MAURO WRONA, DIRETOR CÊNICO DA ÓPERA "DON GIOVANNI", QUE SERÁ APRESENTADA NO XVI FESTIVAL DE ÓPERA DO THEATRO DA PAZ,EM ENTREVISTA EXCLUSIVA PARA O BLOG DE ÓPERA & BALLET.



A ópera "Don Giovanni", de Mozart, é o ponto alto do XVI Festival de Ópera do Theatro da Paz. Mauro Wrona assume a direção cênica e comenta sua encenação para o crítico e jornalista Marco Antônio Seta com exclusividade para o Blog de Ópera & Ballet.

Marco Antônio Seta: Como você pretende encenar e encarar "Don Giovanni". Seria nos moldes tradicionais, ou numa visão contemporânea, ou pelo menos mais moderna à da época original,  no Séc.XVIII em Sevilla.... etc e tal. 

Mauro Wrona: Desde que comecei meu trabalho no Festival de Opera do Theatro da Paz (2011), quis montar um título ďe Mozart.
Finalmente chegou o momento.

Este D.Giovanni não é totalmente tradicional, mas também não é contemporâneo. 
Me preocupei em contar a história de forma clara, pois sempre quando assistia D.Giovanni, a sequência das cenas me confundia. Sigo o texto. A cenografia é mais contemporânea,  com elementos que nos remetem a Sevilha,  além de fragmentos de pinturas de Goya. Algumas formas geométricas, e dois muros que se movem, para dar mobilidade às cenas.
O figurino é de um século. XVIII revisitado.

O D. Giovanni de Homero Velho é ideal, pois tem a estatura e todas as condições adequadas, além de ser um excelente intérprete e cantor.

Está ópera é uma marco na história da arte lírica. D.Giovanni abre já uma fresta para o romantismo, tanto por algumas elaborações harmônicas,  quanto pela justaposição do drama com a comédia. A dupla Mozart- Da  Ponte, mais uma vez nos faz rir, maravilhar, e refletir sobre a sociedade da época, a atual,  e sobretudo sobre o gênero feminino e masculino. Enfim é magistral o modo como Da Ponte ( que era um verdadeiro Don Juan) vê o amor é o sexo.É de um conhecimento profundo da mente humana.

Coloquei D.Ottávio e D.Anna como ícones do Classicismo. Dona Elvira, atemporal, e Zerlina e Masetto bem e próximos do que somos.
Tomei a liberdade de tirar a moral, algo que era obrigatório no século XVIII.A ópera acaba com a morte de Don Giovanni.

Serviço:
Don Giovanni: Dias 15, 17 e 19 de setembro – 20h – Theatro da Paz
Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz
Don Giovanni – ópera em dois atos
Wolfgang A. Mozart (1756-1791)
Libreto Lorenzo Da Ponte (1749-1838)
Coral Lírico do Festival
Direção Musical e Regência: maestro Sílvio Viegas
Direção Cênica: Mauro Wrona
Iluminação: Caetano Vilela
Regente preparador do Coral Lírico: maestro Vanildo Monteiro
Cenografia: Nícolas Boni
Videomapping, produção e operação: Roberta Carvalho
Figurinos: Fábio Namatame
Visagismo: André Ramos
Produtor Executivo, Diretor de Palco e Maestro de Luz: Glaucivan Gurgel
Assistente de Direção Cênica: Mayra Terzian
Supervisão Artística: Gilberto Chaves
ELENCO
– DON GIOVANNI (barítono) HOMERO VELHO – Nobre sevilhano
– LEPORELLO (baixo barítono) SILVERIO DE LA O – Seu criado
– DONNA ANNA (soprano) MARINA CONSIDERA – Dama sevilhana
– DON OTTAVIO (tenor) ANÍBAL MANCINI (15,17) / ANTÔNIO WILSON (19) – Seu noivo
– DONNA ELVIRA (soprano) KÉZIA ANDRADE – Amante de Don Giovanni
– COMMENDATORE (baixo) ANDERSON BARBOSA – Pai de Donna Anna
– ZERLINA (soprano) DHULY CONTENTE – Uma camponesa
– MASETTO (barítono) IDAÍAS SOUTO – Seu noivo

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