KAGUYAHIME, PRINCESA DA LUA. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.
Kaguyahime é um antigo conto de fadas japonês; elementos de todos os tipos se encontram na lenda oriental. O fantástico, o sobrenatural e o real se apresentam na princesa da Lua. Peripécias de todos os tipos e modelos fazem parte do conto, uma junção de elamentos naturais onde terra e lua interagem com seres humanos. Todos querem casar com a bela princesa, mas ninguém tem esse direito. Príncipes falecem no meio do caminho, reis são dispensados e toda uma série de maquinações acontece.
Kaguyahime é a princesa do impossível, mostra a diversidade do povo nipônico, do lutar para ganhar. Uma lenda interessante, cheia de mistérios ligados diretamente à cultura e ao modo de pensar japonês.
O coreógrafo Jirí Kylián aproveita a história da misteriosa princesa e a transforma em um balé completo. Sua narrativa não é linear, ele transforma Kaguyahime em uma complexidade de movimentos e cores. Passos expressivos, rápidos e longos são a tônica de sua dança. O abstrato está presente, a experimentação e a inovação fazem parte do trabalho do coreógrafo. Utiliza de maneira eficiente a luz, e com ela altera cenários rapidamente através do jogo de cores e efeitos.
Dançarinos dialogam com os cenários, unem-se a eles em uma mistura moderna e tradicional. Carros , enormes tambores japoneses, uma profusão de cores e diversas cenas. Kylián não deixa a vida do espectador fácil, joga as cenas de maneira incompreensível, e, se você não conhece a lenda, ainda que assista ao balé todo vai continuar sem conhecê-la. Se quer moleza, assista à novela da Globo.
A música é do compositor Maki Ishii, que usa elementos e instrumentos orientais em sua composição. Tambores e flautas e até o Gagaku estão presentes. Música estridente, que incomoda os ouvidos e sem nexo. Soa mais moderna que as obras de Schoenberg, mas acompanha o desenrolar da coreografia. Coreógrafo e compositor falaram a mesma língua. Se entenderam ao mostrar um trabalho complexo e de difícil assimilação.
Eu prefiro a música linear, a bela melodia, o balé clássico e romântico. Fico com minha Giselle, meu Lago dos Cisnes, minha Paquita e minha Bela Adormecida.
Ali Hassan Ayache
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