A ESTAGNAÇÃO E O EGOÍSMO DA OSESP. ARTIGO DE WILLAM CARDOSO ABREU NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.
Essa semana foi divulgado que a OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) estará realizando mais uma turnê internacional no período de 14 a 22 de fevereiro de 2019. Dessa vez a orquestra se apresentará em Pequim, Xangai, Hong Kong e Jinan sob regência da titular Marin Alsop, iniciando sua derradeira temporada como diretora musical.
O programa da turnê não empolga. Sinfonia nº1 de Prokofiev, o Prelúdio isolado das Bachianas nº4 de Villa Lobos, a Suíte de
O Cavaleiro da Rosa de Richard Strauss e Scheherazade de Rimsky-Korsakov.
É de se perguntar qual é a finalidade de um programa tão simplório ser apresentado em uma turnê internacional. A atual direção artística perde a oportunidade de divulgar o melhor da nossa orquestra, e consequentemente da música de nosso país, no exterior.
Porque não fazer um programa “arrasa quarteirão” com obras brasileiras como o Maracatu de Chico Rei de Francisco Mignone ou A Floresta do Amazonas de Villa-Lobos?
Em uma turnê internacional deveríamos nos preocupar em divulgar a real identidade de nossa principal sinfônica.
Recentemente a OSESP, sob regência de Isaac Karabtchevsky, realizou o feito inédito de gravar todas as sinfonias de Villa-Lobos com a qualidade que merecem. Um trabalho apuradíssimo de restauração das partituras. Por que não realizar um ciclo com as principais sinfonias do nosso Villa em uma turnê internacional?
Me admira a falta de criatividade.
Enquanto isso a principal orquestra brasileira chega a uma fase de estagnação. Em 6 anos sob o comando de Marin Alsop pouco se fez pela divulgação da música brasileira. A maestrina preferiu se manter no repertório “standard” porque sabe que o nosso Villa não é para qualquer um.
Em vias da divulgação do novo maestro que deve assumir a partir da temporada de 2020 fico imaginando que rumos a OSESP tomará.
Espero que o caminho não seja contratar um nome de grife, pagar uma fortuna, para reger um repertório standard e se comprometer a estar com a orquestra por meras 8 semanas como faz a atual titular.
E ALÔ OSESP! Temos maestros muito melhores aqui no Brasil. Roberto Minczuk, Ligia Amadio, Carlos Moreno, Abel Rocha e Luiz Fernando Malheiro, para não citar muitos outros, fazem parte da história da nossa música e espera-se que todos possam colaborar com a orquestra. Até onde vai tamanho egoísmo Sr. Arthur Nestrovski?
Willian Cardoso Abreu
Foto e Ilustração da Internet.
O Maestro Sadao que era da Banda Sinfônica também seria um bom nome.
ResponderExcluirEsses nomes nacionais não são sequer convidados para reger a OSESP,quanto mais para assumir o cargo de diretor principal.Os mais prováveis para assumir a posição seriam Giancarlo Guerrero,diretor da orquestra de Nashville nos Estados Unidos e da Filarmônica de Breslávia na Polônia e Arvo Volmer,diretor da Orquestra Haydn de Bolzano e Trento na Itália.Seriam boas escolhas a meu ver,mas pode aparecer outro nome...
ResponderExcluirNo mínimo algum convite para reger a OSESP esses maestros citados acima deveriam receber,essa situação está quase escandalosa.Por sua vez Marin Alsop rebaixou o nível da OSESP ao invés de elevar.Até me impressionei com um concerto dela regendo a Sagração da Primavera em 2013 mas de uns tempos para cá Alsop tem investido em alguns maneirismos que não me convencem.A TV Cultura transmitiu um concerto recente no qual interpretaram essa Suíte do Cavaleiro da Rosa e a maestrina fraseou de uma maneira bem pessoal as belíssimas melodias de Strauss,parecia um pouco fria a interpretação.Os músicos também pareciam não estarem muito engajados naquela empreitada.Pelo menos Marin soube revelar algumas jovens batutas,todas estrangeiras,convidando-as para se apresentar com a OSESP,cito o caso de Valentina Peleggi e Marzena Diakun cujas carreiras a americana ajudou a promover.Pena que por esses lados de cá ela parece que não achou talento que lhe chamasse a atenção.Isaac Carneiro Victal.
A questão não é melhor maestro, aliás nenhum deles, acima citado com exceção de I. Karabtchesvky, tem a bagagem que ela tem. A questão é que a maestrina não tem em seu repertório a música sinfônica brasileira. É importante acabar com essas falsas alternativas para resolver o problema. Se a maestrina é quem escolhe o programa lamenta-se ou simplesmente aplauda. Penso também que obras de Santoro deveria estar no programa além das citadas, mas a escolha é dela. Aliás lá fora se toca nossos compositores. O importante é o acabemento técnico e interpretação, e isso a maestrina passa, aliás muito mais que os maestros citados.
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