NELSON FREIRE E BEETHOVEN EM MINAS GERAIS.
Filarmônica de Minas Gerais recebe o pianista para interpretar concerto para piano de Beethoven e sinfonia de Bruckner.
O aclamado pianista Nelson Freire apresenta-se com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais nos dias 22 e 23 de junho, às 20h30, na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, e interpreta o Concerto para piano n. 4, de Beethoven. Sob regência do maestro Fabio Mechetti, a Orquestra interpretará, ainda, pela primeira vez, a Sinfonia n. 3, de Bruckner. Nelson Freire vem colaborando com a Filarmônica há muitas temporadas, e esta será a oitava vez que o artista se apresenta com a Orquestra. Os ingressos estão esgotados.
Antes das apresentações, das 19h30 às 20h, o público poderá participar dos Concertos Comentados, palestras que abordam aspectos do repertório. A convidada das duas noites é a bailarina e historiadora Regina Amaral, professora da Escola, que irá apresentar a riqueza das duas narrativas de Orfeu sob o olhar de Stravinsky e Liszt.
Repertório
Ludwig van Beethoven (1770-1827) e a obra Concerto para piano n. 4 em sol maior, Op. 58
No século 19, muitas eram as oportunidades para os compositores, que passaram a ter mais facilidade para publicar suas obras e se apresentarem em público. A composição de um concerto servia-lhes para demonstrar seu alto conhecimento musical, como compositor e como instrumentista. Beethoven compõe seu Concerto para piano n. 4 nesse momento e o estreia em 1807, em Viena, em concerto privado na casa de seu patrono, o Príncipe Franz Joseph von Lobkowitz, com o compositor ao piano. A primeira performance pública da obra, na última aparição de Beethoven como solista, realiza-se, também, em Viena, em dezembro de 1808, no Theater an der Wien. Na peça, o compositor soube explorar todas as possibilidades expressivas do piano, de modo a colocá-lo em pé de igualdade com a orquestra. Pela primeira vez, o instrumento ganha independência e se torna um dos protagonistas da cena.
No século 19, muitas eram as oportunidades para os compositores, que passaram a ter mais facilidade para publicar suas obras e se apresentarem em público. A composição de um concerto servia-lhes para demonstrar seu alto conhecimento musical, como compositor e como instrumentista. Beethoven compõe seu Concerto para piano n. 4 nesse momento e o estreia em 1807, em Viena, em concerto privado na casa de seu patrono, o Príncipe Franz Joseph von Lobkowitz, com o compositor ao piano. A primeira performance pública da obra, na última aparição de Beethoven como solista, realiza-se, também, em Viena, em dezembro de 1808, no Theater an der Wien. Na peça, o compositor soube explorar todas as possibilidades expressivas do piano, de modo a colocá-lo em pé de igualdade com a orquestra. Pela primeira vez, o instrumento ganha independência e se torna um dos protagonistas da cena.
Anton Bruckner (1824-1896) e a obra Sinfonia n. 3 em ré menor (edição por Franz Schalk)
A despeito dos detratores de sua música em Viena, e da discussão sobre o wagnerismo de sua linguagem, Bruckner seguiu convicto, a revelar vigor e delicadeza em orquestrações para as quais trouxe a sonoridade de seu instrumento, o órgão. O sinfonismo bruckneriano é atravessado pelo senso de convicção, pela sinceridade e pelo espírito de devoção que aproximam suas obras de peças religiosas. Além disso, o músico age como um dramaturgo, que dá a cada tema – como a um personagem – o tempo que ele precisa para desempenhar seu papel. Na Sinfonia n. 3 em ré menor, dedicada a Wagner, percebe-se a presença do tema de abertura não apenas em seu retorno à reexposição, mas, também, no desenvolvimento e na seção conclusiva, tal a pregnância da cor orquestral, das harmonias e dos motivos melódicos. A obra expressa devoção, amor à vida e uma visão além de seus limites.
A despeito dos detratores de sua música em Viena, e da discussão sobre o wagnerismo de sua linguagem, Bruckner seguiu convicto, a revelar vigor e delicadeza em orquestrações para as quais trouxe a sonoridade de seu instrumento, o órgão. O sinfonismo bruckneriano é atravessado pelo senso de convicção, pela sinceridade e pelo espírito de devoção que aproximam suas obras de peças religiosas. Além disso, o músico age como um dramaturgo, que dá a cada tema – como a um personagem – o tempo que ele precisa para desempenhar seu papel. Na Sinfonia n. 3 em ré menor, dedicada a Wagner, percebe-se a presença do tema de abertura não apenas em seu retorno à reexposição, mas, também, no desenvolvimento e na seção conclusiva, tal a pregnância da cor orquestral, das harmonias e dos motivos melódicos. A obra expressa devoção, amor à vida e uma visão além de seus limites.
Maestro Fabio Mechetti
Desde 2008, Fabio Mechetti é diretor artístico e regente titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. Com seu trabalho, posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como regente principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de 14 anos à frente da Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu regente titular emérito. Foi também regente titular das Sinfônicas de Syracuse e de Spokane. Desta última é, agora, regente emérito. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Sinfônica Nacional de Washington, e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Sinfônica de San Diego, foi regente residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.
Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra da Rádio e TV Espanhola em Madrid, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia, dirigindo a Filarmônica de Tampere, e na Itália, dirigindo a Orquestra Sinfônica de Roma. Em 2016 estreou com a Filarmônica de Odense, na Dinamarca.
Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.
Nelson Freire
Nelson Freire atingiu raro consenso entre ouvintes de música clássica. Todas as peças interpretadas pelo pianista mineiro parecem receber, de suas mãos, a versão mais poética, perfeita e comovedora. Consagrado, o músico é convidado a tocar nas melhores salas de concerto, com orquestras e regentes mais prestigiosos. As pompas, porém, não alteraram o caráter do menino de Boa Esperança (MG), que, aos 5 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi orientado por Nise Obino e Lúcia Branco. Finalista do I Concurso Internacional de Piano do Rio de Janeiro, o pianista recebeu, do então presidente Juscelino Kubitschek, a bolsa de estudos que o leva a Viena, onde estudou sob a direção de Bruno Seidlhofer. Aos 19, conquista o primeiro prêmio no Concurso Internacional Vianna da Motta, em Lisboa. Seu début se deu aos 23, em Londres, em apresentação considerada sensacional pela crítica, a ponto de o Times chamá-lo de “o jovem leão do teclado”.
Em cinco décadas, e com atuações em cerca de 70 países, Freire tornou-se estrela internacional de máxima grandeza. Gravou para Sony/CBS, Teldec, Philips e Deutsche Grammophon. Desde 2003, tem contrato de exclusividade com a Decca. Seus discos obtiveram os prêmios Diapason d’Or, Grand Prix du Disque, Victoire d´Honneur, Edison Award, Gramophone Award e o Grammy Latino, por Nelson Freire Brasileiro. Apresentou-se com os prestigiados regentes Valery Gergiev, Rudolf Kempe, Rafael Kubelik, Yuri Temirkanov, Seiji Ozawa, Riccardo Chailly, Charles Dutoit, Andre Previn, Pierre Boulez, Lorin Maazel, Kurt Masur e Sir Colin Davis. Esteve, ainda, com as orquestras filarmônicas de Berlim, Londres, Nova York e Israel, Concertgebouw de Amsterdam, Gewandhaus de Leipzig, e sinfônicas de Paris, Nacional da França, Munique, Tóquio, São Petersburgo, Boston, Chicago e Viena. Esta é a oitava apresentação de Nelson Freire com a Filarmônica de Minas Gerais.
Foto: Rafael Motta
SERVIÇO:Orquestra Filarmônica de Minas GeraisNelson Freire, pianoFabio Mechetti, regente22 e 23 de junho, quinta e sexta-feiras, às 20h30Sala Minas Gerais (R. Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto – Belo Horizonte. Tel.: 31 3219-9000)Ingressos: R$ 105 (balcão principal), R$ 85 (plateia central), R$ 62 (balcão lateral), R$ 50 (mezanino) e R$ 40 (balcão palco e coro), com meia-entrada para estudantes, pessoas com mais de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação
FONTE: http://www.movimento.com/2017/06/nelson-freire-e-beethoven-em-mg/
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