"A BANDA PAULISTA SÓ PIOROU NESSES ANOS COM ALSOP". COMENTÁRIOS DE ISAAC CARNEIRO VICTAL NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

   Marin Alsop, foto Internet

   Já discordei de algumas críticas do senhor Domingos aqui, no texto que segue abaixo ele acertou bem no alvo. Continuam trombeteando que a OSESP é "a melhor orquestra da América Latina", esse conjunto num de seus últimos discos dirigidos por Alsop não conseguiu tocar nem um mambo direito. No clímax desse número do musical "West Side Story", de Leonard Bernatein, o trompetista costuma soltar um trilo,na gravação da OSESP o trompetista desafina! 
   A banda paulista só piorou após nesses anos com Alsop. Os regentes convidados pela direção nem sempre são bons. Ser estrangeiro é meio caminho andado para receber um convite para reger o grupo. Muitas vezes apenas os solistas convidados realmente acrescentam alguma coisa. Já pude ouvir Isabelle Faust fantástica, uma das minhas violinistas preferidas do mundo atualmente.
  Os maestros convidados, as escolhas de Nestrovski, me parecem muitas vezes equivocadas. Um tal de Ilan Volkov que conduziu um difícil concerto para violoncelo de Unsuk Chin (solista um asiático pequenininho chamado Isang Enders dominou completamente a peça). A hora do prato principal,o "Mandarin Maravilhoso" completo de Bartók, a orquestra derrapava sempre que podia. Quem salvou foi o coro, soava de maneira incrível, ameaçadora mesmo como pede a obra mas com um timbre puro limpo e uniforme.
   Outro que assisti e não me empolgou foi Stéphane Denève, não sei por qual motivo a orquestra da Rádio de Stuttgart escolheu um diretor tão sem personalidade para substituir o polêmico Roger Norrimgton, com certeza queriam fazer música de maneira normal dessa vez. 
   Esse ano alguns regentes muito bons foram convidados, como Cristian Macelaru e Josep Pons. Este já tinha sido chamado na época de Neschling para se apresentar por essas bandas. O próprio maestro Treviño irá reger a orquestra paulista em Setembro. 
   A orquestra belga é dirigida também por uma mulher e bem jovem ainda por cima, mas não se trata de um mito a chinesa Elim Chan. Apesar de não ter feito nenhuma gravação ainda, só existem registros de seus concertos pelo mundo gravados. A orquestra de Antuérpia soube reconhecer nela um talento, ao contrário do senhor Nestrovski, para ele um maestro não é avaliado pelo resultado que tira dos músicos,mas pelo número de discos que lançou ou pelas orquestras internacionais que já conduziu. 
   Fizeram muita demagogia com o fato de Alsop ser mulher na época em que a contrataram, enquanto a mais importante maestrina brasileira Lígia Amadio tem que fazer carreira fora do país! Não entendo essa fama de Alsop como " a melhor maestrina do mundo".
   Existe um canal no YOUTUBE chamado Female Conductors,podem-se ouvir muitas maestrinas de excelente qualidade nele, como Mirga Grazinyté-Tyla, Joann Falletta (que já foi convidada para reger a Filarmônica de MG), Anna-Maria Helsing e outras que já se apresentaram na Sala São Paulo. Encontrei algumas apresentações,por vezes com a OSESP mesmo,de maestrinas conhecidas do público local cito Joana Carneiro, Peleggi, Marzena Diakun, Nathalie Stutzmann,Susanna Malkki,Xian Zhang entre outras.Que bom que existem cada vez mais mulheres regentes, não será em breve mais coisa do outro mundo!
Isaac Carneiro Victal. 

Comentários

  1. Onde o senhor aprendeu a escrever críticas?

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    1. Caso o anônimo não tenha concordado,uma refutação às afirmações seria mais interessante para o público que essa perguntinha.Posta dessa maneira essa pergunta incorreu na falácia do estilo sem substância,fugiu dos assuntos tratados e se concentrou em questionar sobre o estilo do autor do texto.Postei isso como um simples comentário às observações do senhor Domingos D'Arsie e o administrador do blog Ali Ayache deve ter gostado muito e gentilmente deu esse destaque todo ao que escrevi.Também se essa pergunta foi una provocação,pode também ser classificada como um caso de falácia magister dixit,ou seja quando se questionam as credenciais do autor de uma sentença ao invés do conteúdo da mesma

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  2. Entendo que a OSESP necessita de um competente regente titular, com estabilidade!: afinal, a OSESP não é o time de futebol sempre pronto a dispensar o técnico que não conseguiu ganhar uma partida! Precisamos, alem disso, perceber que a OSESP é uma Orquestra a evoluir, e não a consolidada Orquestra Filarmônica de Viena! Acho, ainda, que uma oportunidade deveria ser dada ao Maestro Carlos Moreno, que mostrou competência não vista pela direção da OSESP, uma competência da casa a custo mais do que satisfatório; e, se à OSESP um competente regente nacional não convem, por que Karajam teria sido conveniente à Filarmônica de Berlim?

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    1. O que eu realmente gostaria é que os músicos da orquestra tivessem maior poder de decisão sobre a escolha do regente principal bem como a possibilidade de se livrar dele quando paga-se muito caro e o resultado artístico é inferior ao prometido como no caso em questão.O salário de Alsop aqui é igual ao que ela recebe em Baltimore,que é o mesmo valor pago ao diretor Manfred Honeck,para mim o melhor regente em atividade nos Estados Unidos atualmente.Não pode ficar como agora,essa situação em que os músicos calam a boca com medo de perder o emprego.Quem enfiou goela abaixo Marin Alsop foram os "consultores" Henry Fogel e Timothy Walker,o Nestrovski não possui opinião própria e vai na onda de pessoas que ele considera importantes e sábias quando se trata de tomar decisões.

      Outra questão é que muita gente da Fundação já se indispôs com o atual governo tanto federal quanto estadual,justamente,diga-se de passagem.Exemplos Bolsonaro falou que deveria mandar fuzilar 30 mil,a começar pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.O livro do famoso "kit gay",que enquanto candidato o atual presidente tentou esfregar na cara do Brasil durante o Jornal Nacional,é na verdade uma publicação da Companhia das Letras e nunca foi distribuído nas escolas pelo MEC.Essa editora é de propriedade de um dos "grão-conselheiros" da Fundação OSESP,Luiz Schwarcz.Outro conselheiro Alberto Goldman também teve suas rusgas com o governador Dória.Já cansei de dizer aqui que vem guerra por aí,tudo indica isso.

      Já notei que muita gente ouve música mas não tem capacidade de julgar de fato a qualidade de uma composição ou execução musical.Para exemplificar,quando emitem uma sentença,saem lugares comuns como "admiro muito Claudio Abbado" ou "adoro Martha Argerich",que refletem mais julgamentos já bem estabelecidos no meio do que um conhecimento de diferentes maestros ou pianistas e da arte da regência ou da arte de tocar piano.

      A OSESP quase contratou na época um jovem chamado Kristjan Jarvi,creio que teria sido uma escolha melhor.Nunca pude assistí-lo ao vivo,mas sei que ele adora música moderna,o que noticiaram os jornais paulistas pesou contra .Também se contorce muito no pódio,até pula nos vídeos que eu vi.Regendo o Pásaro de Fogo pulava como se o piso estivesse em brasa enquanto conduzia a Orquestra Jovem do Reino Unido.Muitos jovens maestros de hoje parecem investir cada vez mais nos seus dons histriônicos.Um tal de Santtu Matias Rouvali,da Finlândia,parece certos momentos prestes a ter um ataque epilético enquando dirige os músicos.Ouvindo a gravação,é uma maravilha.Outro o fogoso italiano Andrea Battistoni,chega às raias da histeria diante da orquestra,o efeito para quem olha é quase sempre cômico.Ouvindo suas gravações no SPOTIFY,se trata de um dos melhores maestros italianos dos últimos tempos,interpretações dramáticas que não deixam o aficionado indiferente de maneira alguma.Isaac Carneiro Victal.

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