POR QUE ADORAMOS OS ESTRANGEIROS? ARTIGO DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.


   O Brasil cultua o estrangeiro, nesse país temos a falsa impressão de tudo que vem de fora é melhor, mais moderno e mais vistoso. No meio da ópera, música clássica e da dança esse fenômeno é cultuado aos quatro ventos. Diretores contratam solistas para fazer até pequenos papéis, alguns cantam duas frases na Sala São Paulo e levam uma bolada para casa. No Theatro Municipal de São Paulo quase toda a equipe de produção e cantores das últimas três temporadas são de fora. A ópera apresentada "Lady Macbeth de Mtzensky" teve todo o elenco vindo da Rússia, de um inexpressivo teatro de Moscou.
   Existem milhares de gringos capacitados e competentes para realizar ótimos trabalhos nos teatros líricos brasileiros. Infelizmente a maioria dos que tem vindo ao Brasil não apresentaram elevado grau de qualidade que justifique sua vinda. Temos profissionais melhores, mas muito melhores dos que tem vindo. Para se apresentar em nossos palcos tem que ser melhor ou ter algo diferente para mostrar ao público brasileiro. Caso contrário os artistas nacionais tem que ter a preferência total.
   Toda uma geração de artistas e técnicos brasileiros foi renegada por motivos variados e pela preferência pessoal dos principais diretores do teatros. Um dos poucos teatros que não segue essa linha é o São Pedro/SP, onde cantores nacionais são o destaque. Sua Acadêmia de Ópera é atuante e tem uma programação vibrante. Os alunos se apresentam em recitais, concertos e montagens de óperas da casa. 
Ali Hassan Ayache

Comentários

  1. Isso é resultado do nosso complexo de vira-lata, quando viajamos para paises mais sérios que o Brasil vemos o quanto somos subdesenvolvidos. Mas no meio desta inferioridade podemos citar varios brasileiros que se destacam como os melhores do mundo. Nelso Freire considerado um dos melhores pianistas do mundo, Thiago Soares primeiro bailarino do Royal ballet de Londres, Marcelo Gomes primeiro bailarino do New York City ballet, Marcia Haydee, mãe da companhia de ballet de Stuttgart na Alemanha. Menciono o Ballet porque é minha área, mas ainda temos o nosso Neschling que foi diretor de uma das maiores companhias de Ópera mundo, a Opera de Vienna.

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    1. Neschling não foi diretor,apenas foi convidado a reger na Ópera da capital austríaca.Vamos recordar que Eleazar de Carvalho foi o regente nacional que mais conseguiu ser reconhecido no exterior,embora a situação das orquestras brasileiras na época dele era precária até sob o ponto de vista das condições de trabalho.

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