PRATELEIRA NELES: GRAVAÇÕES QUE MERECEM FICAR MOFANDO NA PRATELEIRA, AIDA COM PAVAROTTI NO SCALA DI MILANO.




Aida é uma das óperas mais populares do repertório, mas nesse DVD, lançado no Brasil anos atrás pela coleção Ópera em DVD, o pessoal do Scala di Milano pisou na bola.
Os cenários são  pesados, carregados ao extremo, coloridos em excesso e de uma cafonice sem tamanho. Os figurinos são de um mal gosto tremendo.Bregas e caretas, que mais lembram uma festa à fantasia onde todos querem aparecer.     
A maquiagem dos protagonistas beira a galhofa. Tudo isso se junta na Marcha Triunfal, o ápice do excesso.
A voz do Pavarotti é excelente, está em seus melhores dias. Mas seu corpanzil redondo e a pança em nada lembra um guerreiro pronto para defender sua pátria. Afugentaria a mais apaixonada das Aidas.
O balé é outra das excentricidades que algum maluco do Scala resolver inventar. Que coreografia mais  sem graça é aquela.
A única coisa que sobra desse DVD são as vozes, Maria Chiara, Ghena Dimtrova e Luciano Pavarotti estão cantando muito.
Amigos: Prateleira nele . E por uns cinco mil anos, no mínimo, esse vídeo merece ser mumificado.
Ali Hassan Ayache

Comentários

  1. Esse foi um dos primeiros DVDs de ópera que comprei muitos anos atrás.JAMAIS O DISPENSARIA.Podemos ouvir artistas pouco gravados mas excelentes como Maria Chiara,Ghena Dimitrova e Juan Pons.Na verdade todo o elenco é de estrelas,ainda temos Ghiaurov e Burchuladze.O melhor para mim é o Pons dessas vozes graves todas.


    O que noto nessas críticas é que estamos cada vez mais acostumados com o gosto naturalista ao ponto de que não conseguimos mais suportar o artificialismo nem na ópera.Ainda moramos num país onde temos uma empresa chamada Globo que foi uma das mais ardorosas defensoras da difusão do naturalismo na atuação e encenação.A ópera é exagero e artificialismo por definição,ao ponto que estudiosos estão tentando chamar as óperas veristas de óperas plebeias,pois antes de buscar realismo,o que esses autores buscaram e conseguiram foi soltar o freio das emoções para atingir melhor a massa,o que de fato conseguiram,essas obras escritas no final do século XIX e início do XX são as mais populares do repertório.


    Os amantes dessa arte não gostam de falar sobre essas coisas,mas a ópera sempre foi cheia de bizarrices e exageros.O público também sempre acorreu à essas representações para ver e ser visto.Sempre foi um evento social extravagante.Em outras épocas homens castrados interpretavam os principais papéis,estes ao contrário do que muitos pensam eram considerados atraentes pelas mulheres ao ponto de aristocratas largarem o marido para viver com eles,o que provocou naqueles tempos grandes escândalos.Ainda na época de Mozart os cenários e figurinos não tinham se simplificado em nada em comparação com a época barroca.Existe retrato do barítono Luigi Bassi,o primeiro Don Giovanni,caracterizado como tal,exibindo chapéu emplumado e peruca.Na verdade a ópera nunca esteve tão despida de adereços como hoje,enquanto em outros tempos se desejava mesmo que fosse um carnaval.Reclamaram por exemplo quase todos os críticos que a encenação da Turandot no Municipal estava muito colorida,um esforço conjunto em de falar mal do exotismo numa obra onde justamente ele é buscado da maneria mais desavergonhada,além de que falando em cores, a partitura da última ópera italiana no repertório padrão deve ser a mais rica em cores instrumentais e timbres orquestrais de todas.Isaac Carneiro Victal.

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