A ÓPERA ITALIANA COMENTADA - MADAMA BUTTERFLEY PELO MAESTRO RICARDO ROCHA.
Puccini, MADAMA BUTTERFLY;
Segundo título da mostra de ÓPERA ITALIANA comentada em palestras, com a apresentação completa de seis grandes obras primas, divididas em três módulos:Tragédia romântica, Verismo e Comédia.
Ainda que vivamos a cultura do descartável, o amor é atemporal.e a lealdade é um valor perene. Palavra dada precisa ser palavra cumprida, ou então é melhor que não seja pronunciada.
O que acontece de trágico nesta ópera de Giacomo Puccini é o uso leviano e irresponsável de uma promessa feita que, em seu início, já era fraudulento, o que acaba por acarretar muita dor e, por fim, a morte de quem nela investiu pura e simples confiança.
" - Em 1904, na ópera do compositor Giacomo Puccini, Cio-Cio san (pronuncia-se Cho-cho, borboleta em japonês), é uma gueixa que se apaixona por Benjamin Franklin Pinkerton, um oficial americano em missão no Japão. Uma bela história de amor em uma das óperas mais executadas do mundo.
No século XVIII várias expedições foram enviadas ao Japão pelos Estados Unidos para forjar laços de amizade com o Império do Sol Nascente, uma possível tentativa do outro império (o americano) de expandir o seu controle, e muitos oficiais contraíam matrimônios temporários com jovens japonesas.
Num desses arranjos entre um oficial da marinha americana, um agente imobiliário e matrimonial japonês e o cônsul dos Estados Unidos, Cho-Cho com apenas 15 anos é dada em casamento ao oficial e passa a viver com ele numa bela casa na cidade portuária de Nagazaki.
Mas Cho-Cho sucumbiu aos encantos do belo oficial do Império Americano, afinal a paixão escapa ao nosso próprio controle, e está perdidamente apaixonada chegando a converter-se à sua religião. Acredita naquele casamento, sonhando com o dia em que os dois irão viver na América.
Porém, ao término da sua missão o oficial vai embora sozinho prometendo que voltaria, mas passam-se 3 anos e Cho-Cho continua a esperá-lo, passa dia após dia contando quantas vezes o Sol se debruça e se recolhe no horizonte trazendo as sombras e a saudade para suas noites, e quantas vezes renasce o deslumbrante Sol trazendo fé e esperança para ela.
Todos os dias Cho-Cho, a musa do mundo flutuante de Kiyonaga*, se veste e se arruma não esquecendo de nenhum detalhe que aprendeu sobre a sutil arte da sedução. Canta e toca o shamisen* nas noites de plenilúnio* e recusa o casamento com um príncipe japonês, rico e apaixonado por ela.
Maiko - gueixa aprendiz
Ao partir, Pinkerton disse que voltaria quando “os pintarroxos fizessem seus ninhos”, mas um dia ao saber através do cônsul que o oficial havia se casado, Cho-Cho pergunta “quando na América os pintarroxos faziam seus ninhos”. Obra "O Banho" de Kiyonaga
O que Pinkerton não sabia é que havia deixado Cho-Cho grávida e ela tivera um filho mestiço sofrendo preconceito da sociedade japonesa por isso. Quando o oficial fica sabendo do filho através do cônsul americano, volta ao Japão com a esposa para buscar o filho. Ao comprovar que o oficial havia mesmo se casado na América ao ver sua mulher americana, Cho-Cho comete o suicídio ritual japonês". Agora em todas as primaveras, Cho-Cho visita as flores do salgueiro.
Obra "Vento com Flores" de Kaburaki Kiyokata
Mundo flutuante – Ukiyo-e, conhecido também por estampa japonesa é um estilo de pintura semelhante a xilogravura, utilizado por artistas japoneses como Kiyonaga e Utamaro. Shamisen – instrumento de 3 cordas Plenilúnio – Lua completamente cheia e brilhante Suicídio ritual japonês - chamado de seppuku e na forma popular de harakiri."
Autora: Cristiane A.Sato
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