A ÓPERA E AS COINCIDÊNCIAS... ARTIGO DE LEONARDO MARQUES NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

“Municipais” de São Paulo e Rio de Janeiro finalmente anunciam óperas encenadas, que estrearão no mesmo dia!


Na quarta-feira, 23 de agosto, depois de longa espera, segundo informações publicadas na imprensa, o Theatro Municipal de São Paulo e o Theatro Municipal do Rio de Janeiro finalmente anunciaram produções de óperas encenadas. A casa paulistana montará Nabucco, de Verdi, com estreia em 22 de setembro e terá mais seis récitas. No elenco, nomes como Rodolfo Giuliani e Douglas Hahn (Nabucco); Marly Montoni e Elaine Morais (Abigaille); Lidia Schäffer e Juliana Taino (Fenena); Marcello Vannucci e Eduardo Trindade (Ismaele); e Carlos Eduardo MarcosMatheus França (Zaccaria), dentre outros. Cleber Papa dirige, Roberto Minczuk rege.
Já a casa carioca montará Tosca, de Puccini, com estreia no mesmo dia 22 de setembro, e mais quatro récitas. No elenco, Eliane Coelho e Macarena Valenzuela(Tosca); Eric Herrero e Juremir Vieira (Cavaradossi); e Homero Perez-Miranda (Scarpia), dentre outros. André Heller-Lopes dirige, Marcelo de Jesusrege.
Além da divulgação das produções no mesmo dia, da estreia (22/9) e de mais três récitas (23, 27 e 29/9) nas mesmas datas, outras coincidências chamam a atenção:
a) o diretor artístico de cada “Municipal” será o encenador das produções (normal em época de vacas magras, e no caso do Rio uma remontagem vinda do exterior);
b) os dois títulos possuem apelo popular (também normal em época de vacas magras);
c) estas serão as primeiras óperas encenadas gestadas nas administrações atuais de cada teatro (em São Paulo, Papa assumiu em janeiro e só havia apresentado óperas em concerto até então; no Rio, Heller-Lopes assumiu também no começo da temporada, e até agora só havia apresentado de forma encenada um título que estava programado desde o ano passado pela gestão anterior do TMRJ – e lembrando que La Tragédie de Carmen não é ópera e, portanto, não conta);
d) por fim, uma coincidência que só diz respeito ao Municipal do Rio: em cinco espetáculos de maior porte que necessitaram de canto lírico este ano, o tenor Eric Herrero foi convidado para quatro! Não é incrível?
Depois dessas duas produções, não há detalhes, pelo menos por ora, do que as duas casas ainda farão este ano. Comenta-se, nos bastidores, que o Municipal de São Paulo terá ainda mais uma ópera e uma opereta, e o Municipal do Rio pelo menos mais uma ópera. No caso de São Paulo a informação é mais quente. No do Rio, mais rarefeita, até porque a programação da casa tem sido gestada na base do improviso, sem uma direção bem definida.
Como diz um amigo meu, é o que temos para o momento. E tendo que escolher entre as duas estreias, fiquei com a de São Paulo: pelo menos não terei que repetir o tenor pela enésima vez só este ano. Nada contra o referido tenor, que fique bem claro, pois ele é um bom cantor (tendo suas qualidades reconhecidas, inclusive, em resenhas assinadas por este articulista); mas quem o escala com tanta frequência deve estar precisando ampliar seu leque de visão. Ou seria de audição?
Leonardo Marques
Fonte: http://www.movimento.com/2017/08/opera-e-coincidencias/

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