"DER ROSENKAVALIER", DE STRAUSS BRILHA NO PALCO DO MUNICIPAL DE SP. CRÍTICA DE MARCO ANTÔNIO SETA NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.
A bela ópera "Der Rosenkavalier" (O Cavaleiro da Rosa) de Richard Strauss(1864-1949) dadivou o público do Theatro Municipal de São Paulo neste último domingo, dia 17 de Junho, às 18 horas. Com uma orquestração rica do compositor, a Sinfônica Municipal nos brindou com uma leitura bastante satisfatória, com sonoridade definida e nitidamente trabalhada por Roberto Minczuk, nesta obra em que o conjunto sinfônico é de extrema importância para o êxito do espetáculo. Orquestra completa em seus grupos instrumentais, deu provas de que é capaz de produzir momentos de elevado nível artístico no campo da música sinfônica e instrumental, seja na ópera ou na música de concerto. Constatamos ao longo de décadas a sua capacidade de interpretar sinfonias, e outras peças sinfônicas, como óperas em grandes récitas, sob direção de grandes maestros internacionais.
Pablo Maritano, argentino experiente do teatro lírico sul-americano, pôs à prova um trabalho bem orientado aos seus comandados, dando uma sequência cênica ativa e equilibrada. Usou a ribalta como recurso para alguns trechos, para que se adequassem os cenários e iluminação correspondentes, resultando em bons momentos de bel canto. Figurinos finos e sóbrios, de Fabio Namatame, especialmente os de Marechala e Sophie; cenografia de Italo Grassi, adequada e funcional, e iluminação de Caetano Vilela, sensível e inteligente.
Dame Kiri Te Kanawa, Aage Haugland, Elisabeth Schwarzkopf, Otto Edelmann, Kurt Moll, Barbara Bonney, Anneliese Rothemberger e Lucia Popp, Frederica von Stade e Kathleen Battle, figuram entre os grandes intérpretes do Séc. XX, sob direção musical de Claudio Abbado, Georg Solti, Herbert von Karajan e Leonard Bernstein.
O soprano argentino, de origem nórdica; Carla Filipic Holm como Marechala, revelou ótima linha de canto no registro lírico spinto, atuando com sobriedade cênica. No trio final projetou grande musicalidade - Ato III.Marie Theres'! Hab'mir's gelobt, Ihn lieb zu haben...
Luisa Francesconi no papel do jovem Octavian, concedeu bom rendimento cênico e adaptou seu registro vocal à escrita musical na medida de suas possibilidades atuais. Grata surpresa é o soprano lírico ligeiro, de origem eslava Elena Gorshunova, de timbre doce e cristalino, de afinação impecável e refinamento musical, compondo linda Sophie. As três juntas compuseram um belo trio ao final da récita.
O baixo Dirk Aleschus não precisaria ser importado para o Barão Ochs, pois não contém a comicidade necessária e tampouco os graves constantes na partitura. Aqui no continente, há melhores que esse.
No supporting cast destacaram-se sobremaneira Rafael Thomas (Faninal); o soprano lírico Gabriella Rossi(1ª orfã) e a bela e extensa voz do mezzo soprano Magda Painno, cujo papel de Annina lhe ofereceu oportunas e boas exibições cênico-vocais.
Voltaram a vender o programa de sala por R$ 35,00, o qual considero um absurdo, em relação ao preço mínimo dos ingressos para uma récita da presente temporada. Para que essa exploração, magnificência e desperdício desnecessários ? Não estamos em Londres !...
Escrito por Marco Antônio Seta, em 18 de junho de 2018.
Jornalista inscrito sob nº 61.909 - MTB / SP - (FCL)
Diplomado em piano, teoria, história da música, solfejo, harmonia e contraponto, no Conservatório Musical "Carlos de Campos", em Tatuí, SP e licenciado em Artes Visuais, pela UNICASTELO, em São Paulo.
Foto fonte facebbok de Fabiana Stig, cena da ópera O Cavaleiro da Rosa.
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