldini mesmo em notas longas segurou a afinação. Na "melodia" da ópera "Orfeu e Eurídice", faltou uma "pegada de solista" na melodia principal, as frases estavam desconectas, fazendo assim o ouvinte perder o fio condutor.
    O spalla mais querido da OSESP brilhou em diversos momentos. O ponto alto da noite foram o Paganini e Carmen. Baldini entra em uma feroz batalha técnica com seu instrumento e supera todas as dificuldades que as duas obras virtuosísticas apresentam com louvor. 
   Baldini mostra uma virtuosidade que chega a impressionar, mas ai entra a questão principal, seu som não preenchia a sala, principalmente quando ele mesmo estava vencendo todas as dificuldades técnicas. O solista toca sem o brilho impactante inerente aos grandes violinistas. Esse é o detalhe que separa os gênios dos muito bons. Quando Joshua Bell ou Julian Rachlin tocam, ouvimos uma virtuosidade plena brotando com naturalidade, uma postura de palco diferente, uma imposição perante ao público única. Além de um som potentíssimo e de alta qualidade que chega de maneira plena até mesmo aos ouvintes mais humildes presentes nas longínquas e elevadas galerias do teatro.
Baldini é um músico honesto e de grande talento.
   O público paulistano parece não se empolgar com o talento do spalla, infelizmente o que se viu foi um teatro com poucos lugares ocupados. Lembro que o pianista Amaral Vieira quase esgotou os ingressos para a mesma série Quartas Musicais. Diferente do que afirmou Monica Bergamo em sua coluna no jornal Folha de São Paulo, o Teatro Municipal anda quase sempre com casa cheia em apresentações dos mais diversos tipos. 
Ali Hassan Ayache

Dana Radi e Emanuelle Baldini, foto Internet.

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