LA BOHÈME, A ÓPERA PERFEITA NO MET. CRITICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.





    O Metropolitan Opera House de New York anda em meio a uma crise financeira. Para contorná-la lançou uma nova maneira de se capitalizar. Levou a ópera aos cinemas em exibições simultâneas com seu teatro. O sucesso desse programa pode ajudar e muito este grande teatro a sair dessa encrenca. As exibições chegaram ao Brasil, sem ser simultâneas, mas estão sendo um grande sucesso de público apesar de apresentarem óperas um tanto quanto desconhecidas do grande público como La Rondine e Orfeu e Eurídece.
  Os lançamento em DVD dessas récitas era natural e esperado pelos amantes da Grande Arte. Alguns títulos já se encontram disponíveis no mercado, Macbeth, Manon Lescaut, Hansel and Gretel ,Perter Grims e La Bohème são alguns deles. Quem não pode assistir no cinema tem o DVD para salvar a pátria.
  La Bohème faz parte da coleção  "The Metropolitan Opera HD Live". De início temos uma apresentação com a René Fleming. A imagem excepcional unida a cenários soberbos desenhados por Franco Zeffirelli faz dessa Bohème se tornar perfeita.
   O MET inova ao mostrar entre os atos os bastidores do teatro, a montagem dos cenários e o trabalho da equipe de apoio, os caras são muito profissionais. 
   Os solistas estão todos perfeitos, seria perca de tempo comentar cada um em separado. Tenho tido muitas dúvidas em relação as vozes nesses DVDs atuais. Todos cantam bem, ninguém erra uma nota, nada de desafinar.  Desconfio e muito da manipulação de imagens e sons nos DVDs gravados em HD.
   As produções atuais são pensadas para o vídeo, o posicionamento das câmeras e os cenários interagem para nos mostrar ângulos antes impossíveis de serem vistos. Acabaram os cenários de pano e as roupas de brechó. As câmeras estáticas e a luz sem foco são parte do passado. A ópera agora está em outro patamar. A voz se torna um elemento do espetáculo e não o principal. Antes tínhamos cantores, hoje temos artistas.    
   Tudo perfeito, bonito e sem falhas. Cadê os erros do cantor, cadê o tombo da bailarina, cadê a polêmica? Todos que assistem essa La Bohème a acharão perfeita,  chorarão pela Mimi e por Rodolfo. Temos uma unanimidade e como dizia o grande dramaturgo Nelson Rodrigues, toda a unanimidade é burra.
 Ali Hassan Ayache

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