SALVATOR ROSA: ÓPERA E MONUMENTO A CARLOS GOMES.



A ópera Salvator Rosa foi composta em 1874 pelo grande compositor brasileiro Antonio Carlos Gomes (1836-1896) tendo sido precedida pelas óperas IL Guarany (1870) e Fosca (1873). Após o enorme sucesso alcançado por Gomes com a estréia de Il Guarany, no Teatro Alla Scala de Milão, o público recebeu a ópera Fosca com alguma reserva. Haviam estranhado os avanços técnicos e musicais que Gomes empregara na composição desta que é considerada por muitos como uma obra-prima e que só mais tarde receberia do público a devida valorização, explica o maestro Fábio Gomes de Oliveira.


Entretanto, após a estréia de Fosca, Carlos Gomes decide escrever uma ópera para “agradar” ao público italiano com melodias cativantes e tendo como libreto à história de um herói italiano. Assim nascia a ópera Salvator Rosa que estreou a 21 de Março de 1874 no Teatro Carlo Felice em Gênova – Itália.


A ópera Salvator Rosa, drama lírico em 4 atos, de Carlos Gomes, estreou em 21 de março de 1874, no Teatro Carlo Felice de Gênova. O libreto de Antonio Ghislanzoni foi extraído do romance “Masaniello” de Mirecourt. Um ano após uma estréia não tão entusiástica da ópera Fosca, Carlos Gomes compôs Salvator Rosa em seis meses como uma forma de “desabafo”. Acabou por tornar-se um de seus maiores sucessos tanto que nos anos 1876-77 foi apresentada na abertura da temporada lírica de seis dos mais importantes teatros italianos.

O ENREDO
Personagens: Salvator Rosa, um pintor (tenor), Gennariello (soprano) um jovem discípulo de Salvator, Masaniello (Barítono), líder dos revoltosos, Conde de Badajoz, (tenor), Duque D’Arcos (Baixo) Vice-Rei de Nápoles, Fernandez (tenor), comandante das tropas espanholas, Isabella (soprano), filha do Duque D’Arcos, Corcelli (baixo) líder dos mercenários, Bianca (soprano) Dama espanhola, Soror Inez (soprano) Madre superiora.


A ação decorre em julho de 1674 por ocasião do golpe napolitano contra o domínio espanhol. Salvador Rosa, pintor, poeta, músico, figura romanesca do Seiscento italiano, é o herói do melodrama. O pintor recebe em seu ateliê a visita de Masaniello, que lhe expõe os planos da rebelião. O povo napolitano, entusiasmado pelas promessas de Masaniello, vence as forças do Duque D'Arcos e domina a cidade. Salvador Rosa, enviado como parlamentar, descobre em Isabella, a filha do duque, a mulher amada. Isabella, por sua vez, confessa ao pintor a paixão que também nutre por ele. Em meio à felicidade dos dois amantes, chega o Duque e concorda com as exigências de Masaniello. Fernandez, general espanhol que ama Isabella em silêncio, urde uma trama para envolver Salvador Rosa e Masaniello.


Vitoriosa a idéia de Fernandez, e diante da fatalidade que atinge o amado, Isabella consente em tornar-se esposa do espanhol para salvar a vida do pintor. Masaniello enlouquece sob a ação de um veneno e morre assassinado. Salvador cobra de Isabella um procedimento que julga infame. No último ato, diante das imprecações raivosas do artista, Isabella - para provar sua paixão - mata-se com uma punhalada. Salvador, horrorizado, foge com Gennariello, seu jovem discípulo, e o Duque D'Arcos, reconhecendo o erro, pede perdão à filha moribunda.
Emanuel Martinez
Fonte: http://repertoriosinfonico.blogspot.com.br/search?q=carlos+gomes

FOTO:

MONUMENTO A CARLOS GOMES

SALVATOR ROSA


escultura de Luiz Brizzolara
Praça Ramos de Azevedo



A escultura "Salvator Rosa" faz parte do "Monumento a Carlos Gomes", localizado na Praça Ramos de Azevedo, centro de São Paulo. É de autoria do artista italiano Luiz Brizzolara e foi executada pela Camiami e Guastini - Fonderia Artistica in Bronzo (Pistóia, Itália).
Para as comemorações do Centenário da Independência, em 1922, representantes da colônia italiana, em São Paulo, financiaram a realização do Monumento a Carlos Gomes, uma homenagem ao músico e compositor brasileiro que, em 1863, compôs "Joana de Flandres", uma ópera que lhe valeu uma bolsa de estudos na Itália.
O monumento foi concebido para conectar a praça aos "jardins" do Teatro Municipal. Na época, a área onde hoje se encontra o monumento era conhecida como "esplanada do teatro", parte integrante do então "parque" do Anhangabaú, projeto do francês Joseph Antoine Bouvard.
O "Monumento a Carlos Gomes" é composto por várias esculturas, implantadas em vários planos; a intenção do escultor era criar a sensação de palco, utilizando os jardins como parte do cenário e o Vale do Anhangabaú como área da platéia.
A escultura representando Carlos Gomes encontra-se na altura da calçada, em frente ao Teatro Municipal; do seu lado estão duas alegorias: "Poesia" e "Música", em mármore branco. Descendo, em direção ao Vale do Annhangabaú, nas pontas das escadas, uma de cada lado, estão "Fosca" e "Condor". No centro, entre as escadas, está a fonte "Glória, Ordem e Progresso" e em suas laterais, as esculturas "Lo Schiavo" e "Maria Tudor". Abaixo, em um terceiro plano, estão "Guarani" e "Salvator Rosa" e as alegorias em homenagem à Itália e ao Brasil.

"Brizzolara imprimiu às esculturas deste monumento uma linguagem dramática mais acentuada no gesto do que no rebuscamento ou nos exageros dos tratamentos das superfícies das massas. As esculturas foram dispostas sobre pedestais de altura mínima e representadas com dimensõesque equivalem a uma vez e meia a escala humana. Estas características conferem um grau de aproximação sensível entre obra e observador. Queremos dizer, que não há uma busca de monumentalidade nas esculturas individualmente, o que reforça a ideia de conjunto e que nos conduz a conceber a obra de Carlos Gomes como um todo."
[ESsCOBAR, Miriam. Esculturas no Espaço Público em São Paulo. São Paulo: CPA – Consultoria de Projetos e Artes, 1998, p.41.]

Comentários

  1. Carlos Gomes e Salvator Rosa: uma injustiça nacional; há quarenta anos ocorreu a última produção da ópera em nosso Theatro Municipal. Nunca mais...quanto desprezo ao maior compositor lírico americano. E pensar que é uma grande ópera de Gomes (em quatro atos) envolvendo um elenco completo em seus naipes vocais e diversidade de cenários e guarda-roupa referentes à essa montagem lírica. Pobre Carlos Gomes ! A ópera se tornou um sucesso na Itália ! Acabou por tornar-se um de seus maiores sucessos; tanto que nos anos 1876-77 foi apresentada na abertura da temporada lírica de seis dos mais importantes teatros italianos.
    E aqui em São Paulo, quando será oportunamente apresentada ???

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  2. Houve apresentação do Salvador Rosa no Teatro São Pedro com bom elenco. Acho uma injustiça os críticos colocarem está ópera de baixo nível. Tenho a gravação do teatro Municipal de São Paulo

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  3. Continuando. Tenho a gravação com o grande Benito Maresca que está ruim. A melhor gravação ao vivo é com a Ópera de Brastilava e orquestra Internacional da ltalia. Recomendo
    Espetacular o dueto entre Salvador e Isabel e o Final do segundo ato. A Ópera a nível ou até superior ao Il Trovador.

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