OSESP - TEMPORADA 2018, MAIS DO MESMO. ARTIGO DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.
A morosidade musical está arraigada na OSESP em mais uma temporada sem graça. O processo de elitização do público continua a todo vapor. Abaixo alguns motivos do mais do mesmo:
-Mais uma vez a temporada será aberta com uma obra de Mahler.
- Marin Alsop ficará apenas dez semanas no comando da orquestra. Lembrado que ganha uma fortuna em dólares.
-Leonard Bernstein será contemplado com mais um obra, a regente titular é obcecada por ele.
- Os concertos de Quinta e Sexta começarão as 20:30, meia hora mais cedo que o habitual. Azar de quem mora longe.
- O ingresso da hora é passado remoto e ninguém da direção cogita em restabelecê-lo.
- O estacionamento, lembrando que é terreno público, continua cobrando preços absurdos.
- Continuarão os Concertos de 60 minutos com um papo entre solistas e regente, este não caiu no gosto do público. Nestrovski foi duramente criticado em um debate na Sala São Paulo. Pena que eu não estava lá.
- Nas séries gratuitas nunca constam os renomados solistas internacionais que todo ano se apresentam na casa. Esse ano teremos o encerramento do Festival Viva Villa e a maratona Mozart com os vencedores do concurso Jovens Solistas.
- A única notícia boa em meio a tanta lambança é a presença de diversos solistas brasileiros, somente com a crise financeira nossos artistas tem chance se apresentar com a OSESP.
Ali Hassan Ayache
Foto: temporada OSESP 2018. Foto Internet
O que mais me choca que isto tudo que aconteceu este ano no mundo das artes no nosso país,foi por razões políticas.Todos sabem que esses dois estão muito longe de serem inatacáveis,mas John Neschling e Mário Covas são os responsáveis por esta orquestra existir.Hoje temos um secretário de educação pública em SP Jose Roberto Nalini afirmando para todos ouvirem que o estado paulista não deve sustentar educação pública(diz isso por ter uma formação liberal dogmática).Por outro lado,defendeu o direito da classe dele de juízes receber auxílio moradia,bolsa terno e receber altos salários que permitam aos senhores magistrados viajarem à Miami toda semana,para assim poderem trabalhar felizes!Falou isso na condição de comentarista do jornal da TV pública Cultura,em um país decente seria demitido,aqui o governador o nomeou secretário de Educação.Esse governo desses homens que atacou a classe dos músicos impiedosamente este ano no estado de SP,num país de duzentos milhões de almas,onde até pouco tempo atrás ser músico era quase como ser um marginal,onde apenas 2 orquestras profissionais podemos exportar para o exterior, a OSESP e Filarmonica de MG(que aliás já divulgou uma temporada pela primeira vez a meu ver mais interessante que a da agrupação paulista,mas não vi ninguém noticiar ainda)uma terra onde parecem se esforçar para destruir todo resquício de civilização e emburrecer cada vez mais o povo,só os ricos que podem viajar para o exterior como o senhor Nalini podem ser "cultos".De fato não podemos esperar que de um cacto se colham laranjas,dou o exemplo que li numa biografia do meu conterrâneo ex-presidente Itamar Franco,(O Real Itamar)onde gritantemente aparece o arrependimento dele por ter ajudado os tucanos de SP a alcançar o poder,fizeram questão de registrar que o ex mandatário ouviu o pensamento das aves emplumadas e de bico longo nas reuniões,manifestou um porta voz que a civilização e seus seus devem ser só para os que podem pagar!Essa elitização do público,as demissões de músicos,a morosidade etc tudo isso representa uma determinada concepção de mundo e seus efeitos manifestados na administração pública.Isaac Carneiro Victal.
ResponderExcluirEntão Ali, a ideia dos concertos as 20:30 é justamente para popularizar e beneficiar aqueles que dependem de transporte publico e moram longe, pois os concertos acabam muito tarde e a região está cada vez mais perigosa. Esta é uma medida que vai no sentido contrario a eletização.
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