OSESP: MÊS EM QUE OS PIANISTAS BRILHARAM E UM TCHAIKOVSKY HISTÓRICO. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.
Omer Meier Wellber, foto Internet.
O povo de São Paulo teve o privilégio único de nos últimos trinta dias ter assistido a três dos maiores pianistas da atualidade. Começando com o jovem e brilhante inglês Benjamin Grosvenor, que nos brindou com um recital de tirar o folego, fazendo até do público mais exigente sair satisfeito. Passando pelo experiente francês Louis Lortie, que entrou para a galeria dos concertos históricos, tocando impecavelmente a integral dos “Anos de Peregrinação” de Liszt. Parabéns a Sociedade de Cultura Artística e a Osesp por estes dois eventos.
Isto prova que sei elogiar quando justificável e necessário. Para terminar a trinca de pianistas dos últimos trintas dias, falaremos sobre o concerto desta semana na Sala SP.
A OSESP finalmente encaixou um programa muitíssimo bem montado. Começou com o Spalla da casa Emanuelle Baldini, solou de maneira competente, acadêmica, burocrata, e digamos, um pouco sem vontade um capricho de Paganini. Este serviu de inspiração para a composição de Rachmaninov para piano que viria logo após.
O Spalla estava com cara de poucos amigos, parecia sem graça perante aos colegas (por estar solando uma peça na frente de todos) ou então, incomodado, por não ser nem de longe a estrela da noite ou o rei da festa.
A segunda peça foi a triunfal e fantástica obra de Serguei Rachmaninov intitulada Rapsódia sobre um Tema de Paganini, obra de difícil execução e esteticamente belíssima. O pianista Stephen Hough, deu uma exibição tecnicamente perfeita aliada a uma interpretação comedida e refinada. Diferentemente de muitos pianistas que tendem a explorar todo o vigor físico nesta obra. A cordialidade e precisão inglesa do pianista influenciaram notoriamente sua interpretação. O final foi emoção para todos os lados da sala !
Se o concerto acabasse ali o público sairia satisfeito, porém, para a segunda parte ainda nos reservava a Sinfonia Manfred de Tchaykovsky, uma das maiores obras do compositor.
Composição longa, uma hora de duração e inspirada no poema dramático de Lord Byron. Como se não bastasse, o público já com a alma lavada com a execução anterior surge o jovem regente israelense Omer Meir Wellber. Ele faz a sala transbordar de emoção com uma avassaladora, comovente e colossal interpretação. A força expressiva do maestro nos 4 movimentos e o som aveludado que extraiu das cordas, principalmente das violas, lembram as cordas da Orquestra Sinfônica de Viena regida por Gergiev em março do ano passado.
Um concerto que tende a entrar para os melhores do ano, casa lotada (mesmo num feriadão) nos três dias e muita emoção no ar. E mais uma vez a prova que com um grande regente a orquestra e seu público respondem a altura.
Por falar em regente, onde anda Marin Alsop? Ela ainda é regente titular da Osesp? A madame não aparece aqui desde março, depois dizem que eu pego no pé. Imaginem um trabalhador aparecer em seu emprego a cada 4 meses. Parece piada, mas infelizmente é a pura verdade.
Ali Hassan Ayache
O povo de São Paulo teve o privilégio único de nos últimos trinta dias ter assistido a três dos maiores pianistas da atualidade. Começando com o jovem e brilhante inglês Benjamin Grosvenor, que nos brindou com um recital de tirar o folego, fazendo até do público mais exigente sair satisfeito. Passando pelo experiente francês Louis Lortie, que entrou para a galeria dos concertos históricos, tocando impecavelmente a integral dos “Anos de Peregrinação” de Liszt. Parabéns a Sociedade de Cultura Artística e a Osesp por estes dois eventos.
Isto prova que sei elogiar quando justificável e necessário. Para terminar a trinca de pianistas dos últimos trintas dias, falaremos sobre o concerto desta semana na Sala SP.
A OSESP finalmente encaixou um programa muitíssimo bem montado. Começou com o Spalla da casa Emanuelle Baldini, solou de maneira competente, acadêmica, burocrata, e digamos, um pouco sem vontade um capricho de Paganini. Este serviu de inspiração para a composição de Rachmaninov para piano que viria logo após.
O Spalla estava com cara de poucos amigos, parecia sem graça perante aos colegas (por estar solando uma peça na frente de todos) ou então, incomodado, por não ser nem de longe a estrela da noite ou o rei da festa.
A segunda peça foi a triunfal e fantástica obra de Serguei Rachmaninov intitulada Rapsódia sobre um Tema de Paganini, obra de difícil execução e esteticamente belíssima. O pianista Stephen Hough, deu uma exibição tecnicamente perfeita aliada a uma interpretação comedida e refinada. Diferentemente de muitos pianistas que tendem a explorar todo o vigor físico nesta obra. A cordialidade e precisão inglesa do pianista influenciaram notoriamente sua interpretação. O final foi emoção para todos os lados da sala !
Se o concerto acabasse ali o público sairia satisfeito, porém, para a segunda parte ainda nos reservava a Sinfonia Manfred de Tchaykovsky, uma das maiores obras do compositor.
Composição longa, uma hora de duração e inspirada no poema dramático de Lord Byron. Como se não bastasse, o público já com a alma lavada com a execução anterior surge o jovem regente israelense Omer Meir Wellber. Ele faz a sala transbordar de emoção com uma avassaladora, comovente e colossal interpretação. A força expressiva do maestro nos 4 movimentos e o som aveludado que extraiu das cordas, principalmente das violas, lembram as cordas da Orquestra Sinfônica de Viena regida por Gergiev em março do ano passado.
Um concerto que tende a entrar para os melhores do ano, casa lotada (mesmo num feriadão) nos três dias e muita emoção no ar. E mais uma vez a prova que com um grande regente a orquestra e seu público respondem a altura.
Por falar em regente, onde anda Marin Alsop? Ela ainda é regente titular da Osesp? A madame não aparece aqui desde março, depois dizem que eu pego no pé. Imaginem um trabalhador aparecer em seu emprego a cada 4 meses. Parece piada, mas infelizmente é a pura verdade.
Ali Hassan Ayache
Concordo com tudo o que foi dito dos Concertos da última semana na Sala São Paulo, onde a OSESP uma vez mais mostrou ser uma grande Orquestra. O pianista impecável, magistral! O Maestro simplemente ESPETACULAR, GRANDIOSO, ELOQUENTE! Mas dizer que Emmanuele Baldini foi "apenas competente e estava com cara de poucos amigos", por favor, isso é exagero e o teu ponto de vista. Claro, o crítico aqui é voce. Baldini solou divinamente e mostrou toda a sua competência com o violino. Arrebatador!
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